Entendendo a Articulação da Psicologia como Ciência e Profissão
Por: Cintia Fernandes • 2/4/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 1.669 Palavras (7 Páginas) • 162 Visualizações
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Curso de Psicologia
Resumo: Entendendo a articulação da Psicologia como Ciência e Profissão
Data de entrega: 02.04.2022
Disciplina: Práticas Integrativas II
Docente: Tiago Correa
3º período de Psicologia.
Discente: Cintia Souza Fernandes
Resumo
Entendendo a articulação da Psicologia como Ciência e Profissão
Objeto de Estudo da psicologia
Um conhecimento, passa ser considerado científico, requer um objeto específico de estudo. O objeto da astronomia são os astros, o objeto da biologia são seres vivos, essa divisão é ampla e apenas se coloca a psicologia entre as ciências humanas. Um psicólogo comportamental dirá: O objeto de estudo da Psicologia é o comportamento humano, se a palavra dada a um psicólogo psicanalista ele dirá: o objeto de estudo da Psicologia é o inconsciente. A diversidade dos objetos da psicologia se deve ao fato de a psicologia ter se desenvolvido como ciência muito recentemente (final do século XIX), muitos argumentam que não foi possível ainda a construção de paradigmas confiáveis.
O ser humano se caracteriza por sua capacidade criativa utilizada no desenvolvimento de suas próprias condições de vida. O conjunto dessa produção é conhecido como cultura. Os inumeráveis grupos humanos que vivem em nosso planeta desenvolveram características peculiares, assim, estudar o ser humano significa estudar os seres que é histórico e está em permanente mudança. As diferentes formas de pensar a psicologia representam a própria riqueza do ser humano sua capacidade múltipla de pensar sobre si mesmo e as circunstâncias históricas nas quais a teoria tem sua origem, a filosofia, que não pretende ser um conhecimento científico, mas que está na base de toda ciência, também apresenta essa característica. E não devemos nos esquecer que a psicologia tem sua origem na própria filosofia. No sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia é o ser humano. É o caso da concepção de homem natural, formulada pelo filósofo francês Jean-Jacques Rosseau (1712- 1778), que defendia que o ser humano nascia puro, mas que era corrompido pela sociedade, cabendo então ao filosofo reencontrar essa pureza perdida, neste momento, há uma riqueza de valores sociais que permitem várias concepções de ser humano, diríamos simplificadamente que, no caso da Psicologia, essa ciência estuda “diversos seres humanos” ,concebido pelo conjunto social, assim, a Psicologia hoje se caracteriza por uma diversidade de objetos de estudo. Diferentes escolas elaboram critérios com base em determinada concepção de método científico, as escolas definem um campo epistemológico com maior rigor possível e com uma lógica consistente para garantir a sua existência e convivência com outras escolas. As outras escolas procedem da mesma forma e a partir de seus objetos de estudo e do desenvolvimento de suas teorias e métodos. Podemos dizer que tais escolas constroem diferentes psicologias com diferentes escopos e que elas se propõem a compreender as pessoas de acordo com seu parâmetro científico, essa diversidade de objetos justifica-se porque os fenômenos psicológicos são tão diversos que não podem ser acessíveis ao mesmo nível de observação, o objeto da Psicologia, deve ser aquele que reúna as condições de aglutinar uma ampla variedade de fenômenos psicológicos
A subjetividade como objeto da Psicologia
A identidade da Psicologia é o que diferencia dos demais ramos das ciências humanas e pode ser obtida considerando-se que cada um desses ramos enfoca o ser humano de maneira particular. A psicologia colabora com o estudo da subjetividade – é essa a sua forma particular, específica de contribuição para a compreensão da totalidade da vida humana.
O objeto de estudo é o ser humano, em sua totalidade, ou seja: um ser biopsicossocial. Ser humano-corpo, ser humano-pensamento, ser humano-afeto e ser humano-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade.
A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social; é uma síntese que, de um lado, nos iguala, na medida em que os elementos que a constituem são experienciados no campo comum das condições objetivas de existência. É o mundo das ideias, significados e emoções constituído internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; e, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais.
Criando e transformando o mundo (externo), o homem constrói e transforma a si próprio.
O mundo social e cultural, conforme vai sendo experienciado por nós, possibilita-nos a construção de um mundo pessoal e singular.
A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, se comportar, sonhar, amar de cada um. Nossos hobbies, qualidades, defeitos, medos, constituição familiar e biológica, tudo o que nos envolve e ao outro, é a singularidade de cada um.
A subjetividade não é inerente ao indivíduo. É construída aos poucos, à partir do nascimento, ajustando-se do material, mundo social e cultural (a expressão subjetiva coletiva), atuando no mundo e sendo ativo na sua construção. E nesse processo, o homem constrói e transforma a si próprio.
Um mundo objetivo e em constante deslocamento, movimentado por indivíduos que incessantemente por suas intervenções, novas experiências, matéria-prima para produção da subjetividade.
A subjetividade não é apenas elaborada, mas adaptada e também flexível. O homem pode construir novas e/ou outras formas de subjetividade, negando-se ao subjugamento e à perda de memória imposta pela fugacidade da informação; recusando a massificação que exclui e estigmatiza o diferente, ou seja, suas escolhas são colocadas e impostas com a sua maneira de agir e pensar, agindo de forma particular e não como a sociedade impõe. Sendo necessário passar por algumas catarses, sem ter que abafar sentimentos e sofrimentos.
A subjetividade compreende a produção de novos modos de ser e estar no mundo, isto é, as subjetividades emergentes, cuja produção é social e histórica. O aprofundamento no tema subjetividade, sendo revelado as relações culturais, políticas, econômicas e históricas na elaboração do mais essencial e perceptível no ser humano – aquilo que o conquista, submete ou impulsiona para pensar e agir sobe os efeitos das formas de submissão da subjetividade.
O movimento e a transformação são elementos básicos de toda essa história. Citando um trecho da obra de Guimarães Rosa, em “Grande sertão veredas”: “O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam”.
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