A Psicologia e Religião
Por: Luana Mendonça • 12/6/2017 • Trabalho acadêmico • 1.549 Palavras (7 Páginas) • 292 Visualizações
CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DO MARANHÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
LUANA PENHA DE MENDONÇA – CPD: 57233
PSICOLOGIA E RELIGIÃO
SÃO LUÍS - MA
2015
CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DO MARANHÃO
LUANA PENHA DE MENDONÇA
PSICOLOGIA E RELIGIÃO
Projeto do segundo semestre do curso de
Psicologia, Segundo período, UNICEUMA, MA.
Orientador(a): Prof. Nelma Silva
SÃO LUÍS – MA
2015
Psicologia e Religião
Para uma boa introdução ao assunto que envolve o encontro entre a Psicologia e a religião, é necessário explicar o contexto histórico que marcou uma serie de fatores que explicam o contexto atual.
Consta-se que a religiosidade teve seu inicio no começo da Antiguidade (4000 a.C – 476), sendo que a Era Cristã teve seu marco entre o final da antiguidade e o inicio da Idade Média (476 – 1453). Com as mitologias, que buscavam explicar fatores que os recursos da época não permitiam um bom estudo, surgiam regras que proibiam civilizações e tribos a agirem de forma julgada “inadequada” por aqueles que seriam mais tarde chefes de Estados. A mitologia era usada de tal forma que as entidades existentes em cada cultura poderiam castigar ou mesmo favorecer o indivíduo que agisse de acordo com as regras.
A medida que a Idade média teve seu fim e a Idade Moderna (1453 – 1789) teve seu inicio, notou-se que o cristianismo, principalmente, marcou as culturas orientais, mais tarde, as ocidentais. A união Igreja-estado, apesar de possuir princípios éticos, nem sempre agiu de forma amigável. As expressões Idade Média e Idade Moderna surgiram durante o Renascimento, no séc. XV. Os renascentistas se referiam à Idade Média como “uma longa noite de mil anos” ou “Idade das trevas”, em que mergulhara a ideia clássica após a queda de Roma (VINCENTINO, 2012)
“A ciência perdeu a vitalidade e a velha união com a filosofia se dissolveu. (...) A filosofia contraiu nova aliança, dessa vez com a teologia; durante séculos a vida intelectual se processaria sob a orientação da Igreja. (...) É cabível indagar da Historia se há alguma razão válida para supor que o gênio humano chamejou com menos brilho quando os homens, por boas razões pessoais e da época, transferiram o pensamento especulativo da ciência-filosofia para a teologia-filosofia. Presumivelmente, os homens do (...) principio da Idade Média nasceram com a mesma capacidade de pensar, inquirir e evoluir intelectualmente que os homens de qualquer outra época. A questão, então, não é se tinham capacidade, mas se podiam ou desejavam usá-la, e como usavam” BARK, William Carroll. Origens da Idade Média. 3. Ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1974. p. 102-3.
Assim, torna-se relevante a idéia de como a religiosidade se estendeu até a Idade Contemporânea (1789 - ) e assim se manteve, tendo um controle muitas vezes camuflado sobre o estado.
No Brasil, após a proclamação da independência em 1822, a situação que iniciou-se desde a colonização não avançou muito na questão de liberdade de religião. A Constituição Imperial de 1824 mostrou claramente a ligação entre o Estado e Religião, e permitiu somente certa tolerância religiosa, já que a Igreja Católica Apostólica Romana era a religião oficial do Império, com todos os benefícios consequentes dessa qualidade de Estado confessional. O primeiro documento constitucional brasileiro realizado em 1824, ao tratar de religião, previu o seguinte (citação do texto original):
Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo.
[...] Art. 95. Todos os que podem ser Eleitores, abeis para serem nomeados Deputados. Exceptuam-se
(...) III. Os que não professarem a Religião do Estado.
[...] Art. 103. 0 Imperador antes do ser acclamado prestará nas mãos do Presidente do Senado, reunidas as duas Camaras, o seguinte Juramento - Juro manter a Religião Catholica Apostolica Romana, a integridade, e indivisibilidade do Imperio; observar, e fazer observar a Constituição Política da Nação Brazileira, e mais Leis do Imperio, e prover ao bem geral do Brazil, quanto em mim couber.
A situação só melhorou um pouco em 1889, na Proclamação da República, fator decisivo para a mudança de tratamento pelo Estado com relação à questão religiosa. O Decreto nº 119-A de 07 de janeiro de 1890 redigido por Rui Barbosa transformou o sistema de relação entre Religião e Estado. O Brasil deixou de ser um Estado confessional para ser um Estado laico antes mesmo da primeira Constituição Republicana.
O tal decreto proibiu a intervenção da autoridade federal e dos Estados em questões religiosas, proporcionando a plena liberdade de cultos e extinguindo o padroado, além de tomar outras providências com relação ao tema. Foi considerado, de fato, um marco na história do Brasil, porque pela primeira vez em quase quatrocentos anos de história a partir da “descoberta” pelos colonizadores portugueses, o Estado brasileiro se via separado de uma religião oficial e permitia ao povo a liberdade de crença e de culto.
Tendo conhecimento sobre o básico do contexto que estabeleceu uma ligação tão intima entre a religião e o Zeitgeist, pode-se partir para o ponto central da questão aqui abordada: A relação entre Psicologia e Religião.
Faz menos de um século que a profissão de Psicólogo teve sua regulamentação no Brasil. Esta trajetória teve início a partir da reforma de Benjamin Constant no ano de 1890 que introduz noções de Psicologia para as disciplinas de Pedagogia na grade curricular das Escolas Normais (Soares, 2010). Tendo em vista que essa área envolve diretamente o mundo social, pessoal e psíquico de cada individuo que compõe uma sociedade, é certo afirmar que as questões que envolvem crenças acompanham todos os aspectos que servem como estimulo para o comportamento individual. A partir do momento em que o psicólogo se envolve com pesquisas, atendimentos e teorias, ele está exposto ao universo particular e coletivo da sociedade, podendo sempre se deparar com questões que devem ser estudadas com cautela e precisão.
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