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As Crenças do Educador Podem Contribuir Para o Sucesso Educacional?

Por:   •  7/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.252 Palavras (6 Páginas)  •  72 Visualizações

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Aluna: Catarina Caliari | Matrícula: 1721985

As Crenças do Educador Podem Contribuir Para o Sucesso Educacional?

Introdução

De acordo com o estudo realizado por Silva (1999), cerca de 57% dos professores apontam a criança e a família como responsáveis pela reprovação. É indiscutível que o modelo educacional, a família, o contexto social e o próprio aluno influenciam no sucesso educacional. Porém, a afirmação retira do professor a sua capacidade de reação diante das dificuldades – terceirizar esta responsabilidade pode ser vista como forma de lidar com a ideia do fracasso. Culpar o aluno, a família e o contexto social, pode amenizar o sofrimento diante das dificuldades impostas pela tarefa de educar, mas não o ajuda a vencer os desafios, pelo contrário, o leva à paralisação.

É claro que nem tudo depende do educador e existem muitos fatores que se interinfluenciam, mas crenças sobre os alunos por parte dos professores podem reforçar ou desencadear uma ideia de incapacidade nos próprios alunos, o que acaba por transformar essa crença em uma realidade.

Por outro lado, pode ocorrer que professores bem-intencionados e vocacionados se verem limitados na sua função por conta de fatores externos que não podem solucionar; isso acaba por desmotivá-los por tentarem usar recursos aprendidos sem sucesso. Por essas e outras razões, temos visto um aumento crescente de depressão nos profissionais da educação. E essa depressão acaba influenciando negativamente os alunos, o que acaba por confirmar a ideia de fracasso sentida pelo professor.

Fundamentação teórica

Para Arroyo (1992) existe uma cultura de exclusão (reprovação) tanto na educação pública como na privada. Ele afirma que na década de 1960 houve uma tendência a inocentar a escola do fracasso escolar atribuindo ao contexto sociocultural a culpa. ele discorre que nas décadas de 1970 e 1980 a escola voltou a ser responsabilizada e, por isso, voltou a investir em capacitação do educador.

Podemos perceber que o professor tem grande influência sobre o processo de aprendizagem, pois pode ajudar a desenvolver nos alunos ideias de autoeficácia, além de poder servir como fonte de motivação extrínseca (que vem de fora) para os alunos, uma vez que a motivação é um fator relevante no aprendizado.

A abordagem cognitivo-comportamental baseia-se na ideia de que uma experiência emocional e comportamental acontece não pela situação vivenciada, mas sim pela cognição gerada frente à situação. Esses comportamentos, por sua vez, podem reforçar e/ou influeniar novamente as cognições gerando um círculo vicioso.

Nos anos 1960, Aaron Beck, insatisfeito com o modelo psicanalítico da depressão, iniciou a terapia cognitiva, onde se envidenciava não a importância dos fatos e acontecimentos, mas do julgamento que se emitia sobre eles.

“Os homens são perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que extraem delas.” Epíteto

Beck enfatiza que a interpretação que fazemos dos acontecimentos da nossa vida são mais importantes do que os próprios acontecimentos em si, tendo um papel preponderante sobre o estado emocional que daí resulta.

A partir de sua prática terapêutica compreendeu que as raízes do estado de tristeza vividas pelos seus pacientes provinham, principalmente, do modo como eles interpretavam a si mesmo, ao mundo e ao futuro, constatando a existência de distorções negaticas nessas três perspectivas. Pessoas deprimidas colhem as experiências vividas com leituras rápidas e negativas, onde o mundo lhes parece imprópio e difícil para o próprio viver e inserção.

Jutith Beck (2014), em seu livro Terapia Cognitiva-Comportamental: Teoria e Prática, apresenta o modelo cognitico mais elementar constituído de três elementos: uma situação vivida pela pessoa, o pensamento automático (a conversa interna que toda pessoa tem consigo mesma diante de uma determinada situação) e o comportamento adotado como consequência. Ou seja, existe uma relação direta entre o pensamento, a emoção e a reação – portanto, não é a situação que determina o que a pessoa sente, mas a interpretação que ela faz. Uma mesma situação pode ser interpretada de modos diversos, e correspondendo a cada interpretação, existirá uma emoção por ela despertada. A forma de pensar está relaciodada e um tipo de emoção que se associa a um tipo de comportamento. Exemplo:


“Isto é muito difícil / Eu sou tão burro / Eu nunca vou entender isso.”

Reação emocional: desânimo

Reação fisiológica: peso no corpo

Reação comportamental: evita as tarefas

COGNIÇÃO

EMOÇÃO

COMPORTAMENTO

Fracasso

Rejeição

Culpa/Desesperança

Tristeza

Vitimização/Choro

Remoer/Esquivar

Reflexão

Dúvida/Receio

Ameaça/Perigo

Ansiedade

Medo

Preocupação/Inquietação

Fuga/Paralisação

Regra Violada

Injustiça/Prejuízo

Desrespeito

Raiva

Desejo de retaliação/punição

Planejamento de vingança

Agressividade/Briga

Autoeficácia/Capacidade

Valor/Aceitação

Autoaprimoramento

Alegria

Motivação

Realização/Euforia

Incentivo

...

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