Abuso infantil abordado na ludoterapia
Por: Amanda Sierra • 30/3/2021 • Artigo • 1.162 Palavras (5 Páginas) • 320 Visualizações
Constantes estudos acerca do abuso infantil e das consequências às vítimas e às famílias vem sendo realizados. Através do estudo de caso pode-se perceber que na psicoterapia é observado comportamentos de medo, receio de contato com outros e percebe-se uma pessoa com baixa energia após ter passado pelo trauma de um abuso infantil.
No Brasil o abuso infantil é compreendido como todo e qualquer ato ou jogo sexual, seja ele em relação homossexual, no qual os perpetradores estão em estágios de desenvolvimento psicossexual mais adiantado do que a criança ou adolescente. Por finalidade, define-se como prática que visa estimular sexualmente as vítimas ou utilizá-las para obtenção de satisfação sexual (dos perpetradores). Evidencia-se por meio de práticas eróticas e sexuais impostas às crianças ou aos adolescentes por violência física, ameaças ou indução de sua vontade. A violência sexual pode variar desde atos nos quais não há contato físico (e.g., voyeurismo, exibicionismo, produção de fotos), até diferentes tipos de ações que incluem contato físico com ou sem penetração. Inclui, ainda, situações de exploração sexual visando o lucro, tais como a exploração sexual e a pornografia (Brasil, 2002).
O abuso sexual pode ser intrafamiliar (quando o abusador é da mesma família da criança) ou extrafamiliar (quando o abusador não é da mesma família que a vítima). Existe, porém, uma grande dificuldade de quantificar a frequência de tal violência principalmente pelo medo que a vítima tem do agressor, vergonha do acontecimento ou inclusive, quando o abuso é intrafamiliar, às consequências geradas por denunciar um abusador que causará modificações que a família sofrerá após a denúncia.
Em relação a criança ou adolescente abusado, diversos fatores podem influenciar como será a resposta ou como a criança passará a se comportar após a ocorrência do abuso. Tais fatores estão relacionados ao modo como o abuso ocorreu, se houve outras formas de violência física ou psicológica, idade da criança, reação dos familiares e o apoio social recebido após a denúncia. Porém muitos são os sintomas que podem ser desenvolvidos após a violência como por exemplo: baixa autoestima, dificuldades de relacionamento, ansiedade, tristeza constante, dificuldades de sono, medo, comportamento regredido e agressividade.
Neste contexto, vale destacar a importância da psicoterapia que pode ajudar a vítima de abuso a ressignificar os acontecimentos, recuperar experiências perdidas e retomar seu desenvolvimento emocional. Por outro lado, também é importante o trabalho com a família da vítima uma vez que existe a dificuldade em lidar com a situação.
Um melhor preparo e maior conhecimento das pessoas que convivem com a vítima de abuso (professores, familiares, entre outros) é de fundamental importância para detectar a possiblidade de um abuso e agir de maneira a mitigar o impacto emocional causado. Não somente isto, mas pensar em estratégias que auxiliem as crianças de forma que não tenham consequências negativas e prejuízos em seu desenvolvimento é de grande importância.
Contrário a este movimento de elaboração de um plano de auxílio a vítimas de abuso infantil, temos os dados de violência que muitas vezes não são fidedignos. Principalmente no Brasil que conta com o programa Disque Direitos Humanos (Disque 100), onde recebe-se notificações de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes de todo o país, porém, seus relatórios incluem casos nos quais não há confirmação de violência sexual sendo os resultados enviesados por esse motivo.
Uma vez que conhecemos essa particularidade dos dados brasileiros sobre abuso infantil podemos tomar algumas conclusões acerca da forma e de sua generalidade. Nota-se que em todas as modalidades de violência sexual, as vítimas do sexo feminino foram em maior número obtendo um índice de 82% nas ocorrências de exploração sexual. Embora o número de vítimas do sexo masculino seja menor, os resultados indicam que a violência sexual ocorre em ambos os sexos, contudo, a ocorrência de violência sexual é um fator de risco para o desenvolvimento de sintomas e quadros psicopatológicos, sendo então considerado um estressor generalizado.
Segundo estudos não se pode concluir que existe um consenso quanto a possíveis diferenças relacionadas as consequências de violência sexual para ambos os sexos. Tais consequências especialmente a longo prazo, justificam, portanto, o investimento em serviços de atendimento com o objetivo de aumentar a qualidade de vida das crianças e adolescentes vítimas e prevenir a ocorrência de psicopatologias na infância, adolescência
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