A Inteligência Inconsciente

A Inteligência inconsciente

Seria um equívoco partimos do princípio de que a inteligência é necessariamente consciente e voluntária. A inteligência, comumente, funciona sem um pensamento consciente.

Por exemplo: Um falante nativo é capaz de saber imediatamente se uma frase está gramaticamente correta ou não, mas poucos são capazes de verbalizar os princípios gramaticais em jogo, ou seja sabemos muito mais do que conseguimos explicar.

Para GIGERENZER, os termos pressentimento, intuição e palpite podem ser utilizado com o mesmo propósito para nos referirmos a uma decisão, quando esta surge muito depressa em nossa mente consciente, cujas razões lógicas não sabemos muito bem o porquê e é forte o suficiente para motivar uma ação.

A explicação lógica para definir o que é intuição é muito questionada, pois quem pressente algo não possui uma ideia clara da coisa. Para alguns filósofos a intuição é misteriosa e inexplicável e seria a ciência capaz de desvendar esse mistério? Ou esse fenômeno ultrapassa os limites do entendimento científico? É uma voz divina ou pura sorte?

GIGERENZER defende a ideia de que a intuição é mais que um impulso ou capricho, ela possui seus próprios mecanismos de funcionamento que consistem em: métodos empíricos simples, que tiram proveito de aptidões evolutivas do cérebro.

Um método empírico difere bastante de uma planilha com prós e contras; ele procura se ater a informação mais relevante e ignorar o resto (sinônimo de heurística). Esses métodos empíricos permitem uma ação rápida, cada um tira proveito de uma aptidão evolutiva do cérebro, por exemplo na heurística de reconhecimento (método empírico) é utilizada a memória de reconhecimento (aptidão do cérebro) e na heurística do olhar fixo (método empírico) é utilizada a capacidade de acompanhar visualmente objetos em movimento (aptidão do cérebro).

Existe isso que chamamos de pressentimento?

Nas 4 histórias que acabamos de ver a resposta é positiva e que tanto especialistas como leigos fazem uso dessa técnica.

- na escolha de parceiros

O personagem na escolha do coração ficou aliviado em saber que existia uma forma lógica para resolver o seu conflito de ficar com uma só mulher através de cálculos, porém, inconscientemente ele já havia escolhido pela outra moça baseado em razões que lhes eram obscuras, ou seja, o racional pode conflitar com aquilo que chamamos de intuição, a parte inconsciente da mente é capaz de decidir sem que nós conheçamos as razões. No caso do personagem, uma decisão já havia sido tomada antes mesmo de realizar uma planilha de prós e contras.

- a escolha da melhor resposta para a questão de múltipla escolha.

Como vimos, os alunos que tinham menor conhecimento na geografia do local, foram os que responderam corretamente, utilizaram como estratégia o método empírico, conhecido no texto com a heurística do reconhecimento, onde o inconsciente reformula o problema e transforma em algo que pode ser resolvido facilmente, ou seja, usaram a memória como aptidão evolutiva do cérebro, que faz parte do estamos estudando nessa matéria, no caso dos alunos o instinto acabou optando pelo que cada um já conhecia.

- o modo como pegar uma bola arremessada.

Onde foi utilizado também um método empírico, a heurística do olhar