Analise do Filme O Silencio dos Inocentes
Por: Thiago Antonio Gonçalves de Machado • 10/12/2021 • Ensaio • 1.314 Palavras (6 Páginas) • 636 Visualizações
(Rascunho) Análise Filme O Silêncio dos Inocentes
SINOPSE
O Silêncio dos Inocentes’ é um prato cheio para o estudo da psicologia. Repleto de cenas que trabalham a complexidade da psique humana, o filme aborda aspectos como os traços psicóticos da personalidade de serial killer, o reflexo dos traumas de infância no desenvolvimento e suas consequências na vida adulta, e questões para além do campo psicológico, como o machismo no ambiente de trabalho. Há presente no filme algo ainda mais delicado e complexo de se debruçar sobre a relação entre Hannibal e Clarice.
A história do filme é sobre um serial killer, chamado Buffalo Bill, que sequestra suas vítimas, mantendo-as em cativeiro por cerca de três dias e, posteriormente matá-las, esfola seus corpos e os joga em diferentes rios no território dos Estados Unidos. O porquê dos feitos, e a real natureza desse serial killer ficará a cargo da investigação o FBI que nomeia a ainda agente em treinamento, Clarice Starling. Em um meio predominantemente masculino, ela luta por seu espaço com seus méritos próprios, se destacando pela dedicação no treinamento físico e estudos, sendo destaque em todas as áreas do treinamento e sem se deixar levar pela opinião alheia, mesmo se mostrando uma jovem ingênua e inexperiente. Em seu último ano de treinamento ela recebe ordens de seu supervisor, sua missão é interrogar um psiquiatra que está preso, Dr. Hannibal Lecter, sendo um assassino com uma psicose que o leva a ter hábitos alimentares canibais. É ele o grande fio condutor de toda a trama, a mente pensante que nos intriga do começo ao fim, sendo capaz de provocar vários sentimentos ambíguos. Ao mesmo tempo em que é repulsivo, é carismático e, ainda que saibamos das atrocidades cometidas por ele, pegamo-nos simpatizando com aquela mente brilhante.
DESENVOLVIMENTO
O primeiro contato entre a detetive e o psiquiatra dá-se quando ainda há um grande distanciamento entre os dois, não só pela cela que separa Hannibal da jovem, como também pela própria história, personalidade e universo de ambos. Os encontros, para Clarice, possuíam um único e claro objetivo: colher informações e pistas, a fim de ajudar a encontrar o assassino; e uma solução, desvendando as pistas sobre o caso Buffalo Bill. Para Hannibal, a presença da detetive significava uma rotina já vivenciada por ele inúmeras vezes antes, repleta de interrogatórios, questionários e entrevistas. As percepções individuais de cada um dos polos envolvidos na relação, no caso, Hannibal e Clarice, refletem a história de vida de cada um, ou seja, seus modos de existir, o ser-no-mundo.
Hannibal é um psiquiatra renomado, mesmo sendo conhecido por sua inteligência, análises precisas e sua educação, Lecter não é confiável, é dono de uma personalidade sarcástica, cruel e seu hobby é brincar com as pessoas ao seu redor, dando pistas falsas, fazendo com que elas se sintam ridicularizadas e assim ele se sente no controle por ter todas as informações e análises sobre o assassino e guardar somente para si e revelar só quando é de seu interesse. Durante sua segunda visita, após a descoberta de uma cabeça em um pote, Clarice conta a Hannibal sobre a pista e depois de um diálogo longo e cheio de alguns joguinhos e enigmas Hannibal oferece um perfil psicológico para Clarice sobre o assassino Buffalo Bill. Mas, sempre deixando claro que seria uma troca, ele analisava as pistas do caso, traçava um perfil do assassino de acordo com as informações que a detetive levava até ele, porém ela teria que falar sobre seu passado e história de vida para Lecter, pois era de seu interesse.
Hannibal continua fazendo joguinhos psicológicos e sempre muito interessado no passado de Clarice, onde ela viveu e o que ela fez até chegar no FBI. O psiquiatra a faz falar sobre a morte de seu pai e suas lembranças, sempre analisando Clarice de todas as formas possíveis. Depois de muitas pistas falsas dadas por Dr. Lecter, a detetive faz uma proposta de mudança de presídio e algumas regalias, com intenção que Hannibal ficasse satisfeito e colaborasse mais no caso onde a última vítima sequestrada é a filha de uma senadora. O psiquiatra tem algumas exigências que seriam mudar para um presídio longe do Dr. Chilton que é diretor e psiquiatra do presídio que Lecter estava atualmente e desejava que sua cela tivesse uma janela de preferência para alguma paisagem, o que revela de forma sutil que mesmo vivendo prisioneiro ele mantinha sua cultura e todo seu charme, ele deseja observar algo além daquelas paredes, ele se mantém firme no Hannibal Lecter psiquiatra, culto, cavaleiro, inteligente e apreciador da arte.
Clarisse vai escondida visitar Lecter em sua nova prisão, com a esperança de que ele fale quem é o assassino Buffalo Bill. Ele percebendo o desespero de Clarice para salvar a vítima de Buffalo Bill, a questiona novamente sobre seu passado e ela conta sobre o cordeiro que tentou salvar de um abate, mas que não conseguiu, então fala que às vezes acorda e ouvia os gritos dos cordeiros. A partir dessas revelações Hannibal questiona se essa gana em pegar o assassino e salvar a vítima está vinculado a um desejo de calar esses gritos dos cordeiros, já que ela não conseguiu salvá-los. Entre análises do Lecter sobre Clarice e o desespero da mesma em saber quem é o assassino, Lecter entrega a Clarice a pasta do caso do assassino Buffalo Bill com algumas anotações pessoais. O psiquiatra mostra a Clarice que a cada característica do assassinato dava também características do assassino, que as atitudes estavam ligadas as ações.
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