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A Educação para saúde: O processo de construção da identidade do psicologo

Por:   •  4/3/2018  •  Resenha  •  9.529 Palavras (39 Páginas)  •  224 Visualizações

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RESUMO:

Da Educação para a Saúde: o processo de construção da identidade do psicólogo – Revisão de literatura

Por volta dos anos 90, os psicólogos vinham reagindo às mudanças que decorreram da implantação de uma nova política de Saúde Mental, cujo entendimento da prática dos psicólogos que atuavam no DSE era conivente com o sistema escolar e favorecia a incidência de encaminhamentos de crianças e adolescentes com baixo rendimento, para avaliação e atendimento nas áreas médica e psicológica.

Naquela época e nos anos seguintes, crescia a produção de literatura, em forma de teses, dissertações, livros, trabalhos em congressos que acirravam o debate das relações entre Psicologia e Educação.

As práticas profissionais frente ao atendimento da queixa escolar cuja ênfase recaía na medicalização e patologização das dificuldades de aprendizagem eram alertadas e denunciadas em vários estudos da psicologia crítica. Considerava-se, enfim, que os psicólogos, tinham poucas condições de levar em consideração a situação concreta da escola, as desigualdades sociais, as determinações sociais, econômicas e políticas na análise dos fenômenos psicológicos e educacionais.

A fundamentação teórica adotada neste texto é a abordagem histórico-cultural, com destaque para as categorias de identidade e subjetividade, a partir das vivências e experiências no contexto cultural e social e na relação com outros sujeitos. Portanto, neste estudo, ao destacar os pontos mais significativos apontados nas duas pesquisas, apontam-se os avanços e ou retrocessos no processo de construção da identidade profissional e suas implicações na produção de sentidos subjetivos acerca do ser e atuar como psicólogos, frente ao atendimento da demanda escolar.

A partir dessas considerações iniciais, este texto apresenta-se na seguinte estrutura em subitens:

1) Revisitando uma pesquisa, no qual se retomam os objetivos, procedimentos metodológicos da pesquisa de Castanho (1996), resultados, discussões e contribuições para pensar a psicologia escolar e educacional e a prática de psicólogos no atendimento da queixa escolar;

2) Retomando o fio da meada, em que, a partir do próprio título da tese de Azevedo (2014) se apresentam os objetivos, procedimentos metodológicos, resultados e discussões com foco nos principais aspectos analisados na pesquisa;

3) Identificando convergências, similaridades ou contraposições nos resultados das duas pesquisas, a partir dos discursos dos profissionais entrevistados, com sistematizações nas seguintes questões: a) concepções e práticas de psicólogos frente à demanda da escola; b) formação; c) psicólogos escolares, espaços de atua.

Revisitando uma pesquisa (CASTANHO, 1996)

Contextualizando

O Modelo de Atenção Integral à Saúde implantado na gestão municipal em São Paulo de 1989 a 1992 apresentava propostas específicas de ação em Saúde Mental para as populações jovens e em idade escolar.

No que dizia respeito à demanda escolar, o Modelo previa a presença do psicólogo junto às equipes multidisciplinares de saúde em Unidades Básicas de Saúde - UBSs. O processo de integração Escola-UBS estava previsto tanto pelo atendimento na UBS dos casos críticos, com quadros clínicos que justificassem o encaminhamento feito pela escola, como pelos contatos com professores, pais e equipe pedagógica para orientação e acompanhamento nos casos de inexistência de quadro clínico específico.

Uma avaliação do desempenho obtido nos três primeiros anos de implantação do Modelo (SÃO PAULO, 1992) registrava avanços: - mudança qualitativa e quantitativa da abordagem da Saúde Mental da criança e do adolescente; - superação do quadro de distorções no atendimento dos encaminhamentos escolares por meio de criação de infraestrutura e contratação de recursos humanos adequados; - consolidação de programa de integração Escola-Serviço de Saúde que garantiu a inserção de portadores de necessidades especiais em classe comum, com ação integrada entre as duas secretarias, da Educação e da Saúde.

Objetivos e hipóteses

Essa nova realidade, circunscrevia um momento sintetizador das antigas questões sobre o papel dos psicólogos nessa área de atuação: definição de seu objeto de estudo, ação dos profissionais, orientação teóricometodológica, atuação preventiva ou remediativa, clínica ou institucional, que se avolumavam até então.

Aspectos metodológicos

Do ponto de vista metodológico a pesquisa conduziu-se por uma modalidade empírica de pesquisa. Para compor a amostra aleatória e representativa do todo, foram sorteados 10% dos profissionais que atuavam na rede de atendimento, a partir da identificação de 25 distritos de saúde e das UBS em que o psicólogo estava presente na composição das equipes multidisciplinares, a partir dos quais se fez um sorteio aleatório de profissionais.

Resultados e discussões

Destacam-se os conteúdos obtidos pelas informações dadas nos questionários e pelas falas de 22 psicólogas efetivamente entrevistadas, na modalidade de entrevista aberta pela qual era solicitado que falassem livremente e de forma espontânea a respeito dos atendimentos de crianças na faixa etária do 1º grau encaminhadas para a UBS. Um questionário, o qual continha perguntas cujas respostas possibilitaram obter dados pessoais, familiares, de formação, da atuação profissional, tempo de serviço e trajetória na Prefeitura. Estes dados ampliaram o conhecimento sobre as psicólogas entrevistadas e tornaram explícitos aspectos importantes e específicos do objeto estudado não abordados no discurso livre. A leitura de documentos oficiais e entrevistas com profissionais envolvidos no processo de transferência dos psicólogos serviram para contextualizar e conhecer o momento específico que se estudava, pelo acesso à história e aos documentos.

Somente uma parte das psicólogas entrevistadas, seis dentre elas, pertencia ao grupo que havia sido transferido do Departamento de Saúde Escolar da Secretaria de Educação; cinco eram psicólogas que pertenciam a outros setores da saúde ou do bem estar social; e onze eram recém-contratadas por concurso para prover cargos em atendimento ao novo modelo de atenção à saúde implantado.

As psicólogas e suas falas sobre as causas das

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