A Observação Psicologia

DIÁRIO DE BORDO

Local: Shopping Iguatemi

Data: 30/08/2018

Horário: 12:00-14:00

Duração: 2 horas

A observação se inicia em um restaurante de um shopping, uma família de composta por quatro pessoas, a mãe de aproximadamente 36 anos, o pai aproximadamente 40, uma criança de 7 anos e uma bebê de 8 meses.

O pai de um lado com a criança de 5 anos e a mãe ao outro lado da mesa com a bebê no colo,

aparentemente estavam esperando seu pedido. A bebê estava entretida com um cubo de brinquedo, ela batia o cubo de plástico na mesa e a mãe a imitava com as mãos no ar, estimulando ainda mais o comportamento da criança.

O menino de 5 anos estava com dois bonecos sintéticos de super herói nas mãos, impaciente. A criança se levanta e caminha com os dois bonecos no ar, fazendo com que as flores do estabelecimento fosse um ringue. Ele brincava de lutar contra os dois bonecos, e parecia não estar nem ligando para os pais na mesa.

A mãe havia uma expressão de calmaria no rosto, pois estava brincando a todo momento com sua bebê, o pai do outro lado da mesa, estava com o panfleto do restaurante em mãos, checando a senha a cada cinco minutos.

A senha do pedido deles se apita no visor do restaurante e o pai se levanta para ir buscar, e seu filho logo se atenta e segue o pai até o balcão. O pai entrega o refrigerante nas mãos do menino para ajudar a levar até a mesa, e a criança caminha feliz, já o pai com duas bandejas, uma em cada mão, caminha até a mesa, e coloca as duas em cima da mesa, e serve a mulher, ainda em pé ele caminha de volta ao balcão, pega um suco de laranja e mais uma bandeja.

O pai caminha de volta para a mesa e fica olhando sua esposa a colocar babador na bebê, se senta de volta ao seu lugar e coloca a comida de seu filho, com a dele.

A criança parece não se importar muito com o alimento, enquanto o pai mastiga muito rápido.

A mãe deixou sua comida de canto para tratar da bebê, e a bebe parece estar muito feliz se alimentando com caldo de feijao e carne desfiada.

Julgamento

 No momento da observação notei que a mãe não tocou na sua comida enquanto a bebe não terminou de comer, e o pai não se importou em ajuda-la na alimentação de seu filho pequeno nem com a bebê. Tudo ficou muito sobrecarregado para a mãe.

DIÁRIO DE BORDO

Local: Bandejão Centro de Campinas

Data: 04/09/2018

Horário: 11:00-13:00

Duração: 2 horas

A observação se inicia num bandejão público na cidade de Campinas, São Paulo.

Uma mesa composta por oito moradores de rua, com aproximadamente 40 anos de idade, suas vestes eram precárias, e dois deles não tinham calçados nos pés.

A mesa estava composta com pratos e talheres, e a mesma refeição para todos, arroz, feijão, linguiça e xuxu refogado.

Quatro homens de um lado da mesa e quatro do outro lado, dois deles pareciam estar sob efeitos de drogas, pois observando eles, era como se estivessem comendo por comer, expressões cansadas, rostos sujos e uma feição de que não dormiam por algumas noites.

O restante da mesa estavam se interagindo como se fossem amigos a anos, conversavam sobre futebol, e parecia que tinham uma vida feliz, riam quase o tempo inteiro.

Me chamou atenção quando um deles se levantou para levar o prato até o balcão, e outra pessoa logo ali sentou no lugar dele. Quando voltou caminhando em direção a mesa novamente, ele se despediu, e disse ‘fiquem com deus’, e logo após isso, eu percebi que eles não eram amigos de anos, como parecia. O funcionamento do bandejão é mesa compartilhada, ou seja, elas podem se conhecer entre si ou pode nunca te visto o outro na vida.

Em toda minha observação, alguns dos homens levantaram para pegar mais um prato de comida, e ao passar por mim, um deles me ofereceu a comida, foi um gesto digno e de solidariedade.

Confesso que fui abordada por alguns moradores de rua me pedindo dinheiro dentro do estabelecimento, mas em nenhum momento deixei de observar a mesa que eu estava fazendo este trabalho.

Um dos homens desta mesa se levantou e fez uma oração, agradecendo a comida que estava em sua frente e todos os outros disseram amém ao fim da oração.

Havia uma interação grande entre eles, eles conversaram, riram em alguns momentos e se despediam de quem terminava o alimento.

Julgamento

No primeiro momento quando pisei no estabelecimento, pensei que eu poderia ser assaltada, mas no momento da minha observação, vieram 3 homens falar comigo, perguntaram se eu queria me sentar, se eu queria almoçar, me ofereceram o valor da refeição e meu pré julgamento se foi. Há pessoas humanas, e a maioria são aqueles que não tem um poder aquisitivo alto.

DIÁRIO DE BORDO

Local: Extra Abolição, praça de alimentação

Data: 07/09/2018

Horário: 12:00-14:00

Duração: 2 horas

Dois homens de aproximadamente 25 anos, estavam sentados em uma mesa, na praça de alimentação, esperando sua comida chegar. Aparentemente estavam em seu horário de almoço, pois suas vestes estavam apropriadas para trabalharem em um escritório contábil ou advocacia, pois estavam com roupas sociais, terno e gravata. Ambos estavam com os celulares na mão, quase sem pronunciar uma palavra.

Um dos homens verificada o número da ficha do pedido que fez da comida, a cada minuto, o outro estava despreocupado em relação ao seu pedido, pois estava prestando muito mais atenção no seu telefone celular.

A senha apitou e era o pedido do homem com o celular, ele se levantou da cadeira, ainda com o celular em mãos, e foi mexendo no mesmo, até chegar ao balcão para retirar sua comida. Na bandeja havia um prato montado, talheres e uma lata de refrigerante, e o que me chamou atenção foi que no momento que ele estava caminhando com sua bandeja em direção a sua mesa, ele continuou mexendo no celular, e fez com que seu refrigerante caísse no chão. Quando o refrigerante caiu ao chão, seu rosto ficou vermelho, e ele caminhou ate a mesa, deixou a bandeja e voltou para pegar sua lata de refrigerante, e seu amigo que esperava na mesa, deu risada.