As Anotações Sobre Psicopatologia II
Por: isabellalage85 • 26/8/2022 • Resenha • 7.090 Palavras (29 Páginas) • 97 Visualizações
03/08/2022
Psicopatologia I – semiologia – identificar alterações psíquicas.
Psicopatlogia II – nosologia – quadros clínicos – tem a ver com o diagnostico. Não vamos falar do tratamento.
Exemplo: diferença entre psicose, neurose. Esse quadro clinico vai apresentar três alterações importante: senso percepção, pensamento, consciência do eu.
Alteração da senso percepção – alucinação (percepção sem objeto – passa pelos sentidos, mas não tem um estimulo na realidade – é um percepiens sem percepto ).
Alteração do pensamento – juízo da realidade. Como interpretar a relação com o outro, o que escutar – filme 12 MACACOS, por exemplo. Aqui tem um sistema de interpretação. Ele interpreta a suas relações, o que ouve das pessoas, ele interpreta as alucinações, a partir de um sistema, de uma história, de uma crença em que o sujeito organiza a realidade. Ele vive a realidade que ele organizou. O filme Jonh Mash faz isso. Ele ganha prêmios. Ele tem um delírio de perseguição. Ele tinha um delírio, tudo ele interpretava em torno disso. Noticias do jornal… ele vai montando tudo em torno de uma crença delirante.
Exemplo: um jovem universitário foi sair com os colegas, estava estranho. No bar, ele já um pouco mais arredio, um colega abre a cerveja com um abridor de cerveja. E ele fala legal. O colega, pra se aproximar dele fala que vai dar pra ele. Ai ele diz eu sei muito bem o que você quer me dar. Ele interpretou essa frase do colégio com cunho sexual. No delírio dele, ate o filho de 4 anos queria come-lo. Esse sujeito interpretou essa frase “eu quero dar pra você” dessa forma. O sujeito interpreta as coisas do mundo a partir de uma crença que pode ser ou não sistematizada pelo sujeito. É mais do que uma fantasia. Fantasia a gente tem duvidas. Sabe distinguir o que é realidade. O psicótico não é fantasia. Ele tem um valor de certeza pra ele. Aqui estaríamos no campo do delírio.
Alteração da consciência do eu – quando o espaço entre eu e as coisas não existe muito bem. O meu pensamento pode ser roubado, ser lido…
Psicopatologia – psico pathos logia – é um estudo do pathos.
Pathos – patológico – excesso – doença – normal e anormal – paixão – padecimento – suspensão – disfuncional.
Normal e anormal – remete a classificação
Excesso, paixão, padecimento – subjetividade – daquilo que a gente não controla – “quando eu vi já tinha feito”. Essa dimensão do que afeta o sujeito – é uma dimensão subjetiva.
Vamos lidar com essa complexidade. Isso vai ser fundamental. Trabalhar com essa complexidade do pathos. Vamos ir em uma perspectiva e outra para não nos engessar.
05/08/2022
FILME AS HORAS – fragmentos da vida dela – questões biográficas dela – ela foi uma das maiores escritoras do tempo, marcou a literatura, feminista.
https://www.youtube.com/watch?v=02fFV027q_g
o que podemos captar deste primeiro fragmento:
- Não vê outra alternativa – loucura em psicopatologia – sofrimento muito grande. Não dá pra banalizar. Chegou a ponto de um sofrimento insuportável.
- Apresenta um fenômeno psicopatológico – alucinações auditivas – ela escuta vozes.
- O louco geralmente é considerado esquizofrênico – agressivos, não consegue raciocinar. O sujeito não é completamente alienado, apartado, perigoso. A relação com o outro é muito difícil. Quando as vozes e o delírio perseguitorio vem, se torna insuportável para o individuo.
- Há um sujeito que sofre, que pensa nas suas relações. Não podemos aparta-lo das relações sociais.
- Precisa-se de uma rede de apoio para a família. Sem isso fica muito difícil. Precisa de assistência devida, profissionais que de alguma forma possam estar juntos.
Viver não é fácil. Essa dimensão do humano não é fácil. Temos que levar isso em consideração. Alguns sentimentos insuportáveis podem fazer com que o sujeito desista de viver, que não encontre outra saída, como no caso da Virgínia.
Nessa mesma perspectiva, que vamos entender a complexidade da psicopatologia.
PSICOPATOLOGIA
NOÇÃO DE PATHOS
COMPLXIDADE
Temos que entender o lado da doença, mas entender também o lado subjetivo. A noção de patos passa por essa dimensão do patológico e da doença, quanto por essa dimensão do sofrimento/paixão. Tem alguma coisa que existe em nós, que é o mais intimo e que a gente não controla. “nossa, quando eu vi já fiz de novo”. Tem algo que a gente desconhece em nós próprio, que nos movimenta, que nos determina e que faz com que não sejamos mais senhor em nossa própria casa.
Esse patológico/doença, não foi sempre assim. Na historia da psicopatologia isso tem um momento especifico que é a partir do PINEL, seculo XVII e XVIII em que a loucura é estabelecida como doença mental.
LOUCURA COMO DOENÇA MENTAL
No renascimento, os loucos não eram perigosos, eram ate escutados. Tinham uma certa dimensão de expressão humana, mas isso vai sendo modificado com o advento do capitalismo.
O principal é a forma como a sociedade vai começando a lidar com esses loucos. Aqui já temos uma representação importante da forma como lidava-se com os outros.
Quadro a nau dos loucos
[pic 1]
O Navio dos Loucos – Hieronymus Bosch
Quadro famoso que possui vários seguimentos da sociedade. O que da uma certa visão pra nós de que os loucos não eram separados daqueles que compunham a sociedade. Mas cada vez mais, com o capitalismo, os loucos, leprosos, deficientes, prostitutas, eram considerados inábeis ao convivo social.
“Esse fenômeno é a loucura. Mas será necessário um longo momento de latência, quase dois séculos, para que esse novo espantalho, que sucede à lepra nos medos seculares, suscite como ela reações de divisão, de exclusão, de purificação que no entanto lhe são aparentadas de uma maneira bem evidente. Antes de a loucura ser dominada, por volta da metade do século XVII, antes que se ressuscitem, em seu favor, velhos ritos, ela tinha estado ligada, obstinadamente, a todas as experiências maiores da Renascença.”
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