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Fundamentos em Psicanálise

Por:   •  31/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.592 Palavras (7 Páginas)  •  352 Visualizações

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GRADUAÇÃO

PSICOLOGIA

FUNDAMENTOS EM PSICANÁLISE

Professora: Sandra Francesca Conte de Almeida

FREUD E A ATUALIDADE DO MAL-ESTAR NA CULTURA

Aluna: Catharina Fredenhagem

Brasília, 11 de junho de 2015

INFORMAÇÃO SOBRE O AUTOR:

Sobre a autora do texto “Freud e a Atualidade do mal-estar na cultura” Magali Milene Silva: possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei (2003) e mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007), com ênfase em Psicanalise, doutorado em psicanálise pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Experiência em docência na área de Psicologia, em cursos de graduação (UFOP, UFLA, UNILAVRAS ) e pós-graduação (FINON, UNIFENAS). Professor Temporário UFLA (20111-2013). Vínculo atual: professor horista UNILAVRAS. (Informações coletadas do Lattes em 11 de junho de 2015).

RESUMO DA OBRA:

É um texto que diz respeito à leitura que Freud fez em seu tempo sobre o mal-estar na cultura (1929-1930), muitos autores defenderam que sua visão está ultrapassada, mas de acordo com Bauman que dedicou à estudar a contemporaneidade faz uma comparação da sociedade atual, que chegam nas clinicas com casos de uso de drogas, álcool, em busca do corpo “perfeito”, distúrbios alimentares, entre outros com a sociedade em que Freud viveu que em seu consultório em sua maioria eram tratadas as histéricas.

Como Freud refletiu sobre a relação do homem com a civilização ou cultura, dizendo que essa seria uma renúncia e moderação regulando uma vida normal, dando o efeito de mal-estar. Porém nos dias atuais o foco é satisfação e não a renúncia como dizia Freud, tendo consequência individuais e diferentes daquelas propostas por ele. Mas suas reflexões ainda são pertinentes para a clínica, mesmo o mal-estar sendo outro agora.

Freud não busca distinguir cultura de civilização, pois para ele um completa o outro. Pois cultura é conhecimento e capacidade que o homem adquiriu com o fim de controlar as forças da natureza e extrair a riqueza desta para a satisfação das necessidades humanas, enquanto a civilização são todos os regulamentos necessários para ajustar as relações dos homens uns com os outros e, especialmente a distribuição da riqueza disponível (Freud, 1928/1996h, p.16). Por isso ele usou o termo de kultur, uma orientação natural.

        Da forma como a história individual se relaciona com a história comum, produzimos o campo da realidade psíquica. Essa relação se faz também por um resto pulsional, que é mais do que a organização da realidade psíquica. O objetivo da cultura é dar conta desse resto, sem eliminá-lo.

        Na parte de desamparo radical, Freud utiliza o termo aparelho psíquico, que quer dizes as movimentações energéticas e os registros dessas movimentações. Para a construção de uma orientação para a sua ação no mundo. O desamparo é a dependência do outro para sua autopreservação, somando a satisfação da necessidade. Com isso, desencadeia a comunicação e o desemparo inicial é a fonte primordial de todos os motivos morais. O homem não é um animal orientado por instintos, precisa forjar formar de orientação para a satisfação, como elas sempre serão vividas como forjadas, é colocado um hiato estrutural entre a excitação e a satisfação. Essas excitações devem ser mantidas em níveis baixos. Em geral, o desamparo é entre a exigência de satisfação e a possibilidade de alcançar a satisfação e reconhece-la como tal.

O princípio do prazer é ter a menor excitação possível. Para isso é preciso criar alternativas que possam “distrair” a excitação. O princípio do prazer forja a excitação igual ao desprazer. Buscando evitar o desprazer e na ausência do objeto, pode haver alucinações do objeto, fazendo com que no aparelho exista o objeto suposto de satisfação. Mas a insatisfação continua mesmo diante do objeto alucinado, sendo criado outro princípio que é de realidade, tendo o objetivo de discriminar a presença do objeto na realidade e adiar ou transferir a satisfação caso o objeto esteja ausente. Segundo Lacan, esse princípio opera pela via da precaução, do retoque e retenção devendo guiar o sujeito para que ele chegue a uma ação possível. Entretanto, algo pulsional ainda permanece sob a organização do princípio do prazer, que são os sonhos, fantasias e os devaneios.

Em 1920, Freud cria as duas pulsões: de vida e de morte. Na de vida, visa à ligação e à unidade. Na de morte, à divisão, À destruição, à restauração do estado inorgânico.

Como objetivo de vida, o ser humano valoriza a construção ideativa da felicidade, buscando através de uma negativa que é evitar o desprazer. Porém, Freud diz que não há como ser alcançada nem no microcosmo, nem no macrocosmo. Fazendo assim necessárias alternativas para disfarçar o desprazer da não satisfação direta das pulsões.

As construções da civilização veio para ajudar na organização dessas alternativas, oferecendo outras formas de satisfação adequadas ao projeto de cultura. Como as possibilidades de felicidade são restringidas por sua própria constituição, o sentimento de infelicidade parece ser mais comum, e nos ameaça a partir de três direções: do nosso corpo, do mundo externo e de nossos relacionamentos com os outros homens. E o princípio da realidade vem nos auxiliar para lidar com essas adversidades.

A maior causa de infelicidade destacada por Freud, é a dificuldade do relacionamento entre os homens, que mostra o nosso fracasso do projeto social. Pelo homem não ser naturalmente orientado, algo é sentido como perdido, mesmo não tendo sido alcançado. A cultura configura o problema que não pode ser superado, mas ela é convocada frequentemente para apresentar respostas. Essas respostas insuficientes e provisórias, variam de acordo com o tempo e espaço, porém o mal-estar continua.

“A sociedade humana no sentimento de culpa do grupo, colocando o mal-estar no coração de qualquer organização humana. Desse modo, coloca-se para qualquer projeto de cultura a delicada tarefa de regular e modelar a satisfação, oferecendo satisfação substitutivas no lugar daquela a que constitutivamente os homens renunciaram.”

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