A práxis do psicólogo comunitário: desafios e possibilidades
Por: ViicK Honorato • 7/3/2019 • Resenha • 734 Palavras (3 Páginas) • 238 Visualizações
A práxis do psicólogo comunitário: desafios e possibilidades
A psicologia comunitária foi reconhecida pouco antes do golpe militar, onde a prática psicológica se baseava em intervenções desenvolvimentistas, sendo este o causador de comportamentos consumistas e o predomínio do individualismo. Por repressão da ditadura não se tinha movimentos sociais. Devido a privação de direitos básicos pelo governo, a população, vários profissionais começaram a trabalhar mais perto do povo. Com o passar do tempo, professores e alunos passaram a desenvolver trabalhos nos setores desfavorecidos, construindo um saber ligado as necessidades sociais. Dando margem assim para surgimento da psicologia social comunitária.
Os estudantes, professores de psicologia realizavam trabalhos baseados em referências da Sociologia, Antropologia, entre outras áreas. O objetivo desses profissionais era criar atividades que permitissem a psicologia estar mais perto do povo, ajudando os indivíduos a se organizarem de forma política, e assim pedirem por melhores condições de vida. A partir dos anos 90 a psicologia começou estar ligada as práticas em questão da saúde, questões ligadas a uma instituição ou órgãos públicos, com a intenção de ter uma psicologia mais liada as questões do povo, onde o nome era “psicologia da comunidade”. Por fim nasce a Psicologia Social Comunitária, que veio da psicologia social e com foco no trabalho grupal. O conceito de comunidade antes da década de 70 era o mesmo de sociedade, Wundt em 1904 a conceituava como uma interação coletiva que mantinha a unidade entre seus integrantes e Freud a considerava como injusta e negativa por considerar que todos os homens têm as mesmas necessidades e direitos lhes tirando a individualidade.
Nem mesmo na Psicologia Social a comunidade aparece como centro de investigação, pois esta, se dedica a investigar grupos e suas interações sociais. Porém é a partir desse viés teórico que a Comunidade torna-se objeto de estudo, através do método experimental, com o objetivo de humanizar o atendimento clinico (associadas a educação popular, à medicina psiquiátrica social sob orientação do estado) trabalhando esta comunidade com o intuito de desenvolver habilidades individuais, coletivas e grupais para integrar a população aos programas de modernização e para prevenir doenças.
A comunidade passa então a ser entendida como unidade de consenso, onde os indivíduos que a compõem aceitam as condições em que esta está inserida, havendo assim um consenso. O psicólogo deixa de ser confundido com um educador popular, ou clínico fora do consultório ou ainda como um assistente social e passa a ser considerado como um militante que entende a comunidade em sua subjetividade e a partir das técnicas de intervenções grupais promovem o desenvolvimento de uma consciência crítica para que os indivíduos possam lutar por suas causas em comum.
Para esta atuação do profissional de psicologia na comunidade o âmbito socio histórico é importantíssimo, porém devido as transformações constantes no contexto da comunidade e a complexidade das dinâmicas sociais atuais é difícil que este profissional estabeleça uma previsão o que virá diante de sua atuação juto a comunidade. Portanto é de suma importância a consideração do quadro macrossocial a que esta comunidade está inserida, pois este macro influencia no micro e o altera.
Independente do motivo pelo qual o psicólogo se inseriu na comunidade, o mesmo deve criar um vínculo com esta. Seu trabalho, portanto, se baseia na perspectiva social dessa comunidade realizando uma investigação a cerca das situações enfrentadas pela mesma e suas necessidades procurando trabalhar em grupo através de métodos de conscientização possibilitando que seus integrantes, gradualmente assumam papeis realizando um exercício de cidadania e beneficiando a todos. Este trabalho utiliza-se de conhecimentos teóricos da psicologia social comunitária que auxiliam compreender a interação entre os indivíduos e os grupos. O Psicodrama também é uma abordagem teórica que possibilita o trabalho na comunidade e através dele o indivíduo assume o papel do outro recompondo o sentido da identidade e do pertencimento ao grupo.
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