Análise do livro "O fantasma no Cérebro"
Por: Psico Uniplac • 11/6/2018 • Trabalho acadêmico • 2.134 Palavras (9 Páginas) • 759 Visualizações
Capítulo 1 – O Marinheiro Perdido
Nesse primeiro trabalho nossos colegas falaram sobre o caso apresentado no livro “O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu” do neurologista Oliver Sacks. O capítulo conta a história de Jimmie G., um homem que havia sido marinheiro em sua juventude, tinha 49 anos em 1975 e vivia em um lar de idosos em NY. Parecia apenas um homem normal e interessado em conversar, mas quando era questionado afirmava estar vivendo em 1945 e ter 19 anos. Chegava a acreditar que mesmo as consultas médicas eram uma pegadinha, se assustava ao olhar no espelho. Após alguns testes, foi constatado que sua memória recente não durava mais que alguns segundos, mas as capacidades intelectuais estavam preservadas. Os exames neurológicos não mostraram qualquer anomalia.
Jimmie foi diagnosticado por Oliver Sacks como portador da síndrome de Korsakoff, condição resultante de lesão cerebral provocada pela falta de vitamina B1 (tiamina), bastante comum em pessoas com alcoolismo (uma vez que o álcool dificulta a absorção dessa vitamina) e deve ser diagnosticada por um neuropsicólogo. A doença está diretamente ligada a perda da identidade, já que o doente esquece toda sua história e é incapaz de construir uma nova.
Na maior parte das vezes as vítimas não têm consciência da própria condição, ou seja, são afetados pela anosognosia. O diagnóstico é feito através da avaliação clínica.
Em casos como esse é indispensável o acompanhamento de um psicólogo. Sem grandes perspectivas de melhora, pacientes com a síndrome de Korsakoff podem estar fadados a viver para sempre no “agora”. O paciente Jimmie G. não obteve melhoras nos anos que sucederam.
Achei interessante citar um pequeno trecho da carta escrita por Luria sobre o caso: “Não há prescrições para um caso como esse (...) Em termos neuropsicológicos, há pouco ou nada que você possa fazer; mas no que diz respeito ao indivíduo talvez você possa fazer muito”.
Grupo 2 – Sei onde coçar
O segundo trabalho apresentado fala sobre membros e dores fantasmas, que é um fenômeno que acomete pacientes submetidos à amputação de algum membro (podendo estar acompanhada de dor ou não). Nesse capítulo o Neurocientista Dr. Ramachandran, realiza um importante estudo sobre imagem corporal.
Fomos apresentados a diversos casos de pacientes com dor fantasma, como por exemplo um relato fascinante de um homem que começou a sentir seu braço amputado, que descrevia uma constante dor, como se seu braço estivesse corroendo. Após uma rápida investigação, concluiu que o membro havia sido enterrado no jardim do hospital. Quando o exumaram, o braço estava repleto de vermes, então o paciente resolveu incinera-lo e daquele dia em diante a dor fantasma desapareceu completamente.
Outro caso que chamou atenção foi o do paciente Tom Sorenson, que perdeu parte do braço esquerdo em um acidente. Tom era canhoto e por várias vezes tentava utilizar o braço amputado, pois ele ainda era capaz de senti-lo nas semanas seguintes à amputação. Ele concordou em participar de uma experiência: Com os olhos vendados encostaram um cotonete em várias partes do seu corpo e disseram para que ele falasse onde sentia. Esfregaram no queixo e ele sentiu o também seu polegar (que já não existia mais). Encostaram em seu lábio e ele sentiu o dedo indicador fantasma.
Isso acontece porque cada célula tem uma partezinha correspondente na superfície do corpo, um pedaço de pele à qual ela responde, chamado de campo receptivo. No nosso cérebro existe um mapa do corpo inteiro, sempre correspondente ao lado oposto (O hemisfério esquerdo do cérebro corresponde ao lado direito do corpo e vice-versa). Dessa forma, membros amputados tem sensações em outras partes do corpo, mas membros não-amputados só sentem neles mesmos.
Mesmo com tantos estudos na área, na tentativa de curar as dores fantasmas, não tivemos grande êxito. O paciente amputado se vê cara-a-cara com diversas consequências psicológicas e enfrenta um complicado processo de dores, perdas, reconstrução da imagem corporal e de mudanças em todos os âmbitos da vida. Consequentemente, é fundamental para o paciente, que no decorrer desse processo receba apoio psicológico para a reabilitação e adaptação da sua nova realidade. É papel do psicólogo ajudar o paciente a aceitar sua perda e seguir em frente com qualidade de vida!
Capítulo 4 – O zumbi no cérebro
Nesse capítulo somos introduzidos a uma nova ideia de visão: “O modo como as pessoas vêem as coisas — e como o cérebro está envolvido na percepção”. Para Ramachadran, ter no cérebro uma tela onde as imagens são exibidas é inviável, mostrando que não é tão simples quanto pensamos, como podemos ver nesse interessante trecho: "Se você tivesse de exibir a imagem de um cálice de champanhe numa tela neural interna, precisaria de outra pequena pessoa dentro do cérebro para ver essa imagem. E isso também não resolveria o problema, porque então você precisaria de mais outra pessoa, ainda menor, dentro da sua cabeça para ver essa imagem, e assim por diante, ad infinitum”.
Depois dessa breve explicação, foram dados exemplos de pacientes com diversos problemas relacionados a “atividade zumbi”, como por exemplo o caso de Diane que não “enxergava”, mas era capaz de encaixar perfeitamente uma carta no vão da caixa de correio.
A explicação para isso? A ciência nos mostrou a existência de um sistema sensório-motor no cérebro dos primatas que funciona na ausência da consciência. Boa parte das nossas ações cotidianas não precisam de um controle consciente, entramos no piloto automático, ou seja, nos tornamos um “zumbi”.
É bastante comum em pacientes com epilepsias parciais complexas ou sonâmbulos. A explicação mais aceita para esses casos é que, ao mesmo tempo em que a consciência foi obstruída pela epilepsia ou pelo sono profundo, parte do lobo frontal se mantém ativo, permitindo uma “reflexão” senso-motora.
Enumerar as diferenças entre a compreensão do mundo visual pelo seu significado constitui uma parte importante da aprendizagem, pois é através das áreas de percepção que encontramos o zumbi, a capacidade cerebral de conhecimento sem consciência.
Capítulo 5 – Através do Espelho
Nesse capítulo lemos sobre a história de uma mulher chamada Helen que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico do lado direito do cérebro e teve uma desatenção parcial ao lado esquerdo do corpo. O relato conta sobre seu filho fazendo um teste, mexendo um dedo a direita e depois a esquerda e assim começando a perceber a diferença entre cegueira e desatenção. Esse último é um problema intrigante, que afeta a capacidade de cuidar de si mesmo e o entendimento de como funciona a representação espacial do mundo.
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