ENVELHECER COM QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO SOBRE O CONVIVIO SOCIAL COM UM GRUPO DA TERCEIRA IDADE
Por: carluz • 22/5/2015 • Trabalho acadêmico • 4.170 Palavras (17 Páginas) • 699 Visualizações
ENVELHECER COM QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO SOBRE O CONVIVIO SOCIAL COM UM GRUPO DA TERCEIRA IDADE
Cleonice de Paula Oliveira[1]
Resumo
Estudo qualitativo cujo objetivo principal é descrever a importância do convívio social na terceira idade enfatizando os fatores psicossociais que influenciam a saúde mental e física. O estudo foi desenvolvido em um grupo da terceira idade do Centro de Convivência Vida ativa no município de Cachoeiro de Itapemirim – ES, através de observação participante e entrevistas semiestruturadas com vinte idosos. Após análise das informações os dados permitem concluir que o convívio social na terceira idade é importante por haver fatores que influenciam na saúde mental e física do idoso. Mediante a isso, há necessidade de refletir que nesta fase o idoso precisa ter autonomia nas atividades diárias, liberdade para participar de grupos sociais e de lazer, valorizando assim, a qualidade de vida. Nesse sentindo, cabe aos membros da família compreender o idoso em seu processo de vida e conhecer suas fragilidades, colaborando para que este mantenha hábitos que possam amenizar os efeitos causados pela senescência.
Palavras-Chave: Terceira Idade, Convivência Social, Qualidade de Vida.
Abstract
Qualitative study whose main objective is to describe the importance of the social life in old age emphasizing the psychosocial factors that influence mental and physical health. The study was conducted in a group of seniors at the center for active living life in the municipality of Itapemirim – ES through participant observation and semi-structured interviews with twenty elderly. After reviewing the information the data shows that social life in old age is important because there are factors that influence mental and physical health of the elderly. Through this, there is need to reflect that in this phase the elderly need to have autonomy in daily activities, freedom to participate in social and leisure groups, thus enhancing the quality of life. In that sense, it is for family members to understand the aging process on your life and know their weaknesses,helping to keep this habit that can reduce the effects caused by senescence.
Keywords: Elderly, Social Living, Quality of Life.
1. INTRODUÇÃO
À medida que envelhecemos alimentar-se bem, manter o corpo em atividade e gozar de convívio social podem ser a chave para uma perspectiva mais positiva da vida. O grande desafio é a longevidade humana, o que hoje já não é privilégio apenas de países desenvolvidos. No último século a humanidade conquistou um aumento na expectativa de vida, oscilando entre 56 e 72 anos, sendo que em menos de 50 anos haverá, pela primeira vez na história, mais pessoas acima de 60 anos do que pessoas com menos de 15 anos (PESSINI e QUEIRÓZ, 2002).
Oliveira, Oliveira e Scortegagna (2010, p.02), revelam dados interessantes sobre a população da Terceira Idade quando dizem que:
O envelhecimento populacional revela-se como um fenômeno mundial de grande repercussão e configura um desenho demográfico que influencia diretamente a estrutura social, política e econômica, inclusive no Brasil. Atualmente, segundo os dados do IBGE (2009), há cerca de 20 milhões de idosos no país, representando 10,2% da população. Este segmento etário está crescendo continuamente, o que repercutirá nos próximos anos uma maior população idosa.
A escolha do tema leva em consideração o aumento da população idosa no Brasil. Desta forma, considera-se também, que o presente estudo tem abrangente relevância social e científica à medida que se possam promover outras intervenções acerca da experiência com idosos, portanto, identificar os fatores psicossociais que influenciam na saúde mental e física do idoso é necessário para promover qualidade de vida.
O presente estudo foi desenvolvido em um grupo da terceira idade que participaram das oficinas de teatro ministradas no Centro de Convivência Vida ativa no município de Cachoeiro de Itapemirim – ES, espaço que promoveu a analise da pergunta inquietante a responder que objetivou a realização desse trabalho: “Qual a importância do convívio social na terceira idade?”
Este trabalho surge também, para expor, exatamente o que afirma Guillermard (1986 apud DEBERT, 1999, p.01):
A terceira idade não é sinônimo de decadência , pobreza e doença, mas um tempo privilegiado, para atividades livres dos constrangimentos do mundo profissional e familiar. Com o prolongamento da esperança de vida, a cada um é dado o direito de vivenciar uma nova etapa relativamente longa, um tempo de lazer em que se elaboram novos valores coletivos.
Focando nos processos psicossociais que influência a saúde mental e física do idoso, através da observação da interação entre os mesmos, nos discursos que eram hora espontânea, hora entrevista semi estruturada e as observações no ambiente de intervenção, foi possível constatar que alguns indivíduos e usuários do Centro de Convivência “Vida Ativa” muitas vezes não compartilham dessa concepção do envelhecer como sinônimos de decadência, diante da não concretização de projetos de vida que foram adiados no passado, vivenciam o envelhecer como uma nova etapa, oportunidade para se relacionar socialmente e buscar qualidade de vida, assim como mostrará o supracitado estudo.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Perspectivas Históricas da Política do Idoso
Antes de abordar satisfatoriamente o objeto deste estudo sobre os idosos que frequentam o Centro de Convivência “Vida Ativa”, necessário se faz adotar alguns pontos relacionados aos direitos instituídos ao idoso e aos hábitos que levam ao envelhecimento mais digno.
Inicialmente, sobre os direitos, observamos no Brasil o surgimento dos primeiros programas assistencias para a população idosa a partir da década de 60 com a criação do SESC (Serviço Social do Comércio) de São Paulo, e na década de 70 com a criação do Ministério de Previdência e Assistência Social em 1974 que promovia a política dos mais velhos, em especial, na área de saúde e previdência social para idosos contribuintes. Para os não contribuintes, a concessão da renda mensal vitalícia cabia ao idoso acima de 70 anos sem meios de comprovação de renda que mais tarde se tornará o Benefício de Prestação Continuada-BPC (SZAJMAN et al., 2002).
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