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A Psicologia Jurídica

Por:   •  19/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.130 Palavras (5 Páginas)  •  223 Visualizações

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Faculdade Multivix

Psicologia Juridica

O presente capítulo discute sobre a influência da sociedade na produção do homem. No século XVII os soldados eram vistos de forma ideal, eram reconhecidos de longe, já que uma das suas características era a coragem, seu corpo era o brasão de sua força e valentia. Na segunda metade do século XVIII pode-se notar que os soldados podem ser fabricados. Dessa forma, durante a época clássica, passaram a ver o corpo como objeto e alvo do poder, descobriu-se que podia ser moldado, treinado e submetido a se tornar útil. Foucault descreve quatro mecanismos, sendo eles: A arte das distribuições, O controle da atividade, A organização das gêneses e A composição das forças.

O primeiro mecanismo descrito por Foucault foi ‘’A arte das distribuições’’, a disciplina procede em primeiro lugar a distribuição dos indivíduos no espaço, para isso várias técnicas são utilizadas. Nesse mecanismo, vários lugares passaram a ver o corpo como algo que pode ser moldado. Os colégios, passou a ter forma de internato de pouco a pouco, e os internatos passaram a ter um regime de educação obrigatório. Os quartéis, eram vistos como local para que se possa colocar os vagabundos, impedir a vi olência, o mesmo passou a ser um encarceramento, onde era rodeado de muros. Cada sujeito era colocado no espaço determinado pela sociedade. Os alunos deveriam ficar em internatos, onde não se tinha liberdade, os operários deveriam permanecer na sua máquina e produzir.

O outro mecanismo é ‘’Controle das atividades’’, esse mecanismo é relacionamento aos horários. Os sujeitos devem comprimir os horários estabelecidos pela instituição. Sabemos da necessidade de comprimir e respeitas os horários, principalmente na carga horária escolar e profissional, porém, nessa época a rigorosidade era ainda maior, já que se respeitava a postura religiosa. A cobrança e exigência eram constantes, os horários deveriam ser cumpridos sob pressão, e o sujeito deveria dar conta do que foi imposto do tempo determinado.

        Organização das gêneses é um outro mecanismo apontado no texto. Esse mecanismo relata sobre a organização do tempo e do espaço leva o sujeito a acumular saberes. O individual ao ser ‘fabricado’’ precisa passar por um processo, a ser docilizado passa por várias etapas de formação, seu processo é dividido em classes. Uma série de estágios devem ser ultrapassados até que a formação esteja concluída, assim o homem “progride”, torna-se útil. A técnica que o funcionário domina é o atestado de sua submissão. O importante é o exercício, a repetição cria o “bom estudante” e o “funcionário exemplar”. Novamente vemos a ascese das práticas religiosas, cuja salvação deriva da dor. “O exercício, transformado em elemento de uma tecnologia política do corpo e da duração, não culmina num mundo do além; mas tende para a uma sujeição que nunca terminou de se completar” (Foucault, Vigiar e Punir).

         O momento em que o sujeito sabe que deve atender seus superiores. A soma é maior que as partes individuais, mas a organização é sempre exterior, superior, quase transcendente. O sinal do professor, do supervisor ou do coronel deve ser respeitado e obedecido imediatamente. Brevidade maquinal, moral de obediência. A máquina articulada não permite refletir, o corpo treinado se acopla e reproduz.

O poder produz indivíduos, age na subjetividade e nos corpos: separa, codifica, exercita, posiciona, organiza, acumula, compõe, prescreve. Age na anatomia, mecânica e economia dos corpos. Não surpreende a escola parecer tanto com o quartel. A técnica de guerra é importada ao estado. Mas já não escutamos o barulho ensurdecedor de bombas, tiros, gritos e gemidos de dor; apenas o barulho cinza dos carros, aparelhos eletrônicos e máquinas registradoras acompanhando o silêncio mórbido dos olhares mortos de corpos dóceis.

Trazendo o texto para nossa atualidade, podemos dizer que apesar de estarmos vivendo em um século diferente, é possível notar que o sujeito ele ainda é fabricado. Os indivíduos durante o decorrer da vida, são modelados pela sociedade onde vive.

 O ser humano é fruto das relações sociais. Ao mesmo tempo em que ele é individual, é também coletivo, pois vive em um processo constante de transformação, desde o nascimento até sua morte, por meio de interações grupais (família, vizinho, trabalho), sendo influenciados por padrões culturais. A cultura fornece regras, padrões e crenças que são aprendidas no contexto das atividades grupais. Então, é a partir dessa realidade sócio-histórica que nos socializamos. E à medida que nos socializamos, que ampliamos nossas relações, vamos também adquirindo novos papéis sociais e status que determinam nossa posição social na sociedade. A partir da compreensão desses fenômenos sociais, temos condições de explicar por que somos do jeito que somos e entender a nossa identidade social. Mas vimos que tudo isso depende da capacidade de termos consciência de si mesmo, que também adquirimos, a partir das relações sociais e dos papéis que desenvolvemos.

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