A PSICOLOGIA DA SAÚDE E HOSPITALAR
Por: Anna Luísa Alves • 19/9/2022 • Trabalho acadêmico • 1.557 Palavras (7 Páginas) • 90 Visualizações
UNIVERSIDADE UNIGRANRIO
ANDRESSA CRISTINA ALVES DOS SANTOS - 3700969
ANNA LUÍSA ALVES DOS SANTOS - 3700970
EVELLYN NEUMANN CARNEIRO DA SILVA - 3700898
REBECA DA SILVA ARRUDA VIEIRA - 3700936
THAYANE VIEIRA DOS SANTOS - 3701129
PSICOLOGIA DA SAÚDE E HOSPITALAR
NOVA IGUAÇU
2022
Caso 2 – Blastomicose.
Diagnóstico Reacional:
Posição negação
Conforme Simonotti diz no texto, na negação o medo da doença se encontra escondido, e o que surge é uma angústia vaga, indefinida e flutuante. Em casos de alguma doença com muita visibilidade, como doenças de pele ou doenças deformantes, a única possibilidade é de negação é o isolamento social.
A negação pode também ocorrer da parte da família e médicos em relação ao paciente.
A partir do início dos sintomas da doença e do diagnóstico médico, seu ambiente social passou a rejeitá-la. Essa contingência aversiva sempre presente modelou comportamentos de afastamento das pessoas, de isolamento social e de autogeração, e diminuiu seu repertório social, desenvolvendo padrão de retraimento.
Revolta
A revolta geralmente se inicia como uma frustração, e é fácil observar que uma pessoa frustrada primeiramente se irrita para depois se deprimir. Parece uma sequência natural: frustração-irritação-depressão.
A paciente ficou muito triste, pensou em parar de estudar. Sente-se desprezada e com vergonha de sair de casa.
Depressão
Segundo Simonetti na posição depressão o indivíduo se entrega a sua doença. É como uma desistência, nada espera do futuro e pode mesmo se negar qualquer esforço quanto ao tratamento. Não costuma ser uma fase de desespero; é muito mais de desesperança.
No início a paciente estava com um quadro reacional depressivo com risco de suicido. Seu namorado terminou o relacionamento, seus amigos se afastaram e, na escola os amigos e todos ao seu redor fingiam não conhecê-la. A paciente ficou muito triste, pensou em parar de estudar e misturou bebida alcoólica com seus medicamentos. Sente-se desprezada e com vergonha de sair de casa.
Enfrentamento
Conforme Simonetti, quando o paciente alcança essa posição de enfrentamento ele já passou pelas outras posições, já deixou pra trás suas fantasias de onipotência e impotência, e pode agora encarar a sua doença de maneira mais realista. O enfrentamento é um adeus as ilusões que provoca no paciente uma mudança, nem sempre fácil de ser explicada, mas bastante evidente pelo posicionamento em relação a doença que agora passar a ser uma alternância, uma mistura, entre a luta e o luto.
Durante três encontros, ela escreveu sobre a história da doença. Começou contando seus primeiros sintomas, seus medos em relação à doença, como foi diagnosticada, como foi encaminhada para o serviço da PUC, os medicamentos que começou a tomar e os sintomas.
A paciente relatou que ficou mais tranquila e considerou importante saber mais sobre seu caso clínico e obter mais conhecimento sobre a sua doença.
Observou-se que, a partir da instalação do repertório de conhecimento sobre a doença, foi possível reforçar comportamentos de autocuidado, ao qual o tratamento exige adesão.
Diagnóstico Médico:
O diagnóstico médico é uma conclusão da situação clínica do paciente e deve incluir, as seguintes informações: o nome da doença, sua condição aguda ou crônica, os sintomas principais, o tratamento proposto, a medicação em uso, a aderência ao tratamento, o prognóstico, o risco de contágio e o nível de proteção requerido.
A paciente é portadora de uma doença cujo nome é blastomicose (micose no sangue), infecciosa multissistêmica rara, causada pelo fungo Blastomyces dermatitidis, presente na madeira e no solo. Os sintomas mudam de acordo com o órgão afetado. Sintomas generalizados podem incluir febres, calafrios, tosse e/ou dificuldade para respirar.
A doença da paciente foi contraída durante a sua infância, quando comia gravetos do chão, foi diagnosticada há 2 anos, porém as feridas surgiram recentemente.
A paciente perdeu 50% da visão do olho esquerdo e existe uma hipótese, ainda não comprovada, de que existe relação com a doença.
A paciente está medicada e suas feridas diminuindo.
Diagnóstico Situacional:
Segundo Simonetti o diagnóstico situacional em psicologia hospitalar é feito a partir de uma visão panorâmica da vida do paciente, dando ênfase nas áreas não diretamente relacionadas a doença, mas que estão ligadas e influenciam a vida psíquica, vida social e vida cultural e dimensão corporal.
No caso da paciente, seus pais são separados, a mesma saiu de casa e foi morar com a vó materna, pois assim como o ex- namorado e os “amigos”, sua mãe imaginava que a doença era contagiosa, como um câncer ou alguma síndrome. Sua mãe lavava e desinfetava o banheiro e aconselhava a filha não sair de casa e não mostrar as feridas aos outros. Disse ainda que não gosta do seu pai, pois ele não é presente na vida dela, bebe muito e não liga para os filhos.
Diagnostico Transferencial:
Com base no texto de Simonetti, o diagnóstico transferencial analisa as relações que o indivíduo estabelece a partir de seu lugar no adoecimento.
A paciente sentiu-se desprezada.
Quando descobriu a doença, seu namorado terminou o relacionamento, seus amigos se afastaram e, na escola, seus colegas a evitavam e as pessoas fingiam não conhecê-la; todos pensavam que era portadora de doença contagiosa.
Intervenção:
Foi feito a solicitação da equipe médica para o acompanhamento psicológico da paciente. O objetivo é trabalhar em terapia questões pessoais que foram prejudicadas pela doença, para que a paciente reestabeleça seu vínculo social e resgate sua autoestima.
Os encontros seriam uma vez na semana.
No primeiro momento ela irá contar a sua história de vida até o momento em que ela descobriu a doença e relatar como se sentiu depois do diagnóstico.
No segundo momento a psicóloga irá explicar sobre sua doença e como ela funciona.
No terceiro momento ela irá fazer uma comparação de como era sua vida antes e depois da doença e o que ela deixou de fazer a partir do laudo.
No quarto momento a psicóloga dará exercícios para ela praticar o que ela gostava de fazer e que após o laudo ela não faz mais, como por exemplo: se olhar no espelho, passar um batom e tirar uma selfie no celular. São práticas básicas que a paciente relatou não fazer depois que recebeu o diagnóstico.
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