FUNDAMENTOS TÉCNICOS

FUNDAMENTOS TÉCNICOS

Para se organizar um grupo é preciso que o coordenador tenha uma ideia clara do que pretende com esse grupo e de como vai operacionalizar esse seu intento, caso contrário o grupo será tomado por um clima de confusão e incertezas.

Existem duas possibilidades para que o grupo termine: por uma dissolução ou por uma combinação prévia. O coordenador deve ter uma fundamentação técnica que possibilite uma definição de critérios de término e um manejo adequado para cada situação. Saber terminar algo representa um significativo crescimento mental.

Um manejo técnico e adequado das situações transferenciais consiste em reconhecer e discriminá-las. No grupo há possibilidade de quatro níveis de transferência: de cada indivíduo para com seus pares, de cada um em relação ao coordenador, de cada um para o grupo e do grupo em relação ao coordenador.

Os sentimentos contratransferências são inevitáveis. Cabe ao coordenador não permitir que os sentimentos despertados invadam sua mente, e que eles possam se constituir como um instrumento de empatia. O coordenador precisa estar atentar para não ser envolvido em algum tipo de “conluio inconsciente”.

Zimerman (1997) determina os principais fundamentos da técnica que dizem respeito ao cotidiano da prática grupal, destacando algumas formas de manejo técnico diante dos diferentes aspectos e fenômenos que surgem no campo grupal.

O primeiro fundamento é o planejamento, onde o autor acredita ser útil entender e fazer uma diferenciação entre os conceitos de logística, estratégia, técnica e tática. A primeira recomendação técnica para quem vai organizar um grupo é a de que ele tenha uma ideia bem clara do que pretende com esse grupo e de como vai operacionalizar esse seu desejo.

Um outro fundamento é aseleção e agrupamento onde os grupoterapeutas não são unânimes quanto aos critérios de seleção dos indivíduos para a composição de um grupo, quer seja operativo, quer seja terapêutico. Alguns aceitam qualquer pessoa que manifesta interesse em participar de um determinado grupo, enquanto outros, adotam um certo rigor na seleção.

O enquadre (setting), é conceituado como a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o funcionamento grupal. Assim, ele deriva de uma conjução de regras, atitudes e combinações. O setting não se comporta como uma situação meramente passiva, ele é um importante elemento técnico pois representa varias funções importantes, como a criação de um novo espaço para reexperimentar e ressignificar fortes e antigas experiências emocionais; A atmosfera grupal depende da atitude afetiva interna do coordenador, do seu estilo pessoal de trabalhar, entre outros.

Outro fundamento técnico é o manejo das resistências. O melhor instrumento técnico que um coordenador de grupo pode possuir para enfrentar as resistências que surgem no campo grupal é o de ter uma ideia clara da função que elas estão representando para um determinado momento de seu grupo.

Um outro fundamento importante é o manejo dos aspectos transferenciais que é um manejo técnico adequado dos aspectos transferências consiste em reconhecer e discriminá-las. Segundo o autor, no campo grupal, as manifestações transferenciais adquirem uma complexidade maior do que no individual, porquanto nele surgem as "transferências cruzadas", que indicam a possibilidade da instalação de quatro níveis de transferência grupal: de cada indivíduo para com os seus pares, de cada um em relação à figura central do coordenador de cada um para o grupo como uma totalidade, e do todo grupal em relação ao coordenador.

Manejo dos actings é o fundamento técnico no qual todos os técnicos que trabalham com grupos reconhecem que a tendência ao acting (atuação) é de curso particularmente frequente. Do ponto de vista de ser utilizado como um instrumento técnico, é necessário que o coordenador reconheça que os actings representam uma determinada conduta que se processa como uma forma de substituir sentimentos que não conseguem se manifestar no plano consciente.

O autor apresenta também a comunicação. O grupo é um excelente campo de observação de como são transmitidas