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As Funcoes das Estrevistas Preliminares

Por:   •  12/5/2016  •  Resenha  •  1.085 Palavras (5 Páginas)  •  1.040 Visualizações

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INTRODUÇÃO

        O texto nos traz um paralelo sobre algumas questões de Freud e de Lacan, especificamente as que dizem respeito ao texto de Freud “O inicio do tratamento”. Trata-se das funções das entrevistas preliminares denominada assim por Lacan, que Freud a chame de “tratamento de ensaio”, nesse primeiro contato que dura cerca de duas a três semanas, busca-se ligar o paciente ao seu tratamento e a pessoa do analista, essa é então a primeira meta da analise anunciada por Freud, o que na verdade é um tratamento que antecede a análise propriamente dita, que pretende o estabelecimento do diagnóstico. Entrevistas preliminares é um conceito de construção lacaniana, que abarca uma condição absoluta: “não há entrada em analise sem as entrevistas preliminares”. Quanto na analise propriamente dita como nas entrevistas preliminares o que esta em jogo é a associação livre “Conforma-se com as regras... o paciente falar quase o tempo todo e não se explica mais que absolutamente o necessário...” sendo assim, a tarefa do analista é relançar o discurso do analisante. Há uma semelhança e uma diferença em relação a entrevista preliminares e a analise, se assemelham em relação a associação livre ( EP = A), e divergem no tempo de diagnostico que é destinado as entrevistas preliminares (EP # A).

      O analista se depara com um paradoxo, o de aceitar ou não aquela demanda de analise, e para tomar essa decisão as entrevistas preliminares podem ser divididas em um tempo de compreender e um momento de concluir. “É nesse momento de concluir que se coloca  o ato psicanalítico,  assumido pelo analista, de transformar o tratamento de ensaio em analise propriamente dita” Quinet (1991). Esse ato implica em um corte, que é a manifestação do analista em aceitar o candidato em analise, formam então uma dupla escolha, na qual o sujeito precisa elaborar sua demanda de analise como um fator de histerização ($ -> S1) na produção do sintoma analítico.

FUNÇÃO TRANSFERENCIAL

Inicialmente a transferência se instala no indivíduo para com o médico, pois este é visto pelo paciente com o detentor de um suposto saber sobre a vida dele. O indivíduo já faz uma pré-interpretação do seu sintoma. A análise, propriamente dita, será assim considerada quando a transferência estiver instalada na cena analítica. Para que a transferência se instale não há uma dependência do analista e sim do analisante, o analista neste processo irá apenas manejá-la durante a análise. Lacan traz a ideia de transferência de saber que para ele é apenas “uma ilusão na qual o sujeito acredita que sua verdade encontra-se já dada no analista e que este a conhece de antemão” (QUINET, 2009. p. 27), embora isto seja um erro subjetivo serve para demarcar a entrada do indivíduo na análise.

O analista diante desse erro não deve apossar-se desta farsa, pois qualquer caminho traçado por tal equívoco será um engodo baseado num mal-entendido. Para o analista cabe a posição de ignorância douta, que não se trata de uma ignorância pura e simples, mas sim uma postura consciente dos seus limites, caracterizando-se, desde modo, como um saber num grau acima. A cisão do analista à figura de sujeito de suposto saber se dará na entrada da análise; no algoritmo da transferência (Lacan utiliza-se de formulação matemática para explicar questões referentes a psicanálise). Neste sentido, serão utilizadas regras definidas apenas para o início do tratamento independente da subjetividade que cada paciente apresente. A formulação matemática se dará da seguinte forma: S – Sq; “S” é chamado de significante da transferência e o “Sq” será um significante qualquer. O “significante do analisante caminha ao encontro dum significante qualquer, na cena analítica o analista assume esta função. O significante produzido pelo analisante será responsável por fazê-lo escolher um analista ao invés de outro. Tal significante se desenvolve na esfera inconsciente, vale lembrar que esse o significado imposto ao significante não é real, mas a articulação do significante irá estabelecer a associação livre no sujeito.

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