EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Educação no Brasil vem enfrentando um processo de transformação. Até o início do século XXI, a escola no Brasil era dividida em dois segmentos: a escola regular ( onde as crianças e adolescentes comuns frequentavam) e a escola especial ( onde alunos com deficiências físicas e principalmente cognitivas, estudavam). Acreditavase que esse modelo asseguraria o acesso à educação, como de fato ocorre. Porém, proporcionava também uma espécie de separação.

No entanto, na última década surgiu a ideia de que, é direito de toda e qualquer criança, ter acesso ao ensino regular, ficando portanto a cargo do governo e das instituições se adequarem para recebê-los. Adaptações devem ser feitas, seja na estrutura física, seja na capacitação dos profissionais.

Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na classe regular até programas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da escola e expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência dada por professores especializados e pessoal de apoio externo. (Declaração de Salamanca, 1994).

Entretanto, para funcionamento eficaz deste processo de inclusão, é necessário formar uma rede de apoio, onde não só o governo e os professores estejam empenhados, mas tenha a efetiva participação da família, da comunidade e de vários profissionais da saúde, todos juntos para proporcionar o desenvolvimento físico e mental, não só da criança com necessidades especiais, mas também dos demais alunos que aprenderão a conviver com o diferente.

A Psicologia contribui de forma a democratizar essa convivência, sendo útil em várias frentes do processo:

 Formação do Psicólogo: estudando os processos cognitivos que se referem à aprendizagem, o futuro psicólogo consegue alcançar as possíveis dificuldades e métodos para minimizá-las no percurso educacional.  Formação do Professor: a disciplina de Psicologia aplicada à profissão, proporciona ao professor meios de reconhecimento de prováveis dificuldades e formas de enfrentamento.

 Assistência psicológica: auxílio psicossocial tanto à criança quanto aos demais envolvidos no processo de inclusão.  Projetos: auxiliar na elaboração de novas diretrizes e novos métodos de inclusão.

Seja como for, é importante estar atento à todo o processo educacional, sem esquecer das necessidades da criança "especial", das dificuldades emocionais que ela enfrenta ao ser "diferente". Mas também deve-se estar atento às crianças que conviverão com as mesmas.

Ser tratado como diferente é tão difícil quanto ser tratado como igual. Ser especial onde todos são comuns, pode gerar problemas emocionais e de aprendizagem. Mas ser tratado como qualquer um, enquanto o outro é tratado diferente é igualmente devastador.

Cabe a nós, como Psicólogos, auxiliar tanto um quanto o outro neste percurso. Enxergar que todos somos iguais e ao mesmo tempo diferentes, pode fazer a grande diferença na vida e no futuro dessas crianças. E nós temos as ferramentas necessárias para contribuir neste processo.

REFERENCIAS

 Declaração de Salamanca, Ministério da Educação,1994. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf,