A Resenha “Beleza Americana” e o Desejo
Por: Witt • 19/10/2020 • Abstract • 379 Palavras (2 Páginas) • 217 Visualizações
Resenha: “Beleza Americana” e o desejo
O drama “Beleza Americana”, retrata a história de Lester Burnham, um pai de família suburbano que vive uma crise de meia idade que altera o rumo de sua vida. O protagonista é casado com Carolyn e, juntos, eles tem uma filha adolescente chamada Jane. O ponto para a reviravolta na vida de Lester acontece quando ele se sente atraído sexualmente por Angela, amiga de sua filha. Porém, Angela é adolescente e ele um homem de meia idade o que, moralmente, dificulta a consumação do ato. Logo, Lester fantasia em sua mente o que quer fazer com Angela na busca por satisfação.
Jane, por sua vez, quando percebe a atração do pai pela amiga se sente rejeitada pelo progenitor por não lhe dar tanta atenção como para a outra adolescente. Esse sentimento causa na menina o desejo de que seu pai morresse para que, assim, ele não dispensasse mais atenção com nenhuma outra garota senão ela. Jane chega a confessar esse desejo para o namorado, Ricky, mas depois afirma ser uma brincadeira.
Ricky é traficante e mora com a mãe e o pai, o Coronel Fitts. Seu pai é um homem bastante autoritário que não admite que o filho cometa erros e sempre que pode, reitera que prefere que o menino seja um criminoso do que seja gay. A violência do Cel. Fitts contra Ricky é movida pelo seu próprio desejo homossexual, mas que é recalcado e retorna em forma de agressões contra o filho, que não reflete a masculinidade que o pai espera.
Os desejos supracitados podem ser explicados pela Teoria do conflito psíquico desenvolvida por Freud, na qual o Eu é a imagem que se tem de si mesmo e a moral são as concepções do que o Eu deve ser. Nesse contexto, os desejos que se opõe a imagem moral do Eu (incestuosos, assassinos, violentos, sexuais, etc.) são censurados e se tornam inconscientes sendo impedidos de serem acessados por meio da resistência e do recalque. A fantasia, nesse cenário, produz certo nível de satisfação, servindo como válvula de escape para o desejo frustrado.
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