Adolescência e Psicologia
Por: NPresas • 7/11/2016 • Trabalho acadêmico • 1.762 Palavras (8 Páginas) • 268 Visualizações
Natália Presas Rodrigues 702771-7 03AN Psicologia, noturno
Adolescência e Psicologia
Síntese
- Capítulo II – Contexto do Adolescente
Para conseguirmos trabalhar com o adolescente nos dias atuais é necessário compreender que ele passa por diversas etapas de desenvolvimento psicológico e pedagógico, variando de acordo com suas condições de vida e interações sociais.
Essa formação na atualidade se dá por diversos fatores que nos fazem rever a forma que o adolescente é compreendido na sociedade, como a superficialidade ao adquirir novos conhecimentos devido ao avanço da tecnologia, a cultura do consumo que gera necessidades rapidamente descartáveis, a individualização e falta de interesse nos espaços públicos – gerado também pela falta de segurança e violência nesses mesmos espaços, que resulta numa diminuição da convivência, de trocas e experiências; a desigualdade social que produz uma autoimagem naturalizada de inferioridade fazendo com que as pessoas acreditem menos nelas mesmas. Temos a influência das dificuldades econômicas, principalmente nas classes populares, que possui excesso de trabalho e escassez de tempo, vivendo relações de abandono pela família, que é um dos fatores mais importantes para esse desenvolvimento, já que ela é estrutura básica do ser e oferece todo amparo necessário, precisando ser acolhedora diante de novas experiências e aceitando suas dúvidas e conflitos que se instalam nesse momento de transação entre criança e adultos, momento de formação e descobrimento. Por isso é sempre necessário olhar para o adolescente na família e não isoladamente.
Somos seres biopsicossociais, ou seja, somos influenciados por três fatores: o biológico, psicológico e o social. São eles que definem um bem-estar completo – ter saúde não significa apenas não estar doente. Por isso na hora de trabalhar com o adolescente é muito importante relembrar que está tudo integrado em uma rede de ações a família, escola, trabalho, etc.
- Capítulo III – O Psicólogo e a Ação com o Adolescente
O psicólogo é um profissional da saúde – mais especificamente, de saúde mental. Isso é independente do local em que ele atua. Sua influência vem crescendo e cada vez mais é aceito por diversos profissionais e a própria comunidade.
Existem várias maneiras de intervir na rede pública como um psicólogo:
- Enquadre terapêutico:
Organiza, normatiza e possibilita o atendimento. Hoje ainda que o psicólogo esteja ganhando espaço, existem falhas no tratamento em redes públicas. É necessário estabelecer os papéis e posições entre o que é desejável e o que é possível, já que existe falta de sigilo de certas informações, falta de estrutura adequada para atendimento. É necessário planejamento e cuidado.
- Orientação e aconselhamento:
É uma promoção de saúde que favorece uma reflexão do indivíduo, tornando-o ativo no processo de prevenção e cuidado de si. Constitui numa ferramenta pela qual o adolescente é levado a refletir sobre seus problemas, encorajado a verbalizar suas dúvidas e receios para identificar situações de vulnerabilidade e risco. É um processo de escuta ativa centralizado no adolescente e que é aceito muito bem por eles. Essa intervenção gera uma relação de confiança entre profissional e usuário, dando apoio emocional e mantendo uma comunicação clara e objetiva.
- Psicoterapia Individual:
Pode ser de longa ou curta duração e depende da vontade do próprio adolescente ou encaminhamento de outros profissionais. Ela leva o adolescente a auto compreensão e determinação, faz com que ele se aproprie de sua doença e entenda que o adoecer depende apenas de suas atitudes.
- Monitoramento e avaliação psicológica
O monitoramento é feito em intervalos de 3 a 6 meses, variando de acordo com a necessidade e a patologia, através de entrevistas psicológicas. Normalmente esse tipo de tratamento é solicitado por outros profissionais com a intenção de verificar ocorrências de patologias psiquiátricas e/ou neurológicas. Promove o entendimento de fatores que aumentam a predisposição ao desenvolvimento de outros quadros patológicos, possibilitando o encaminhamento para o professional devido.
- Trabalho com grupos:
Existem vários tipos de grupos, porém independente disso existem algumas características comuns entre eles. É necessário distinguir os critérios de seleção daqueles indivíduos, como idade, interesse, patologia, etc. O psicólogo precisa ter clareza no que pretende com aquele determinado grupo, principalmente se tratando de adolescentes que vão ter uma imagem do psicólogo como aquele que detém o saber, criando resistências e críticas, podendo acarretar em alguma confusão ou mal-entendido. Os adolescentes apresentam uma resistência menor quando se trata de uma abordagem grupal, pois eles se sentem mais protegidos e parte de um todo.
- Suporte emocional à família/comunicantes:
Muitas vezes dependendo da patologia ou quaisquer motivos que o adolescente possa estar sendo tratado, existem diversas formas que a família possa vir a reagir. Esse suporte serve para aproximar a família dos profissionais que lidam diretamente com o adolescente e se utilizado a abordagem correta, pode facilitar muito no tratamento e compreensão de todos.
Entre outros como grupo de promotores de saúde, intervenção hospitalar, assistência domiciliar terapêutica, trabalho com equipe multiprofissional, participação no controle social, entre outros.
- Capítulo V – A Questão da Adolescência Numa Perspectiva “Antimanicomial”
O atendimento e tratamento para adolescentes vem crescendo cada vez mais nos serviços públicos. Famílias e escolas encaminham na expectativa de auxílio devido a “fracassos escolares”, “dificuldades cognitivas”, entre outros. O profissionalismo incumbe a uma ética própria e faz com que os psicólogos mantenham um olhar atento para cada situação que enfrenta, fazendo com que notem uma certa impaciência social com a infância e adolescência. Isso faz com que exista uma contenção das liberdades, uma tentativa de produzir padrões, já que o comportamento dos adolescentes estão cada vez mais sendo tratados como problemas no desenvolvimento social e não como comportamento normal de uma pessoa em fase de transformação. A escola possuí um papel importantíssimo nesse contexto, pois busca o controle social, de segregação e exercício de poder. O local onde o jovem deveria ganhar conhecimento, atingir novos objetivos e se conhecer como ser atuante da sociedade acaba se tornando apenas um local onde o jovem vai para ser dominado e não compreendido e reconhecido – afinal o jovem se faz adulto por suas conquistas, como diz Ariès em 1981.
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