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Analise critica: O Pequeno Príncipe

Por:   •  6/9/2016  •  Dissertação  •  597 Palavras (3 Páginas)  •  536 Visualizações

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Analise crítica: O Pequeno Príncipe

Existem várias formas de formas de se ver o mundo, cada forma é particular do indivíduo. Nos relacionamos, normalmente, com pessoas que vê o mundo de uma maneira parecida com a nossa, mas com quem tem uma visão diferente, tentamos convencê-los que o nosso jeito de ver o mundo é melhor, é o correto.

 Foi o que aconteceu no início de O Pequeno Príncipe, um garoto mostra o seu desenho de uma cobra comendo um elefante, os adultos dizem que é um chapéu. De tanto dizerem que aquilo não poderia ser uma cobra comendo um elefante, ele aceitou que é um chapéu, mesmo não sendo.

 Por que será que os adultos não viam a cobra no desenho do garoto? Talvez porque a criança vê o mundo de uma forma mais abstrata do que um adulto. Mas se todos os adultos já foram crianças, para onde foi essa abstração que havia neles? Pode ter sido consumida do mesmo jeito que a do personagem foi, com várias pessoas dizendo que aquilo não seria possível.

 O pequeno príncipe sai em busca de um amigo, ele passa por vários planetas, conhece vários possíveis candidatos para amigo, conhece um administrador que se importa com números, e quanto mais coisa para ele, melhor. O Pequeno Príncipe compara todos as estrelas que o administrador tinha com a sua flor. O administrador apenas tinha as estrelas, o Pequeno Príncipe tem laços com sua flor, ele cuida dela, dá um significado muito maior do que números à apenas ela.

 Em sua viagem ele se encontra com uma serpente. O pequeno Príncipe diz que o deserto é um lugar bem solitário, a cobra, misteriosa, responde a ele que entre os homens também há solidão. Logo após isso ela oferece ao Príncipe uma possibilidade de sair dali, sair de todos os lugares, a cura tristeza, decepção e solidão, ela oferece a morte.

Seu próximo encontro é com uma raposa, que queria um amigo. Essa raposa ensina ao Príncipe o que é cativar. Apesar dele não saber o significado da palavra, ele já cativou antes. A rosa que ele cuidava com tanto zelo em seu planeta era diferente de todas as rosas que ele viu na Terra, ela era sua amiga.

 Isso pode remeter a um outro encontro que o Pequeno Príncipe teve com um geografo, que dizia conhecer o mundo todo, mas o Príncipe viu que ele não conhecia nem o planeta dele, e que o mundo que ele dizia conhecer era apenas o que diziam para ele. Podemos comparar este geógrafo com nos mesmo, por exemplo: Sabemos detalhes da vida dos outros, julgamos pelo o que escutamos dele. Não sabemos detalhes de nossa própria vida, não vamos tentar conhecer o outro.

 E se juntar tudo aquilo que vemos no livro, teremos então um grande retrato de (quase) todos nós, com solidão, falta de valorizar aquilo que importa de verdade e valorizar até demais aquilo que é quantitativo. Nossa necessidade de ser vistos e adorados, como a do Vaidoso. Nossa necessidade de ter tudo do jeito que queremos, como o Rei. Nossa fixação no trabalho, como o homem que só ficava acendendo e apagando o lampião.

 Vemos que o que resta é apenas a solidão, pois tudo aquilo que faria um sentido a nossa vida foi perdido enquanto buscávamos algo para fazer nossa vida ter algum sentido, não vemos o que temos, só vemos o que queremos ter. Só nos sobra, no final, pedir ajuda para a serpente, de tantas agonias e decepções que carregamos pela vida, em busca de uma utopia.

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