A Psicologia Oncológica
Por: Leidiany Silva • 22/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.972 Palavras (12 Páginas) • 247 Visualizações
“PSICOLOGIA ONCOLÓGICA”
Leidiany Rocha nº 21500479
Turma PSIC02
Docente: Professora Doutora Ana Loureiro
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Licenciatura em Psicologia
História da Psicologia
Ano Letivo 2016/2017
Resumo
O cancro é uma doença com um significado ameaçador para a maioria das pessoas, pois está associado à possibilidade de interrupção da trajetória de vida, o que exige por parte do indivíduo força e criatividade para suportar as drásticas mudanças que, muitas vezes, ocorrem no seu dia-a-dia. Face a esta situação, o psicólogo adquire um lugar de destaque e começa a ser considerado uma figura necessária nos serviços de suporte a toda equipa multidisciplinar.
É neste contexto que surge a psico-oncologia, que sendo o elo de ligação entre a psicologia e a oncologia utiliza o conhecimento educacional, profissional e metodológico proveniente da psicologia da saúde e aplica-o na assistência ao paciente oncológico, à sua família e aos profissionais envolvidos durante o processo de adoecimento e/ou recuperação. Pauta-se, ainda, por uma atuação que visa proporcionar formas de tratamento dignas e humanizadas que melhorem a qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares.
Dada a sua amplitude de ação e pertinência na prática profissional, a psico-oncologia afirmou-se enquanto ciência e hoje está presente em vários contextos, serviços e instituições públicas e privadas.
Palavras-chave: psico-oncologia, apoio psicológico, doença oncológica.
Abstract
Cancer is a disease with a threatening meaning for most people because it is associated with the possibility of interruption of life, which requires individual strength and creativity to support the drastic changes that often occur in daily life. In this situation, the psychologist takes a prominent place and begins to be considered a figure required to support the entire multidisciplinary team services.
The psycho-oncology appears in this context, which is the link between psychology and oncology and uses educational knowledge, professional and methodological from the health psychology and apply it in assistance to cancer patients, their family and professionals involved in the process of illness and / or recovery. It is also a performance that aims to provide forms of dignified and humane treatment to improve the quality of life of patients and their families.
Given its range of action and relevance in professional practice, psycho-oncology was stated as a science and is now present in various contexts, services and public and private institutions.
Keywords: psycho-oncology, psychological support, oncological diseases.
Índice
Introdução 3
Psico-oncologia: evolução histórica 3
Intervenção em psico-oncologia 4
Apoio psicológico ao paciente 4
Apoio psicológico aos familiares 5
Apoio psicológico aos profissionais de saúde 5
Psico-oncologia na atualidade 6
Conclusão 7
Referências 8
Introdução
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (DGS, 2016), mais de um milhão de novos casos de cancro são diagnosticados por ano e se num passado recente a doença oncológica estava rodeada de mitos e crenças que estigmatizavam o seu portador, atualmente esta situação foi substituída por conhecimento, tratamentos, cirurgias, grupos de autoajuda e suporte psicossocial.
Porém, ao longo de todos os tratamentos propostos, o paciente e a sua família passam por situações e vivências inesperadas que despoletam medo, angústias e incertezas, pelo que a presença de um psicólogo especializado nesta área, dentro de uma equipa multidisciplinar, pode ajudar o paciente a lidar com os seus receios e encontrar os recursos necessários para enfrentar a sua doença (Ávila & Garcia, 2006).
A psico-oncologia surge neste contexto e propõe o apoio psicossocial e psicoterapêutico perante o impacto do diagnóstico, mostrando novas formas de enfrentar as consequências da doença e melhorando a qualidade de vida do paciente e dos seus familiares (Scannavino et al., 2013). Desenvolve-se, assim, a partir da necessidade de interligar conhecimentos da oncologia e da psicologia que necessitam de um nível de compreensão e ação que transcendem o modelo biomédico-mecanicista tradicional (Veit & Carvalho, 2008).
Deste modo, procura esclarecer os fatores biológicos e sociais implicados na origem e nos tratamentos do cancro, bem como clarificar os aspetos psicológicos envolvidos na doença, na remissão ou recidiva e no seu impacto na família e nos profissionais de saúde (Campos, 2010).
Psico-oncologia: evolução histórica
Segundo Holland (2002), uma das pioneiras na área da psico-oncologia, é com a fundação do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em 1880, que surgem os primeiros estudos direcionados para a descoberta de formas de lutar contra o cancro. E a partir de 1948, aparecem os primeiros relatos de remissão da doença, criando assim mais esperança para os pacientes, familiares e equipas médicas. O pessimismo que cercava o diagnóstico de cancro começou a diminuir e o mesmo passou a ser encarado como uma doença a enfrentar e não a ocultar.
Se até então o paciente com cancro era tratado por clínicos gerais e oncologistas, a criação de equipas multidisciplinares revelou a necessidade de abordar o paciente de uma forma holística, na qual o psicólogo começou a ser solicitado para ajudar a tratar dos sintomas de angústia, depressão e ansiedade que assolavam o doente e os seus familiares. Assim, além de enfatizar os fatores psicossociais, biológicos e psicológicos, o psico-oncologista também procura fornecer uma maior compreensão acerca do processo de adoecimento e desenvolvimento da doença, bem como as suas implicações nos vários domínios de vida da pessoa (Hulbert-Williams, Neal, Morrison, Hood, & Wilkinson, 2012).
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