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As Origens do Pensamento Sistêmico

Por:   •  10/9/2021  •  Artigo  •  6.547 Palavras (27 Páginas)  •  154 Visualizações

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As Origens do Pensamento Sistêmico: Das Partes para o Todo

Lauren Beltrão Gomes1

Simone Dill Azeredo Bolze2

Rovana Kinas Bueno3

Maria Aparecida Crepaldi4

Resumo

O Pensamento Sistêmico foi reformulado ao longo dos anos, tendo sua base epistemológica

modificada. O presente artigo objetiva apresentar os aspectos históricos e epistemológicos que

constituem o Pensamento Sistêmico, entendendo-se que esta compreensão teórica é fundamental

para a prática dos terapeutas sistêmicos nos mais diversos contextos. Reforçam-se as ideias de que

pensar sistemicamente implica reconhecer o sujeito em seu contexto, de que os fatos não são

previsíveis e de que o terapeuta/pesquisador faz parte do sistema no qual intervém/estuda. Assim, ao

fazer uso do Pensamento Sistêmico, o profissional amplia seu olhar sobre a situação, questiona a

problemática apresentada, e trabalha com as pessoas envolvidas alternativas de modos mais

funcionais de relacionamento.

Palavras chave: pensamento sistêmico; teoria sistêmica; epistemologia.

The Origins of the Systemic Thinking: From the parts to the whole

Abstract

The Systemic Thinking has been reformulated over the years and its epistemological basis has

been modified. This theoretical paper aims to present the historical and epistemological aspects of the

Systems Thinking, as well as this theoretical understanding is important for the practice of systemic

therapists in various contexts. The paper reinforces the idea that thinking systemically involves

recognizing the person in a context, that the facts are not predictable and that the therapist/researcher

is part of the system in which he/she intervenes or studies. Thus, to make use of systems thinking, the

professional expands the vision of the situation, questions the problematic presented, and works more

functional modes of relationship with other people involved.

Keywords: systems thinking; systems theory; epistemology.

1 Psicóloga. Especialista em Saúde da Família. Mestre em Psicologia. Doutoranda em Psicologia. Universidade

Federal de Santa Catarina (UFSC).

2 Psicóloga. Especialista em Terapia Individual, Relacional Sistêmica. Mestre em Psicologia. Doutoranda em

Psicologia. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

3 Psicóloga. Especialista em Terapia Individual, Familiar e de Casal. Mestre em Psicologia. Doutoranda em

Psicologia. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

4 Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica. Doutora em Saúde Mental. Docente do Departamento de Psicologia

da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

As Origens do Pensamento Sistêmica – L. Gomes, S. Bolze, R. Bueno, M. Crepaldi

4

Pensando Famílias, 18(2), dez. 2014, (3-16)

Introdução

O Pensamento Sistêmico, hoje disseminado nas diversas áreas do conhecimento, ganhou um

arcabouço teórico e reconhecimento na primeira metade do século XX. Embora suas bases tenham

sido formuladas entre as décadas de 30 e 40, o processo de mudança do paradigma mecanicista

para o ecológico tem ocorrido de forma não linear há muitos séculos, com retrocessos e avanços nos

vários campos da ciência.

Quando se fala em Teoria ou Pensamento Sistêmico, geralmente se conhece apenas seus

principais conceitos e aplicabilidades, de forma que seus fundamentos históricos e epistemológicos

dificilmente são aprofundados nos artigos científicos. Há quem não compreenda como as

contribuições da Teoria da Comunicação Humana ou da Cibernética estão relacionadas com a Teoria

Sistêmica. Sendo assim, este artigo objetiva apresentar os aspectos históricos e epistemológicos do

Pensamento Sistêmico, a fim ofertar subsídios que auxiliem a compreensão daqueles que têm

interesse por estudar essa perspectiva, bem como revisar os aspectos teóricos de quem trabalha com

tal Teoria.

Para tanto será realizada, inicialmente, uma retomada histórica de acontecimentos que serviram

como embriões para o desenvolvimento do Pensamento Sistêmico. Nesse sentido, a Teoria Geral

dos Sistemas, a Cibernética e a Teoria da Comunicação são apresentadas como limites

paradigmáticos para a Teoria Sistêmica. Em seguida, serão apresentados os critérios fundamentais

do Pensamento Sistêmico e, por fim, será evidenciada sua aplicabilidade na área da Psicologia. Para

essa retomada histórica e epistemológica, serão utilizadas algumas das obras clássicas da área que

descrevem as origens do pensamento sistêmico, costumeiramente estudadas em cursos de formação

de terapeutas sistêmicos, quais sejam, as publicações de Capra (2006) e Vasconcellos (2010).

Precursores históricos do Pensamento Sistêmico

A fim de tratar dos antecessores históricos da Teoria Sistêmica5

,

...

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