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Dimensão ético-afetivo do adoecer da classe trabalhadora

Por:   •  8/3/2017  •  Resenha  •  878 Palavras (4 Páginas)  •  3.312 Visualizações

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Sawaia, B. B. (1995). Dimensão ético-afetiva do adoecer da classe trabalhadora. In S. T. M. Lane & B. B. Sawaia (Orgs.), Novas veredas da psicologia social (pp. 157-168). São Paulo: Brasiliense; EDUC. (xerox)

A partir da Psicologia Social Comunitária, pode-se fazer uma reflexão da dimensão ético-afetiva referente ao processo de saúde-doença. Saúde é uma questão sócio histórica e assim ética, pois é um processo de conivência social e da vivencia pessoal. Assim também, saúde é um fenômeno complexo, e não basta apenas abranger o psicológico e o social para superar a mente-corpo como foi instalada por Descartes. Na maioria das doenças é relatado relações curiosas entre o que se passa na cabeça das pessoas e a evolução de sua doença física. Como centro de reflexão é preciso colocar a ideia de adoecer da humanidade e como temática, como individuo se relaciona consigo mesmo e com o mundo social em que ele pertence, seja família, grupos de amigos, da comunidade e demais), compreendendo um ser de razão que trabalha, que compartilha que se comunica, que experimenta e gera prazer, se alimenta e se reproduz.

Para acabar com condutas que violentam o corpo, a razão humana o sentimento é promover a saúde. Segundo Betinho, coordenador da atual Campanha contra a fome no Brasil: “O brasileiro tem fome de ética e passa fome por falta de ética”. Assim retomamos o conceito de “sofrimento psicossocial”, que foi realizado uma pesquisa em uma favela, que teve como objetivo analisar o processo da consciência das mulheres, que sofrem pela ausência de amparo subjetivo e assim percebendo a impossibilidade de conquistar algum objetivo para melhorar seu estado. Aprenderam que lutar e enfrentar é um processo infrutífero e as que ousaram receberam como prêmio mais sofrimento. O fazer se tornou um sinônimo de tristeza e medo, assim pensar é sofrer, é conhecer a dor e a miséria, são mulheres à “disciplina da fome” (Dejours, 1988), assim tendo uma incessante luta pela manutenção da vida. É um trabalho que deixa um gosto amargo na boca.

As mulheres da favela usavam a expressão “tempo de morrer” em contraposição ao “tempo de viver”. Tempo de morrer, as pessoas não possuem nenhum poder sobre si e sobre os acontecimentos, é caracterizado pela falta de recursos emocionais, de força para agir e pensar e pelo desanimo em relação a própria competência, é um auto abandono, é uma cristalização da angustia. O sofrimento é a vivência depressiva que condensa os sentimentos de indignidade, inutilidade e desqualificação. O início da vida, não é o momento do nascimento, para maioria delas, mas sim com a superação do tempo de morrer e com o início do tempo de viver, nessa mudança é fundamental a mudança na relação entre o ser e o mundo.

“Tempo de viver” é o tempo de agir com mais coragem e audácia, é o despertar das emoções sejam positivas ou negativas. Ele não se confunde com o viver bem, mas com um tempo de convite a vida, mesmo uma vida sofrida. Momento de transformação nas relações objetivas que aprisionam as emoções, a humanidade a sensação de impotência se transforma em energia e força para lutar. É um tempo de desaparecimento da angustia. Para a transição ocorrer na vida dessas mulheres faveladas, foi preciso um princípio de força, que elas encontraram nas atividades, sejam na aula de artesanato ou em movimentos reivindicatórios assim liberaram as emoções e o desejo, a sensação de impotência pode repentinamente se transformar em energia e força de luta.

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