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A Psicologia Junguiana

Por:   •  17/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  836 Palavras (4 Páginas)  •  202 Visualizações

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“Considerava-se a opus alquímica como um processo iniciado pela natureza, mas que exigia a arte e o esforço conscientes de ser humano para ser completada [...] Embora exista na natureza a premência de atingir a consciência – no interior da psique inconsciente- é necessário um ego para realizar plenamente essa premência natural “( EDINGER, 2006, p 28).

1)  Conforme Edinger (2006), o conceito de Alquimia e de pedra filosofal relacionam-se à  transformação do que está em estado bruto para algo mais belo e claro. Pode-se traçar um paralelo entre a alquimia e a Psicologia, entendendo-se que ambas tencionam a transformação, sendo a segunda, a ação de busca pelo do bem-estar por meio da relação terapêutica entre analista e analisando, da transformação da psique. Jung (1875-1961) explica ainda que no processo de análise, o próprio analista está em processo de transformação contínua proporcionada por sua relação de troca com o analisando.

“Todos os que se entregarem a essa busca devem, portanto, esperar encontrar muitas aflições do espírito. Terás de mudar com frequência seu curso, devido às novas descobertas que fizer... O demônio tudo fará para frustrar a busca, por meio de um ou três tijolos soltos, a saber, o açodamento ( pressa), o desespero ou a ilusão [...] ’’ (WAITE apud EDINGER, 2006, p 25).

2)  A busca por conhecer os processos inconscientes leva a ampliação da consciência         pelo entendimento amplo dos próprios conteúdos mais profundos. Edinger (2006)  afirma que esse processo de individuação pode suscitar sentimentos dos mais variados, tanto positivos quanto negativos, os segundos podem atuar contra o processo terapêutico,  o medo do mundo desconhecido que habita o inconsciente é compreensível e esperado, mas mesmo  gerando sentimentos adversos a vontade do analisando precisa manter-se em prol do seu desenvolvimento. Jung (1875-1961) pontua as dificuldades inerentes da análise, e explica que o insight, ou seja, a tomada de consciência de algum conteúdo explicitado pelo analista, pode não ser bem aceito pelo analisando, que pode racionalizá-lo sem contudo experenciá-lo emocionalmente, o que seria indispensável para a mudança.

“Os alquimistas eram dedicadamente solitários. Alguns provavelmente tiveram um auxiliar, mas não mais do que isso [...] A opus [obra alquímica] não pode ser realizada por um comitê [...]. Mas quando Deus dá sua graça a alguém que compreende (a arte) [...] há, aos olhos do mundo, algo de incompreensível, e aqueles que possuem esse mistério serão objeto de escárnio dos homens e serão olhados com uma atitude de superioridade’ ( WAITE)” ( EDINGER, 2006, p 27)

3) Segundo EDINGER (2006) o processo de individuação não pode ser realizado pelo analista, e sim somente pelo próprio indivíduo em análise. O analista ajuda a iluminar o que está obscuro, mas somente o indivíduo conhece o caminho. Nesse sentido, cabe pontuar a crítica de Jung (1875-1961) ao estilo de análise da psicanálise tradicional, em que o analista já sabe à priori o que está sendo trazido pelo mundo simbólico do analisando, estilo em que o analista é uma figura de portador do saber incontestável do psiquismo.  

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