A Psicologia das Organizações
Por: Talita Rodrigues • 5/7/2023 • Trabalho acadêmico • 788 Palavras (4 Páginas) • 53 Visualizações
Beatriz, Isabela, Maria, Sarah e Talita |
Curso de Psicologia |
Psicologia das organizações |
2023 – 1º SEMESTRE |
Professora Camila Costas Torres |
Trabalho
As funções psicossociais do trabalho envolvem a satisfação de necessidades individuais e coletivas, como a busca por autonomia, a construção de relacionamentos interpessoais, o desenvolvimento de competências e a realização pessoal (Zanelli, Borges-Andrade, & Bastos, 2014). Dessa forma, o trabalho exerce um papel central na formação da identidade e na organização da vida das pessoas.
A centralidade do trabalho na vida das pessoas pode ser defendida por diversas razões. Em primeiro lugar, o trabalho é um meio de garantir a sobrevivência, permitindo aos indivíduos prover suas necessidades materiais básicas e sustentar suas famílias (Engels, 2006). Nesse contexto, o trabalho assume uma função primordial para a manutenção da vida e a promoção da qualidade de vida.
Em segundo lugar, o trabalho possibilita a realização pessoal, na medida em que oferece oportunidades para desenvolver habilidades e competências, enfrentar desafios e obter sucesso em suas atividades (Morin, 2001). Dessa forma, o trabalho é visto como uma fonte de crescimento pessoal e profissional, além de contribuir para a construção da autoimagem e autoestima dos indivíduos.
Por último, o trabalho contribui para a construção de relações sociais, promovendo interações com colegas e a formação de redes de apoio emocional e instrumental (Ribeiro & Léda, 2004). O trabalho, portanto, é um espaço de socialização e integração entre os indivíduos, favorecendo o desenvolvimento de vínculos afetivos e a criação de laços de solidariedade e cooperação.
Entretanto, a centralidade do trabalho na vida das pessoas também pode ser criticada. Primeiramente, a ênfase excessiva no trabalho pode levar à alienação e à perda de autonomia dos indivíduos, que se veem presos a rotinas de trabalho desgastantes e pouco gratificantes (Ribeiro & Léda, 2004). Nesse sentido, o trabalho pode se tornar uma fonte de sofrimento e insatisfação, especialmente quando os trabalhadores não encontram um propósito ou significado em suas atividades laborais. Essa alienação pode comprometer a saúde mental e emocional dos indivíduos, gerando estresse, ansiedade e outros problemas psicológicos.
Além disso, a valorização exacerbada do trabalho pode gerar desequilíbrios na vida pessoal, prejudicando a saúde mental e física dos trabalhadores e dificultando a conciliação entre vida profissional e familiar (Lobato, 2004). Essa dificuldade em estabelecer um equilíbrio entre as diferentes esferas da vida pode levar a um desgaste emocional e físico, resultando em esgotamento profissional e comprometimento das relações interpessoais.
Por fim, a centralidade do trabalho pode reforçar uma mentalidade materialista e consumista, em que o sucesso e a felicidade são mensurados em termos de renda e poder aquisitivo, desvalorizando aspectos mais intrínsecos e humanos da vida (Zanelli et al., 2014). Essa perspectiva pode levar à desumanização do trabalho e ao esquecimento de valores e princípios éticos e morais, que são fundamentais para uma convivência harmoniosa e solidária.
Em contrapartida, a crítica à centralidade do trabalho também tem gerado discussões sobre a necessidade de repensar o papel do trabalho na sociedade contemporânea. Algumas correntes teóricas defendem a ideia de que é preciso buscar alternativas que valorizem outras dimensões da vida humana, como o lazer, a cultura, a educação e a espiritualidade, proporcionando uma vida mais plena e equilibrada (Zanelli et al., 2014).
Nesse contexto, a construção de políticas públicas e práticas organizacionais que favoreçam a promoção da qualidade de vida no trabalho e o desenvolvimento de ambientes laborais saudáveis e inclusivos torna-se fundamental (Zanelli, Borges-Andrade, & Bastos, 2014). Ações como a implementação de programas de saúde mental e de apoio à aposentadoria podem ser importantes para garantir o bem-estar dos trabalhadores e a sustentabilidade das organizações (Zanelli, Silva, & Soares, 2010).
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