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Amostra Nacional De Psicologia

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Por:   •  12/4/2014  •  2.389 Palavras (10 Páginas)  •  282 Visualizações

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CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL PARA FACILITAR A SAÚDE MENTAL

Quando nosso objetivo é facilitar a adaptação e a acomodação, devemos ajudar as pessoas a quem servimos a aprender como realizar as ocupações de diferentes maneiras. Durante o processo de mudança de suas rotinas ocupacionais usuais, os pacientes podem descobrir coisas novas sobre si mesmos. O terapeuta habilidoso ajuda os pacientes a integrar este novo autoconhecimento dentro da nova identidade. Esta nova versão da pessoa apresenta um repertório de estratégias de adaptação para ajustar-se às perdas funcionais associadas à doença.

Onde a pessoa com uma incapacidade começa a construir um novo conceito que a ajudará a navegar pela vida com diferentes habilidades funcionais? Muitos começam por aprender como realizar as tarefas familiares. Ao estruturar experiências importantes que constroem os componentes do desempenho, no ambiente terapêutico, os terapeutas fornecem a oportunidade para que as pessoas aprendam como viver com uma incapacidade e como relacionar as suas funções pregressas e futuras.

A função de trabalhador pode ser uma parte importante da identidade de uma pessoa. Compreender como as atividades produtivas se encaixam dentro dos valores do indivíduo é, com freqüência, a primeira etapa para compreender a intervenção ocupacional. Quais funções a pessoa tem nas atividades vocacionais? Observar e conversar sobre como a incapacidade neurobiológica afetou o desempenho do trabalho proporcionam importantes informações sobre intervenções significativas e apropriadas. Uma pessoa com um distúrbio bipolar pode experimentar dificuldades em vestir-se, arrumar-se e dormir, o que acaba por influenciar o desempenho bem-sucedido das atividades produtivas. Como um terapeuta ocupacional, você pode fornecer as informações sobre códigos para se vestir para o trabalho, que este paciente possa querer, e ajudar esta pessoa a satisfazer estes códigos de vestir, para assegurar o sucesso em uma entrevista de trabalho.

Controlar uma casa e cuidar dos outros pode fazer parte da função de um trabalhador. A alimentação apropriada é um fator primordial na manutenção da saúde mental, e é apoiada por fazer compras, preparar e limpar os alimentos, e limpar a casa. Uma pessoa que se torna incapaz de realizar estas atividades por causa de crises recorrentes de pânico, agorafobia ou tendências suicidas pode começar por focalizar a orientação, o seqüenciamento e as estratégias de adequação específicas para os sintomas, durante a terapia ocupacional. Estas habilidades poderiam, então, ser utilizadas para organizar o espaço de trabalho da cozinha para a preparação segura e eficiente da refeição.

Os terapeutas ocupacionais ajudam o indivíduo a selecionar, e em seguida a se engajar em atividade que seja significativa para sua vida. Focalizamos a identidade, o ser humano — o eu — de uma pessoa, durante as intervenções terapêuticas colaborativas. A adesão ao tratamento é o ponto de partida. O envolvimento na ocupação é central. Aprender através da ocupação é o que possibilita a mudança. As capacidades funcionais novas ou diferentes devem ser integradas ao autoconceito da pessoa.

Para conseguir a saúde mental devemos desenvolver uma identidade que se baseia no funcionamento saudável, tais como:

-Sensação de bem estar;

- Fazer uma elaboração psicológica para realizar seus objetivos;

- Pensar, sentir e agir dentro das limitações sociais;

- Alcançam objetivos que são valiosos no contexto social da pessoa.

Durante o processo terapêutico as áreas que abordamos durante a ocupação.

• Autocontrole;

• Autoexpressão;

• Autocontrole;

São aspectos importantes de saúde mental e nos fornecem um meio para começar a olhar mais de perto a pessoa como um ser integral, nas intervenções terapêuticas.

Devemos confrontar a necessidade de modificar sua auto imagem pré mórbida, e recriar a compreensão de quem são, incorporando as forças e limitações impostas pela incapacidade.

OBJETIVOS DA INTERVENÇÃO

A avaliação precede o planejamento do tratamento. A síntese dos dados de avaliação fornece informações sobre as atividades valorizadas, motivação e déficits funcionais dos pacientes, que ajudam ou comprometem seus desempenhos funcionais. Com base nesta informação, os terapeutas precisam colaborar com os pacientes para estabelecer objetivos para o ótimo funcionamento nas áreas de desempenho de importância para os pacientes. Os objetivos do tratamento devem ligar os componentes e áreas de desempenho. Com freqüência, um grupo de subabilidades é objetivado, como a iniciação da atividade, conduta social e auto-expressão.

Se a intervenção de terapia ocupacional está voltada para os componentes do desempenho ou identidade, a comunicação sobre os objetivos terapêuticos é crucial. Os terapeutas reforçam a relação terapêutica do reconhecimento total das forças da pessoa, confirmando as dificuldades impostas pela perda da função e respeitando a disciplina e o compromisso de empreender as alterações básicas no estilo de vida.

