A Psicologia a caminho do Novo século: Identidade profissional e compromisso social
Por: deborabernardo • 3/4/2018 • Resenha • 823 Palavras (4 Páginas) • 1.218 Visualizações
RESENHA CRÍTICA DOS ARTIGOS:
- A psicologia a caminho do Novo século: identidade profissional e compromisso social – André Pereira Neto e Fernanda Martins Pereira.
- O psicólogo no Brasil: notas sobre seu processo de profissionalização – Ana Mercês Bahia Bock
Os dois artigos abordam o processo de profissionalização da psicologia no Brasil mostrando os vínculos da psicologia com a sociedade analisando os momentos da profissão e relacionando à trajetória política, econômica e social do Brasil.
O nascimento da psicologia segue o caminho do controle do período colonial, para a higienização do século XIX e para a diferenciação do século XX.
Os artigos denotam que os campos de educação e medicina contribuíram para a profissionalização da psicologia no Brasil. Primeiramente na educação, com a inclusão da disciplina de psicologia no currículo das Escolas Normais (1890) e a criação do primeiro laboratório de psicologia experimental (1906).
Na medicina a criação de um laboratório de psicologia experimental dentro da Colônia de psicopatas do Engenho de Dentro (RJ- 1923), visando auxiliar as atividades medicas, atenção as necessidades sociais e práticas, pesquisas científicas e centro de formação de psicólogos. O laboratório não se limitou a psicologia experimental, realizando também testagem e psicoterapia, o que se tornaria prática típica do psicólogo.
Se por um lado a medicina colaborou para o desenvolvimento da psicologia através da psiquiatria, por outro buscou se apropriar dela colocando o psicólogo como subordinado, exercendo somente o papel de complemento médico.
Durante a década de 1930 aumentou o reconhecimento da ciência psicológica ganhando mais espaço nas universidades, tornando-se disciplina obrigatória nos cursos de Filosofia, Ciências Sociais e Pedagogia.
Nas décadas de 1940 e 1950 esse reconhecimento se modifica. Houveram conflitos entre psicólogos e médicos pois estes afirmavam que a psicoterapia pertencia a medicina.
A formação profissional de psicólogo como hoje está organizada foi iniciada em 1957, chegando ao fim da década de 1950 como uma profissão de nível universitário no mercado de trabalho o psicólogo passou a atuar cada vez mais nas áreas de educação e do trabalho.
Em 27 de Agosto de 1962 foi aprovada a lei n°4119 que regulamentou a profissão de psicólogo, a psicologia foi definitivamente institucionalizada. Com a criação do curso de psicologia e a regulamentação da profissão, os cursos proliferaram no pais, associações profissionais e cientificas, surgiram e ampliaram o mercado de trabalho possibilitando atuar em diferentes campos como a clínica, escola, trabalho, área acadêmica e jurídica. A psicologia se desenvolvia com vigor.
Na década de 1970 cresce o número de profissionais formados em psicologia, entrando a psicanalise e a psicologia no cotidiano das pessoas através de revistas, programas de tv, livros e etc.
Deitar no divã significava sinal de status social, este período também foi marcado pela repressão da ditadura militar, o que favoreceu o crescimento da profissão pois o silenciar era a palavra de ordem, tornando atraente e válido este tipo de espaço surgindo o psicoterapeuta como o novo profissional.
O código de ética foi criado em 1975 garantindo maior credibilidade com a clientela.
No final da década de 1970 com as grandes greves operárias, a classe média também foi levada as suas organizações. Em 1979 os psicólogos ocuparam ou criaram seus sindicatos. Grupos mais progressistas queriam que a psicologia se tornasse um instrumento a serviço da população.
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