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A Psicologia e a Deficiência

Por:   •  7/4/2019  •  Resenha  •  784 Palavras (4 Páginas)  •  145 Visualizações

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        O diagnóstico inicial de um filho com deficiência é um momento de choque para os pais, surge então a preocupação com os cuidados que serão necessários ao longo da vida daquela criança, a mudança que a rotina do casal sofrerá e, principalmente, o estranhamento alheio que esta sofrerá durante toda a vida.

        No texto “Acompanhamento Psicológico de uma Criança Deficiente e de seus Pais”, o autor descreve as reações dos pais ao diagnóstico de um filho deficiente, a dúvida acerca da aceitação ou não do diagnóstico e, sobretudo, os questionamentos acerca da ocorrência daquele caso em sua família. O sofrimento destes pais deve ser compreendido, já que assistir ao sofrimento de seus filhos é ainda mais doloroso que assistir ao seu próprio sofrimento, sendo necessária a abertura da possibilidade de falar acerca desta dor, deste momento ao qual estão passando e das dificuldades que serão encontradas ao longo do caminho.

        A deficiência pode ser encarada como uma “fuga a uma norma” predeterminada. No texto de Canguilhem (2009), o mesmo descreve a vida orgânica como uma ordem que está amplamente sujeita a ameaças, sendo a maioria destas restabelecíveis, porém como “estabelecer” uma norma para um organismo vivo? De acordo com o autor, não se pode taxar o mais frequente como o normal, comum, já que em determinadas situações, a mutação auxiliou na evolução.

        O autor cita ainda um estudo onde as normas humanas são definidas como a possibilidade de ação de um organismo em uma situação social, e não referente às funções fisiológicas.

        Porém, ainda existe certa dificuldade de aceitação e inclusão por parte da sociedade em relação às pessoas com deficiência ou com algum tipo de limitação, essas pessoas são encaradas como diferentes, como uma exceção a regra, fazendo com que estas possuam dificuldades de interação com a sociedade no geral, como pode ser observado no filme “A Família Bélier”.

        No filme o autor Eric Lartigau, conta a História de Paula, uma adolescente comum, não fosse pelo fato de sua mãe, seu pai e seu irmão mais novo serem surdos-mudos. O autor mescla a história da personagem principal à dificuldade de interação encontrada pela sua família, onde Paula, pelo fato de ser a única que não possui a deficiência, atua como intérprete de sua família, trabalhando vendendo o queijo produzido na fazenda da família, atendendo ligações, traduzindo noticiários de TV e, até mesmo, indo a consultas médicas com seus pais para auxiliar na comunicação durante a consulta.

        Neste filme é possível observar as dificuldades enfrentadas por pessoas que possuem algum tipo de deficiência para a interação social, além do estranhamento por parte da sociedade. É possível observar ainda à dependência de toda a família a filha mais velha, que por muitas vezes se sente sobrecarregada.

        Este fato pode ser ligado ao texto “Acompanhamento Psicológico de uma Criança Deficiente e de seus Pais”, pois assim como a personagem principal do filme, os pais de crianças com algum tipo de deficiência, também enfrentam, em determinado momento, esta sobrecarga de responsabilidades.

        Desta forma, nestes casos, é importante o acompanhamento psicológico, tanto da pessoa quanto de seus familiares, para auxiliar na compreensão e aceitação desta deficiência e de seus possíveis encargos.

        O direito ao acompanhamento psicológico é garantido pela Lei 13.146 de 2015. Esta Lei assegura ainda o direito de inclusão da pessoa com deficiência, assegurando-lhes o direito à acessibilidade e convívio social. Institui ainda que toda e qualquer forma de violação ou ameaça a tais direitos deve ser comunicada a autoridade competente. Porém, como pode ser observado no filme de Lartigau, nem sempre tais normatizações são seguidas, seja pela ausência de acessibilidade, como observado no filme através da ausência de interpretes oficiais em determinados lugares e transcrição da programação de TV com legenda ou interpretes da linguagem de sinais, ou pelo simples fato de violação destes direitos assegurados.

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