CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO PARA POPULAÇÃO DE RUA
Por: ThaisFerraro • 28/1/2021 • Abstract • 3.556 Palavras (15 Páginas) • 184 Visualizações
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CURSO DE PSICOLOGIA
RELATÓRIO DE VISITA TECNICA
CENTRO POP – CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO PARA POPULAÇÃO DE RUA
TURMA: 3º Semestre de Psicologia – O
PROFESSORA RESPONSÁVEL: Berenice Bolzani
DISCIPLINA: Psicologia Social e Práticas Integrativas II
FRANCA
2019
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CURSO DE PSICOLOGIA
RELATÓRIO DE VISITA TECNICA
CENTRO POP – CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO PARA POPULAÇÃO DE RUA
ALUNOS: Eduardo Pizzo Bonetti
Matheus Daneluci
Thais Ferraro
Mayara Rogeri
PROFESSORA: Berenice Bolzani
FRANCA
2019
1 - INFORMAÇÔES GERAIS
1.1 Local da Visita Técnica:
Centro POP – Centro de referência especializado para população de rua.
Data: 20 e 27/01/2019 – Período: Manhã.
Duração da Visita: 1:30 horas
1.2 Profissional Responsável:
Nome: Doroty
Formação: Psicóloga
1.3 Natureza da Visita Técnica:
Curso: Psicologia
Disciplina: Psicologia Social e Práticas Integrativas II
Professor: Berenice Bolzani
Turma: 3º Semestre de Psicologia - O
1.4 Objetivos Didáticos da Visita Técnica:
O objetivo desta visita é conhecer um centro de atendimento social, entender como funciona, conhecer o público que é atendido pela instituição e como é a rotina dos profissionais que atuam nesses centros, mostrando a importância do papel deles na vida de quem é atendido. Como um dos conteúdos propostos pela disciplina é a intervenção psicossocial, a visita técnica corresponde ao início deste processo.
2 - DESENVOLVIMENTO
2.1 Descrição das atividades:
- As duas visitas foram realizadas no período da manhã para que tivéssemos contato também com os usuários deste serviços;
- A primeira visita foi exclusivamente com a psicóloga que, de forma muito atenciosa, explicou tudo sobre a instituição. Já na segunda visita tivemos contato também com a coordenadora que ofereceu mais subsídios técnicos sobre o funcionamento da instituição;
- Nosso contato com o usuário foi restrito, visto que não conversamos com eles diretamente, mas através da psicóloga;
- Reunidos conseguimos preencher de forma satisfatória, com muitos detalhes, o roteiro de caracterização da instituição e o levantamento das atividades psicossociais. (anexo 01).
2.2 Avaliação da Visita Técnica:
Pontos Positivos:
- Através desta visita foi possível conhecer melhor a realidade de um morador de rua e suas necessidades. Vimos de perto o trabalho realizado em prol de pessoas que não possuem o mínimo para sobreviver. O acolhimento oferecido permite ao morador de rua reaver uma parte de sua dignidade. Ter um espaço para fazer a higiene, lavar suas roupas, guardar seus pertences, se alimentar, conversar com outras pessoas sem medo, passar algumas horas longe das drogas, é algo fundamental para que estas pessoas voltem a se enxergar como seres humanos. Ocupar o tempo com oficinas, atividade física, ter atendimento médico, ter documentos pessoais, ter a possibilidade de restaurar suas vidas através do retorno aos estudos, da recolocação no mercado de trabalho, da possibilidade de enfrentar a luta contra as drogas, de formação de uma nova família ou retornar para a de origem, abre os horizontes destas pessoas que estão à margem da sociedade;
- A profissional que atendeu o grupo se mostrou bastante interessada em ter novos colaboradores na instituição (como estagiários), já que vê oportunidades de melhoria nos trabalhos realizados. Também revelou que uma intervenção psicossocial seria interessante para atender algumas necessidades da equipe interna (como falta de integração das atividades realizadas), assim como para atender outras necessidades dos usuários, já que o resgate do valor próprio é peça chave para se conseguir retirar estas pessoas da condição de morador de rua;
- As visitas também foram muito interessante para nós na medida em que nos permitiu compreender melhor a situação de um morador de rua, os motivos que levam estas pessoas a tal nível de degradação, extirpando nossos preconceitos e nos tornando conscientes da necessidade de intervir nesta realidade cruel.
