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A Evolução da Psicologia

Por:   •  15/10/2020  •  Resenha  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  151 Visualizações

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Síntese do capítulo 2 – A Evolução da Psicologia

O passado e o futuro sempre estão no presente, como base construtiva e como projeto, logo, por trás de qualquer produção material ou espiritual, existe história. No caso da Psicologia, há duas vertentes importantes: uma retoma à história grega, em um período anterior à era cristã, e a outra retoma ao desenvolvimento da modernidade, a qual é responsável pelo surgimento da psicologia como ciência.

Por serem os mais evoluídos da época, os gregos construíram as primeiras cidades-estados e dessa forma, conquistaram novos territórios, adquirindo escravos e riqueza (tributos). Assim, os cidadãos, em especial Sócrates, Platão e Aristóteles, se dedicaram a estudar o ser humano e a sua alma. Sócrates foi o primeiro a introduzir as ideias acerca do mundo psicológico na sociedade, e se dedicou a descobrir a diferença entre o ser humano e os demais animais, e definiu a razão sendo a peculiaridade humana, pois permite que o homem lute contra seus instintos. A descoberta de Sócrates instigou Platão, seu discípulo, a descobrir o lugar da razão no nosso corpo, que ele definiu ser a cabeça, onde ele também falava que se encontrava a alma humana. Dessa forma, a alma era considerada separada do corpo, e após a morte, era livre para ocupar outro corpo.

Outro discípulo de Platão, Aristóteles, foi um dos mais importantes filósofos gregos, pois postulava que a alma e o corpo não podem ser dissociados, e assim se dedicou a estudar sobre a razão, a percepção e as sensações. Para ele, a "psyché" era o princípio da vida, logo, tudo que tem vida (cresce, se reproduz e alimenta) possui uma, o que incluiu os vegetais e animais no grupo de seres que possuem alma. Dessa forma, os vegetais teriam a alma vegetativa, caracterizada pela função de alimentação e reprodução, enquanto os animais, além da vegetativa, teriam a alma sensitiva também, pois têm a função de percepção e movimento. Já o ser humano, além das duas já citadas, teria a alma racional, proveniente da sua capacidade de pensamento.

Apesar de a psicologia surgir efetivamente no século XIX, os gregos se preocupavam com a alma e a razão, de forma que o próprio termo psicologia vem do grego “psyché” que significa alma e “logos” que representa a razão. Os filósofos gregos contribuíram com duas teorias, sendo elas a platônica, que considerava a alma imortal e separada do corpo; e a aristotélica, a qual afirmava que a alma era mortal e, portanto, pertencia ao corpo.

Com o surgimento do Império Romano e a ascensão do cristianismo, as discussões acerca do mundo psicológico estão diretamente influenciadas pela religião, uma vez que a igreja Católica monopolizava o saber. Dessa forma, dois filósofos desse período contribuem para a evolução da psicologia, sendo eles Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. O primeiro se inspirava em Platão e assim afirmava que a alma, além da sede da razão, era a prova da manifestação divina no homem, logo, era imortal pois ligava o ser humano a Deus. São Tomás de Aquino, devido ao período em que vivia - ruptura da Igreja Católica, o aparecimento do protestantismo, revolução francesa e a revolução industrial na Inglaterra - foi influenciado a questionar os conhecimentos produzidos pela igreja e assim encontrar novas justificativas para a relação entre Deus e o homem. Devido a isso, e em sua inspiração em Aristóteles, acreditava que o ser humano buscava, em sua essência, a perfeição por meio da existência. Porém, de forma a introduzir a religião, afirmava que somente Deus poderia igualar a essência e sua existência, de maneira que a busca pela perfeição seria na verdade uma busca por Deus.

Durante o Renascimento, o mercantilismo provocou o surgimento de uma nova forma de organização econômica e social, levando ao avanço da ciência, principalmente devido a descoberta do heliocentrismo por Copérnico, refutando a ideia de que a Terra seria o centro do universo, e da queda dos corpos por Galileu. Outro avanço foi a postulação de René Descartes, a qual se referia a separação entre mente e corpo, afirmando que o corpo é apenas uma máquina e consequentemente, possibilitando o estudo do corpo humano morto, o que contribui para o avanço da anatomia, fisiologia e da própria psicologia.  

Tais mudanças proporcionaram o início da sistematização do conhecimento científico e assim se estabelece novas ideias dominantes para a construção da ciência moderna, como o conhecimento sendo o fruto da razão e a possibilidade de desvendar as leis da natureza por meio da observação. A partir disso, os problemas e temas psicológicos que eram estudados pelos filósofos, começaram a ser investigados pela neurofisiologia, o que mostrou um avanço significativo nessa área, formulando teorias acerca do sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos eram produtos desse sistema.

Com a revolução industrial e a invenção da máquina, o universo passou a ser visto como uma máquina também, o que possibilitava conhecer seu funcionamento e suas leis. Assim, para conhecer mais sobre o psiquismo humano é necessário entender seus mecanismos e como funciona a máquina de pensar do ser humano, o seu cérebro. Sendo assim, o estudo dos fenômenos psicológicos como ciência passa a ser conhecido como a Psicofísica, e influencia novas descobertas, como o fato de que a doença mental é resultado da ação direta ou indireta de diversos fatores sobre as células cerebrais, a existência do reflexo, a percepção das cores e a fisiologia do olho. Tendo em vista o desenvolvimento da psicologia, duas contribuições foram de extrema importância, a primeira é a lei de Fechner-Weber, a qual estabelece a relação entre estímulo e sensação, permitindo a sua mensuração; e a segunda, é a criação do primeiro laboratório para realizar experimentos psicológicos na Universidade de Leipzing, na Alemanha, por Wilhelm Wundt, o que o deixou conhecido como pai da Psicologia moderna. Com a criação do laboratório, ele desenvolveu a concepção do paralelismo psicofísico, segundo a qual os fenômenos mentais correspondem aos fenômenos orgânicos e assim, para explorar a mente do indivíduo, Wundt cria o método introspeccionismo, no qual o experimentador pergunta ao sujeito os caminhos percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial.

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