A terapia ocupacional envolve fomentar a alteração dentro do contexto das interações dinâmicas entre a ocupação, os meios de relação negociados pelo paciente e pelo terapeuta e o ambiente em que ocorre o engajamento na ocupação. Este padrão de tarefa-relação-ambiente é um processo complexo que exige atenção para muitos fatores que podem influenciar a capacidade da pessoa para aprender a fazer, incluindo as percepções do comportamento não-verbal. Estruturar os eventos de uma seção é a ligação entre o objetivo do tratamento e o potencial para aprender através da experiência. Organizar as partes da tarefa abre oportunidades para experimentar a acomodação da incapacidade.

É a interação única da tarefa, relacionamento e ambiente que ajuda os indivíduos envolvidos no processo de mudança a se enxergar de maneira diferente, experimentar os possíveis auto-atributos, em seguida selecionar aqueles que serão incorporados no autoconceito. O processo de autodesenvolvimento deve ser feito com uma combinação na interação com os outros e da autoconsciência e reflexão. O eu se desenvolve para proteger o indivíduo, garantir o mínimo de sobrevida e, de maneira ideal, para expandir a qualidade de vida. A finalidade do relacionamento ativo com a ocupação significativa é ajudar a pessoa que sobreviveu à doença e à incapacidade a se redescobrir.

INTERVENÇÃO PARA FOMENTAR O AUTOCONTROLE

A função subjetiva do próprio eu é regular o comportamento, manter a saúde mental e maximizar a contribuição produtiva de cada pessoa nas funções valorizadas na sociedade. Seria provável que os terapeutas ocupacionais usassem várias estratégias para ajudar o paciente a se adequar, visando compreender os estressores nas diversas situações. A seguir, estão listadas partes daquelas estratégias. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Definir os processos sensório-motor, cognitivo e psicossocial que rompem a função adaptativa e a estabilidade.

2. Estabelecer os limites para o comportamento e reconhecer quando estabelecer os limites.

3. Procurar a retroalimentação que desenvolva a autoconsciência.

4. Integrar os aspectos dos valores psicológicos, interesses e autoconceito que são demonstrados através do envolvimento nas ocupações.

5. Organizar as estratégias para responder aos sintomas negativos.

6. Solucionar os problemas por meio do estabelecimento de objetivos, monitoração do progresso e resolução de impedimentos para o funcionamento saudável.

7. Lidar ao se comprometer com o controle do desempenho para a saúde mental.

8. Separar a doença da personalidade e trabalhar para mudar os comportamentos negativos de auto-expressão oriundos da personalidade e temperamento.

9. Manter a saúde através da adesão ao medicamento, monitoração dos efeitos colaterais e procura da orientação quando necessário.

10. Equilibrar exercício, nutrição e ocupação significativa em um horário semanal.

11. Aprender a analisar a atividade e a ler os indícios ambientais para controlar o tempo e as ocupações.

12. Gerar os diferentes meios para reagir aos estressores e iniciá-los em situações de estresse.

13. Desenvolver os sistemas de suporte para auxiliar no autocontrole.

INTERVENÇÃO PARA FOMENTAR O AUTOCONCEITO SAUDÁVEL

O autocontrole é a nossa definição dos objetivos, valores e crenças que "fornecem a direção e o significado da vida". Saber quem somos unifica nossas ações organiza as várias partes de nós mesmos em um todo coeso. A terapia ocupacional pode ajudar uma pessoa a desenvolver um autoconceito que suporta a pessoa como um ser funcional. Algumas condutas possíveis são listadas a seguir. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Descrever e demonstrar as áreas de componente de desempenho, em que foram particularmente habilidosos, antes do acidente.

2. Descrever e demonstrar as áreas de componente de desempenho que foram desafiadoras antes do acidente.

3. Discutir como a capacidade limitada para executar o seqüenciamento, as operações espaciais e a resolução de problemas, por exemplo, influenciará sua capacidade de alcançar o que almeja na vida.

4. Expressar honestamente as reações para a própria perda de função (medo, raiva, tristeza).

5. Identificar seus interesses e valores mais significativos.

6. Sugerir idéias para desenvolver condutas adaptativas para as ocupações de interesse.

7. Avaliar os possíveis meios de se adaptar para se engajar na ocupação, mantendo a mente aberta e determinando quais componentes suportam melhor as áreas de desempenho.

8. Relacionar os aspectos bem-sucedidos da atual função em um quadro de autofuncionamento futuro para quem está saudável, apesar da incapacidade ou deficiência.

INTERVENÇÃO QUE CONSTRÓI A MOTIVAÇÃO

A motivação é o que liga o desempenho ao resultado. É o meio que as pessoas utilizam para iniciar, sustentar e dirigir as atividades psicológicas ou físicas para satisfazer as necessidades. A motivação pode ser consciente ou inconsciente, biológica ou cognitiva, extrínseca (alimento, água, sexo, aprovação social) ou intrínseca (que exige modificação das estruturas cognitivas). Porém a essência da motivação é que organiza o si mesmo para controlar o comportamento. A terapia ocupacional pode ajudar a articular os motivadores que levam às alterações no autofuncionamento e avaliar a intensidade e o foco do esquema de motivação do indivíduo. Algumas estratégias são mostradas a seguir. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Produzir a seleção e o design das intervenções ocupacionais no sentido da expressão dos próprios valores.

