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A PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

Por:   •  29/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.445 Palavras (6 Páginas)  •  446 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Psicologia

PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

BELO HORIZONTE

2016


Sirley da Silva Fagundes

PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

Trabalho acadêmico apresentado à disciplina Psicologia Social, do curso de Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus São Gabriel.

Professor: Rubens Ferreira do Nascimento

        

BELO HORIZONTE

2016

A psicologia social Comunitária tem como característica, a investigação das relações interpessoais. E essas interações entre o indivíduo e a comunidade possibilitaram ressaltar sobre a importância da formação dos grupos, deste modo, foi possível verificar o surgimento da psicologia comunitária que ampliou o enfoque social, promovendo mudanças por meio do comprometimento ético e político, iniciou-se a construção de um modelo denominado de psicologia social comunitária, que se dedica a estudar, compreender e intervir no cenário de questões psicossociais que caracterizam uma comunidade. 

Após varias pesquisas, foi possível identificar que a compreensão referente à psicologia Comunitária fica mais clara e de fácil entendimento quando conseguimos entender o conceito de comunidade, qual seu objeto material e campo de atuação. O termo Comunidade, utilizado atualmente na Psicologia Social, é bastante flexível e capaz de incluir em seu escopo desde um pequeno grupo social, um bairro, uma vila, uma escola, um hospital, um sindicato, uma associação de moradores, uma organização não - governamental, até envolver os indivíduos que interagem numa cidade inteira.  Identificamos que existem varias definições sobre comunidade. Seguem algumas:

Schilling (1974), afirma que: “Comunidade designa qualquer corpo social mais ou menos importantes (matrimônio, família, parentesco, tribo, povo, Estado, associação, Igreja, seita e até mesmo uma fábrica ou uma empresa) somente quando os vínculos entre seus membros, uns em relação aos outros, são de tal forma primordiais e sólidos que qualquer litígio que a vida possa ocasionar entre seus membros se eleva além desse vínculo, que nunca é posto em dúvida”.

Koenig (1962), citando MacIver, define a comunidade não apenas em função do espaço comum, mas dos interesses compartilhados pelos seus membros: “Robert M. Maciver, entendeu a comunidade como um grupo de pessoas que vivem juntas, relacionam-se umas com as outras, de modo que compartilham não só esse como aquele interesse particular, mas todo um conjunto de interesses bastante amplos e completos para incluir suas vidas”.

Sanchez e Wiesenfeld (1983) estabelece alguns critérios significativos para uma melhor definição de comunidade que estejam relacionados com a Psicologia Social, por contemplarem os principais aspectos da interação humana: “Podemos dizer que uma comunidade se caracteriza por:

a) ser um grupo de pessoas, não um agregado social, com determinado grau de interação social;

b) repartir interesse, sentimentos, crenças, atitudes;

 c) residir em um território específico; e

d) possuir um determinado grau de organização”.

Diante do exporto, é possível entender que comunidade é definida como sendo um grupo social com certo grau de organização, compartilhando o mesmo espaço físico e psicológico, objetivos comuns derivados de crenças, valores e atitudes compartilhados e mantém um sistema de interação duradouro no tempo e no espaço. Ou seja, a comunidade é o espaço privilegiado da práxis da psicologia social, é o elemento que lhe dá vida e elemento é dialética da individualidade e a coletividade.

A Psicologia Social Comunitária surgiu na década de 60 e a construção desta área foi realizada deforma gradual, Lane (2007) destacou que no período militar alguns questionamentos se referiam à ausência do psicólogo nos centros comunitários, e diante dessas reivindicações foi possível construir um campo de atuação. Já de acordo com Montero (2000), o surgimento da psicologia social comunitária ocorreu mediante a insatisfação com o modelo da psicologia social que não atendia as problemáticas por meio de ações efetivas. O desenvolvimento do indivíduo na sociedade e a maneira pela qual a subjetividade é construída a partir da interação simbólica representam as principais temáticas da psicologia social e comunitária.  Com a integração das concepções teóricas enfatizando a importância das práticas sociais, foi construída e desenvolvida a psicologia social comunitária.

No Brasil, a psicologia social Comunitária iniciou suas atividades em 1960, após a delimitação de praticas e mudanças na teoria e metodologia. Destacaram ainda que o embasamento teórico da psicologia social utilizados nas comunidades tem por objetivo investigar o processo de construção da subjetividade humana e a dinâmica dos grupos comunitários. De acordo com Ximenes e Barros (2009), o estudo dos processos psicossociais a partir das concepções de Vigotsky mostra-se pertinente para a psicologia comunitária. As contribuições de destaque é a de Lane e Sawaia (1995) no desenvolvimento da psicologia comunitária numa visão crítica para o compromisso social. Segundo estes autores, na fase inicial das atividades existiam a necessidade de modelos teóricos para fundamentar a atuação profissional, e deste modo, considerava-se relevante as publicações científicas para a avaliação e o aprimoramento das práticas psicológicas.

A metodologia utilizada pela Psicologia social comunitária é a pesquisa participante que                possibilita o pesquisador e os sujeitos da pesquisa trabalharem juntos na busca de explicação para as dificuldades encontrados, e no planejamento e execução de programas de transformações da realidade vivida. Ou seja, a psicologia social comunitária enfatiza que a construção do conhecimento deve estar fundamentada na interação entre o psicólogo e os indivíduos da comunidade (CAMPOS, 2007).

De acordo com livros e artigos estudados, o papel do Psicólogo agente de psicologia social comunitária é desempenhar a função de intelectuais tradicionais, pois buscam organizar o saber já estabelecido pela psicologia social, e se encarregam de transmiti-lo, visando à transformação de intelectuais orgânicos, ou seja, sujeitos capazes de sintetizar o ponto de vista da comunidade e de coordenar processos de transformação do instituído.  Segundo Montero (2003), a psicologia comunitária tem o objetivo de promover mudanças em um contexto diante da participação dos indivíduos. O psicólogo identifica as demandas sociais e utiliza estratégias de intervenção para facilitar o diálogo com a comunidade. Já Góis (1993) ressaltou que a psicologia comunitária tem o propósito de identificar e compreender as relações que são estabelecidas entre os integrantes do grupo. E Lane e Sawaia (1995) destacaram que essa perspectiva possibilita desenvolver nos indivíduos uma atitude crítica em relação aos problemas sociais, o que pode contribuir para a reivindicação dos serviços de saneamento básico, educação e saúde nos órgãos públicos. Sendo assim, entende-se que a intervenção busca promover a qualidade de vida da comunidade. O trabalho realizado na comunidade é feito a partir de visitas domiciliares, entrevistas, mapeamento da realidade comunitária do local. É uma prática que rompe com o modelo tradicional clínico e se coloca mais próxima da situação em que o indivíduo está inserido, estabelecendo um modo de fazer psicologia não-elitista. Os psicólogos atuantes em psicologia social comunitária estão em instituições como: Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Sistema único de saúde (SUS).

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