DEPRESSÃO: A DOENÇA DO SÉCULO. SEUS SINTOMAS, SUAS CAUSAS, SUAS ORIGENS E SEU TRATAMENTO NA CLÍNICA PSICANALÍTICA
Por: Rosemeri Monteiro Godoy • 16/8/2021 • Trabalho acadêmico • 832 Palavras (4 Páginas) • 166 Visualizações
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SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO PARANÁ
POLO DE PONTA GROSSA CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
TURMA V
ROSEMERI MONTEIRO GODOY
DEPRESSÃO: A DOENÇA DO SÉCULO. SEUS SINTOMAS, SUAS CAUSAS, SUAS ORIGENS E SEU TRATAMENTO NA CLÍNICA PSICANALÍTICA
PROF ELISANDRA NUNES VIEIRA
PONTA GROSSA (FEVEREIRO / 2020)
DEPRESSÃO: A DOENÇA DO SÉCULO. SEUS SINTOMAS, SUAS CAUSAS, SUAS ORIGENS E SEU TRATAMENTO NA CLÍNICA PSICANALÍTICA
A depressão é um tema que atualmente vem sendo muito discutido, sempre abordado nas mídias, nas redes sociais, nas escolas, enfim em vários espaços sociais, se tornou um fenômeno significativo na configuração das psicopatologias contemporâneas, ganhando destaque não apenas no âmbito especializado das ciências, mas, também, no senso comum, assim, cada vez mais, em vez de dor e sofrimento, se utiliza o termo depressão. Estar deprimido é praticamente uma condição do sujeito pós-moderno, de tal forma que vivemos hoje uma verdadeira epidemia de depressão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão alcançou índices epidemiológicos alarmantes, aparecendo como a segunda enfermidade médica mais frequente na atualidade, a tal ponto de ser uma das patologias que mais causa perdas econômicas no mundo, ao lado do câncer, de doenças cardíacas e de doenças infecto-contagiosas como a AIDS, tuberculose etc.
Conforme o Manual e Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM; APA, 2002, 2014) a depressão é um transtorno de humor, ou um transtorno afetivo, segundo a Classificação Internacional de Doenças 10ª edição (CID-10; OMS, 1993), caracterizado por um determinado quadro sintomatológico, em que estão presentes tanto sintomas psíquicos quanto corporais. São eles: humor deprimido e/ou maníaco, pensamentos negativos, culpa excessiva, ideação suicida, apatia, alterações no sono, alterações no apetite, agitação ou retardo psicomotor e fadiga.
A depressão é constitutiva do ser humano, pois faz parte de sua condição existencial, uma vez que a dor da falta do outro nos acompanha por toda a vida. No entanto, a depressão também é doença do vivente humano, quando perde sua vida psíquica, os seus recursos simbólicos para enfrentar os traumas.
Melanie Klein, defende a concepção de que a sensibilidade depressiva é um estágio constitutivo da configuração do objeto, ou seja, segundo essa perspectiva, a depressão ocorre com a consciência do sujeito de ser este separado da mãe ou do afastamento progressivo desta, descreve este momento como “posição depressiva”, Lacan por,“estágio de espelho”, “estado de preocupação”, de Winnicott e “fase de separação/individuação”, de Mahler. Freud culmina na noção de pulsão de morte, o que o faz propor que o psiquismo deve “ser articulado em uma matriz essencialmente defensiva” e os grandes sistemas dessa matriz defensiva constituem-se por depressão, dor e angústia.
Assim, a depressão designa um estado afetivo, como a dor e a angústia, mas com privações das qualidades e figuras específicas e únicas, as quais animam e dotam o afeto de sua especificidade. Trata-se de uma patologia, com característica de possuir algo que é importante para o viver humano, podendo acometer pessoas com diferentes estruturas psíquicas e em diversos momentos da vida.
O depressivo está marcado pela castração e o seu sentimento é da ordem de vergonha pela sua impotência, é constituída de uma falta fálica e perceptível desde a infância, diferente das depressões ocasionais como no luto, onde o indivíduo sabe o que perdeu.
O que temos visto atualmente é a banalização da depressão, a atualidade, também conhecida como “Era dos transtornos”, sinaliza que o pensamento médico tornou-se hegemônico, o que faz com que o repertório da vida psíquica como um todo, com seus afetos e angústias, seja transformado em doença que deve ser medicada, consequentemente, uma expansão paralela da indústria farmacêutica, hoje o diagnóstico e principalmente a medicalização não é pertencente unicamente ao Psiquiatra, mas o Ginecologista, clínico geral e outras especialidades fazem o diagnóstico e a medicalização.
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