A Psicologia
Por: noemipsi • 7/12/2020 • Projeto de pesquisa • 5.210 Palavras (21 Páginas) • 221 Visualizações
[pic 1]
Artigo Original DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016030503201
Uso da música no controle da ansiedade em ambulatório de cabeça e pescoço: ensaio clínico randomizado
Control of anxiety through music in a head and neck outpatient clinic: a randomized clinical trial
Uso de música en el control de la ansiedad en clínicas externas de cabeza y cuello: ensayo clínico aleatorizado
Mariana Alves Firmeza1, Andrea Bezerra Rodrigues1, Geórgia Alcântara Alencar Melo1, Maria Isis Freire de Aguiar1, Gilmara Holanda da Cunha1, Patrícia Peres de Oliveira2, Alex Sandro de Moura Grangeiro3
[pic 2]
Como citar este artigo:
Firmeza MA, Rodrigues AB, Melo GAA, Aguiar MIF, Cunha GH, Oliveira PP, et al. Control of anxiety through music in a head and neck outpatient clinic:
a randomized clinical trial. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:e03201. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016030503201
[pic 3]
- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil.
- Universidade Federal de São João Del-Rey, Divinópolis, MG, Brasil.
- Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
Autor correspondente:
Andrea Bezerra Rodrigues Rua Alexandre Baraúna, 1115 Sala 12 – Rodolfo Teófilo
CEP 60177-415 – Fortaleza, CE, Brasil andreabrodrigues@gmail.com
Abstract
Objective: Evaluating the effectiveness of a musical intervention in reducing anxiety and vital parameters in people suffering from head and neck cancer. Method: A randomized controlled clinical trial, performed in a head and neck outpatient clinic with 40 participants, subdivided into two groups (intervention and control). The classical music “Spring” from The Four Seasons by Vivaldi was used as an intervention. The State-Trait Anxiety Inventory (STAI) was used as the data collection instrument, along with an inventory of socio-demographic and clinical data. Student’s t-test was used to verify intragroup and intergroup statistical significance. Results: Participants presented a statistically significant reduction in levels of perceived anxiety (t = 12.68; p<0.001), as well as blood pressure levels (t = 4.56; p<0.001); pulse (t = 6.15; p<0.001) and respiratory rate (t = 5.10; p<0.001). Conclusion: Music has proven to be an effective non-pharmacological therapeutic resource in managing anxiety in an outpatient setting for people with cancer, as well as in reducing blood pressure, pulse and respiratory rate. Brazilian Registry of Clinical Trials: RBR-7W4YJJ.
descriPtors
Music Therapy; Anxiety; Head and Neck Neoplasms; Humanization of Assistance; Oncology Nursing.
Recebido: 08/08/2016
Aprovado: 13/12/2016
[pic 4]
www.ee.usp.br/reeusp Rev Esc Enferm USP · 2017;51:e03201 1
Uso da música no controle da ansiedade em ambulatório de cabeça e pescoço: ensaio clínico randomizado
[pic 5]
INTRODUÇÃO
Efeitos fisiológicos e psicológicos com a utilização da música são descritos em diferentes publicações, incluindo alteração na pressão sanguínea, batimentos cardíacos, frequência respirató-ria, relaxamento muscular, redução da dor, secreção hormonal, incluindo as endorfinas, entre outros(1-4). Alguns autores afir-mam que a música produz efeito ansiolítico por estar vinculada a uma carga afetiva, e que, ao gerar prazer, diminui a ansiedade. O seu processamento, além de ativar outras áreas do cérebro, tem efeito nas vias mesolímbicas dopaminérgicas, o que justifica o efeito ansiolítico por gerar respostas de reforço positivo e recom-pensa(5). Nesse sentido, além de ser uma excelente ferramenta terapêutica, de fácil uso, acessível e sem efeitos colaterais, pode ser utilizada em vários contextos e para diversas doenças(2,3).
O termo ansiedade vem do grego anshein, significa oprimir, sufocar e pode provocar mudanças no corpo, como aumento da frequência cardíaca e respiratória(6). A presença de ansiedade em pacientes oncológicos, bem como suas implicações negativas na vivência da doença, ratifica a importância de se identificar instrumentos adequados para sua avaliação e diagnóstico(7). Além disso, o aumento da sobrevida dessa população justifica a procura de métodos não farmacológicos que propiciem uma melhora da sua qualidade de vida(8).
A ansiedade traz consigo alterações neurofisiológicas, influenciando na pressão arterial, causando taquicardia, alte-rando a pulsação e a frequência respiratória. Dessa forma, indivíduos ansiosos sofrem maiores expectativas e podem apresentar variações em seus sinais vitais, exigindo que o profissional os monitore mais rigorosamente(9). Além da monitorização, intervenções com o propósito de reduzir a ansiedade podem e devem ser aplicadas, como é o caso da música, uma intervenção recomendada pela Nursing Interventions Classification (NIC), definida como “o uso da música para ajudar a alcançar uma mudança específica de comportamento, sentimento ou fisiologia”(10).
Pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP) em tra-tamento ambulatorial podem experimentar ansiedade devido a diversos fatores. Os CCP englobam o câncer de lábio, cavidade oral, orofaringe, nasofaringe, hipofaringe, fossas nasais, seios paranasais, laringe e glândulas salivares(11). Em termos epidemiológicos, existe estimativa brasileira realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) de 596 mil novos casos diagnosticados da doença para o biênio 2016-2017(12). Pela sua localização anatômica, esses cânceres podem pro-mover alterações funcionais, relacionadas com alimentação, respiração, comunicação, podendo afetar, entre outras esferas, a interação social. As diferentes formas de tratamento geram, ainda, a possibilidade de várias complicações, como xeros-tomia, cáries de irradiação, osteorradionecrose, mucosite, podendo comprometer funções psicossociais significativas para o paciente e sua família(13).
...