A Dislexia Na Psicologia

1. INTRODUÇÃO

Dislexia caracteriza-se por ser uma dificuldade de aprendizagem onde há problemas na linguagem receptiva e expressiva, oral ou escrita. Tais dificuldades normalmente surgem na leitura e também na escrita, podendo também aparecer na soletração e ortografia, fala e compreensão e em matemática. Além disso, problemas visuais e auditivos podem estar presentes nos quadros de dislexia, indicando dificuldades no processamento da linguagem, isto é, dificuldade em traduzir a linguagem ouvida/lida para o pensamento ou mesmo do pensamento para a linguagem falada/escrita. Ao contrário do que se pensa no sendo comum a dislexia não está relacionada com baixa inteligência. O que ocorre é um funcionamento atípico do cérebro no processamento da linguagem, caracterizando-se normalmente por dificuldades no desempenho escolar, entremeadas por alterações emocionais e de comportamento que são consequências do quadro de dislexia, afetando de forma intensa todas as áreas da vida da pessoa com dislexia, principalmente quando há um diagnóstico tardio, sendo que para o correto diagnóstico é imprescindível uma equipe multidisciplinar/interdisciplinar envolvida (SILVA 2009).

Segundo Silva et al (2015) o termo Discalculia do Desenvolvimento (DD) foi introduzido por Ladislav Kosc (1974), sendo um transtorno que afeta a aquisição normal das habilidades aritméticas. Normalmente manifesta-se nos primeiros anos escolares, onde a criança apresenta dificuldades na recuperação da aritmética básica e em exercícios de computação aritmética, ou seja “em tarefas simples de processamento numérico, como comparar e nomear dígitos, contar em sequência e contar pequenos números de pontos, obtendo médias um, dois ou mais desvios padrões abaixo do esperado em comparação às crianças de mesma escolaridade” (SILVA ET AL, 2015, p. 200).

O Transtorno Específico da Escrita, também conhecido como Disortografia, conforme Fernandez et al (2010) “é uma alteração na planificação da linguagem escrita, que causa transtornos na aprendizagem da ortografia, gramática e redação, apesar de o potencial intelectual e a escolaridade do indivíduo estarem adequados para a idade” (p. 500). Dessa forma a disortografia abarca um determinado padrão de escrita que diverge das regras ortográficas estabelecidas convencionalmente, as quais regem determinada língua. Raramente está disassociada do quadro de dislexia. As características da disortografia podem fazer parte do processo de apropriação do sistema ortográfico da língua, mas costumam ser superadas ao longo da escolarização, porém em se tratando de crianças com disortografia decorrente do quadro de transtorno de aprendizagem, tais características persistem.