Caso Clinico Neuro
Por: Cintia Xavier de Souza • 21/3/2022 • Trabalho acadêmico • 638 Palavras (3 Páginas) • 71 Visualizações
O traumatismo crânioencefálico (TCE) é uma das lesões que mais acometem adultos, jovens e idosos no Brasil. Além de quedas e agressões, a causa mais comum e letal está associada a acidentes de trânsito, envolvendo sobre tudo pessoas do sexo masculino (ANDRADE apud MIOTTO, 2015; BRASIL 2013).
O TCE abrange lesões no cérebro, couro cabeludo e meninges, geralmente decorrentes da colisão da cabeça com objetos fixos ou algum objeto em movimento, por mudança abrupta de movimento envolvendo força de aceleração e desaceleração. Quanto à classificação das lesões, podem ser primárias (associadas diretamente ao trauma), ou secundárias (as que se iniciam como resultado das complicações do trauma primário), como hematomas, edemas e hipertensão intracraniana etc., (BROCK & CERQUEIRA DIAS apud MIOTTO, 2015), e pode ainda, produzir prejuízos cognitivos, motores e comportamentais.
Sua gravidade é medida pela escala de coma de Glasgow (ECG), que se baseia no cruzamento de dados envolvendo a melhor resposta verbal do paciente, abertura dos olhos e melhor resposta motora, conferindo uma pontuação respectiva para cada parâmetro avaliado, e a partir dos resultados, definem-se condutas e manejos. Segundo MIOTTO (2015) a pontuação classifica a gravidade em Mínima (15); Leve (14 – 15 a depender transitoriedade da amnésia), Moderado (9-13) e Grave (5-8) e Crítica (3-4).
O caso estudado é considerado grave (6 na ECG), apresentava hematoma subdural agudo (rompimento veia entre o cérebro e o crânio), e hipertensão intracraniana (aumento do cérebro ou quantidade de líquido cerebral) que resultaram em déficit grave na fixação e evocação de informações novas, lentidão do processamento de informações, alterações atencionais e do funcionamento executivo, sem percepção e crítica dessas dificuldades, e instabilidade de humor, agitação psicomotora, impulsividade e irritabilidade.
Quanto à abordagem e objetivos, o programa de reabilitação visa à recuperação ou restauração da função cognitiva comprometida; reorganização funcional por meio de áreas cerebrais intactas (plasticidade); Adaptação funcional por meios alternativos (compensação); Modificação ambiental (tecnologia assistiva) conforme a dificuldade específica do paciente (MIOTTO, 2015), cujo plano segue uma sistemática de reabilitação que contempla: Encaminhamento; Avaliação; Identificação/negociação de objetivos; Seleção de abordagens/métodos de intervenção; Cronograma; Plano de ações; Implantação das intervenções; Avaliação de resultados; Encaminhamento (FUENTES et al 2014).
Acreditamos que abordagem mista (combina treinos cognitivos com estratégias compensatórias) seja a melhor opção dado a amplitude de possibilidades. A reabilitação cognitiva objetiva são treinar o cérebro e ensinar maneiras de compensar os problemas adquiridos pelo acidente, por meio de tarefas simples e gradativas, tais como pinturas, jogos, motivações verbais, tarefas para que possam se lembrar de como a realização de tarefas como reorganizar seus hábitos, usar blocos de marcações, coisas do cotidiano. A realização de exercícios simples como amarrar cadarços, estimulações sensoriais, percepção, estimulando toda capacidade cognitiva e assim também estimular sua autonomia.
Por fim, o acompanhamento e avaliações sãos fundamentais não apenas para teste das funções cognitivas, mas também para se compreender as condições em que se encontra o paciente e sua evolução, a fim de ajustar e seguir com o melhor processo de intervenção, visando ganhos na reabilitação cognitiva e mudanças de comportamentos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (2013). Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com traumatismo cranioencefálico. Brasília: MS, 2013. 133p.
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