2. Usar o conhecimento das realizações pregressas mais significativas para a estrutura e monitorar as intervenções ocupacionais.

3. Demonstrar e avaliar as realizações na ação pessoal que foram admiradas por outros.

4. Descrever os impedimentos para o desempenho e demonstrar as condutas para superar a procrastinação ou a baixa realização.

5. Incorporar as ocupações e relacionamentos que se tornaram mais importantes desde o início da incapacidade.

INTERVENÇÃO PARA FOMENTAR O AUTODESENVOLVIMENTO

A terapia ocupacional pode ajudar uma pessoa a desenvolver um autoconceito por fornecer as oportunidades para a exploração sensório-motora e as interações com os outros. Algumas estratégias para conseguir isto são mostradas a seguir. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Realizar as ocupações significativas que exigem habilidades sensório-motoras familiares.

2. Realizar ocupações significativas que exigem habilidades sensório-motoras e desafiadoras.

3. Aprender como influenciar ativamente seu ambiente.

4. Comparar e contrastar suas capacidades com aquelas dos outros, construindo o autocontrole e os padrões de conduta social adequados para o autocontrole.

5. Conferir maior controle sobre as habilidades interpessoais para fomentar as relações típicas entre colegas.

INTERVENÇÕES RELACIONADAS COM OS ATRIBUTOS FÍSICOS

Os atributos físicos estão ligados ao autoconceito. As alterações nas habilidades e aspectos físicos que podem acompanhar a doença podem ter um efeito profundo sobre como as pessoas se sentem a respeito de si próprias. A intervenção da terapia ocupacional pode abordar os atributos físicos da doença. Seguem algumas sugestões. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Auxiliar de maneira consistente no ato de se arrumar, tomar banho, higiene, vestir-se e na manutenção da saúde.

2. Desenvolver abordagens para a conduta social que maximizem as habilidades de adequação.

3. Selecionar roupas para várias situações sociais e vestir-se da maneira apropriada.

4. Apresentar uma auto-imagem consistente com o autoconceito nas atividades de trabalho e produtiva.

INTERVENÇÃO FOCALIZADA

NA PERSONALIDADE E NO TEMPERAMENTO

A personalidade consiste em nosso estilo usual, um modo típico de fazer as coisas, uma reação emocional previsível ao que acontece ao nosso redor. O temperamento é um "estilo comportamental determinado constitucionalmente que é algo estável com o passar do tempo". Os terapeutas ocupacionais consideram a personalidade e o temperamento no tratamento. Seguem-se algumas estratégias. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Avaliar as características da personalidade e seus efeitos sobre o autocontrole.

2. Monitorar as reações emocionais aos eventos da vida e procurar ajudar, quando necessário, para controlar a auto-expressão.

3. Planejar condutas saudáveis para controlar as diferentes situações de vida: teste-piloto destas em situações de representação.

INTERVENÇÕES RELACIONADAS COM A

COGNIÇÃO E OS ESTILOS DE APRENDIZADO

Alguns comprometimentos não influenciam o funcionamento cognitivo pré-mórbido. Contudo, as doenças que afetam as habilidades cognitivas ou psicossociais são mais prováveis de possuir efeitos negativos sobre o processamento e aprendizado da informação. As estratégias de terapia ocupacional para se adaptarem os estilos de aprendizado e cognitivo estão listadas a seguir. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Definir os estilos de aprendizado que ajudam e impedem o aprendizado e a generalização.

2. Demonstrar o uso de várias condutas de aprendizado e avaliar a eficácia de cada uma delas.

3. Reconhecer as diferentes condutas para processar a informação e iniciar o uso da conduta adequada nas intervenções ocupacionais.

INTERVENÇÃO PARA PROMOVER A AUTO-ACEITAÇÃO

A auto-aceitação é "a capacidade de gostar de si mesmo na ausência de retroalimentação". A terapia ocupacional trabalha de forma consistente para promover a auto-aceitação através da função. Várias estratégias estão listadas. O terapeuta ajudará o paciente a:

1. Tornar-se ciente das forças e limitações nos valores psicológicos, interesses e autoconceito.

2. Aprender sobre si próprio, ao avaliar o desempenho.

3. Tolerar a incapacidade de ser perfeito em todas as ocasiões como um elemento do autocontrole.

4. Ajustar-se às ambigüidades e inconsistências dele mesmo no esforço para melhorar o autocontrole.

5. Aceitar as características ou competências menos desejáveis como parte da estratégia de adequação para diminuir o estresse.

Vale registrar que: não importa onde ou com quem o profissional escolha trabalhar, o terapeuta ocupacional tem uma oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas a quem eles ajudam, e de aprender sobre eles mesmos nesse processo.

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