Pontos negativos:
- O Centro POP, por ter como principal objetivo o acolhimento imediato do morador de rua e, num momento posterior, o redirecionamento deste para outros serviços públicos, lida com um público itinerante e, por isso, não consegue desenvolver um trabalho psicossocial eficiente. As oficinas de trabalho manual e outras atividades oferecidas estão sendo usadas apenas como um meio de reter o usuário na instituição por mais tempo, quando deveriam estar trabalhando a valorização do ser humano;
- Mesmo contanto com o interesse e a dedicação dos profissionais ali presentes, a insituição conta com muitas desvantagens, as instalações do prédio não estão sendo utilizadas da melhor forma, falta recursos econômicos e humanos, e tudo isso dificulta um atendimento de maior qualidade.
- O horário de atendimento sendo somente no período da manhã torna o acolhimento restrito. Voltar para as ruas no período da tarde significa, para a maioria dos usuários, desalento, e para os profissionais da instituição, a restrição de possibilidades de um trabalho mais específico com esta população.
- Não é feito um acompanhamento de cada usuário para saber se eles estão conseguindo progredir em suas lutas pessoais. Por se tratar de um público itinerante, muitos só aparecendo de vez em quando, não se envolvem nas atividade oferecidas, enquanto aqueles que são encaminhados para outros serviços (como instituições para recuperação de dependentes químicos ou para projetos de estudo profissionalizante e recolocação no mercado de trabalho) seguem caminhos que não se cruzam mais com o serviço prestado pelo Centro POP. Apesar de existir números estatísticos até recentes (2017) sobre o atendimento, não se sabe ao certo quantas pessoas conseguiram reconstruir suas vidas.
2.3 Contribuições para a formação profissional
- É possível identificar que a demanda de trabalho em instituições sociais é grande: várias pessoas procuram diariamente a instituição, o que permite acompanhar diversos perfis de indivíduos, tornando a rotina muito rica para a bagagem do profissional. Contudo, especialmente por se tratar de uma população itinerante, é preciso que o profissional desenvolva boa resistência à frustração, já que não se consegue realizar um trabalho eficiente com eles.
2.4 Sugestões e observações técnicas:
- Acreditamos que é possível (e necessário) uma reformulação das atividades realizadas pela equipe de assistência social e pela psicóloga (sendo que esta, inclusive, precisa de auxiliares) com o fim de tornar as oficinas um meio de ajudar os usuários a recuperarem a autoestima, o sentido de identidade e o desejo de saírem das ruas;
- Um trabalho direcionado para as famílias destas pessoas também se faz necessário, para verificar a possibilidade de retorno para o lar. Inclusive, a família precisa ser preparada para receber esta pessoa que foi excluída.
- As instalações do local também precisam de algumas adequações, porém, isso envolve recursos financeiros e um contato direto com a prefeitura (e pelo que constatamos ela não está muito interessada em investir no local ou nos serviços prestados).
- Não vimos o professor de educação física e o de música realizando um trabalho específico. Ambos se mantêm presentes durante as realizações de oficinas manuais, porém não exercendo função alguma. Acreditamos que estes profissionais deveriam estar realizando oficinas próprias.
3 - REFERENCIAS
NEIVA. K. M. C; (org.). Intervenção psicossocial; aspectos teóricos, metodológicos e experiências práticas. São Paulo: Vetor, 2010.
Site Oficial da Organização. Disponível em: <https://centropop.site/centro-pop-em-franca-sp/>. Acesso em: 07 de Março de 2019.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF, set. 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm>. Acesso em: 28.out. 2017.
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