GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA BRENDA CORRADI SARMENTO
Por: Brenda Corradi • 23/11/2021 • Trabalho acadêmico • 2.110 Palavras (9 Páginas) • 159 Visualizações
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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
BRENDA CORRADI SARMENTO
AV2- PSICANÁLISE
FEIRA DE SANTANA-BA
2021
BRENDA CORRADI SARMENTO
AV2- PSICANÁLISE
Trabalho apresentado ao Curso de Psicologia – Bacharel e Formação de Psicólogo do Centro Universitário Nobre como requisito avaliativo para a disciplina de TTP: Psicanálise.
Prof. Ana Paula V. M. de Oliveira
FEIRA DE SANTANA-BA
2021
Faça uma diferenciação entre a neurose histérica (histeria) e a neurose obsessiva em psicanálise.
Na psicanálise as neuroses são entendidas como distúrbios de afetividade que fazem com que os sujeitos experienciem sentimentos e reações incomuns, sendo em alguns casos incontroláveis, mas sem deixar de manter a noção e juízo de realidade. Como quaisquer outros tipos de distúrbio psíquico, para a psicanálise, as neuroses têm a sua origem na infância, na constituição do sujeito durante as fases de desenvolvimento psicossexual.
A neurose se classifica como individual e é constituída com respostas a eventos que foram recalcados pelo sujeito em um ou mais momentos específicos do sujeito. Dessa forma, o recalque dos conteúdos conflituosos e indesejáveis serve como um mecanismo de defesa psíquico. Tais mecanismos, quando disparados, tendem a vir a tona na forma de sintomas e de padrões repetitivos de comportamentos, pensamentos e emoções.
O individuo que sofre de neurose reage de maneira descontrolada quando a submetida a situações que lhe causam desconforto, o que gera intensa ansiedade e angústia. Apesar de não perder o vínculo com a realidade e saber exatamente o que está acontecendo, o neurótico não consegue controlar a intensidade das suas ações, nem ter atitudes condizentes com determinada situações.
Segundo Freud, a neurose é resultado de um conflito entre o Superego (o componente da personalidade formado por seus ideais, regras sociais internalizados) e o Id (regido pelo princípio do prazer). O Ego (formado pelas experiências do indivíduo) não tem estrutura fortalecida para atuar como intermediário dessas forças.
A neurose pode ser classificada em diferentes tipos, conforme a sua particularidade e sintomas específicos em cada um. As neuroses o qual serão abordadas nesse teor será a neurose obsessiva e a neurose de histeria. A neurose obsessiva se caracteriza pela presença de sintomas compulsivos. Conforme Freud, nesse tipo de neurose, a consciência e razão permanecem lucidas e intactas, porém, essas obsessões incontroláveis podem privar o pensamento, ação e emoção do individuo, sendo geradas pelo conflito interno do individuo, devido a frustação de um impulso instintivo.
Freud vem trazendo que a neurose é reflexo da vivência, traumas e recalque de cada sujeito. Sendo assim, os sintomas desse tipo de neurose podem ser associados a uma expressão simbólica de um conflito psíquico, onde há um trabalho mental em cima da defesa -pré-consciente- contra a invasão do que seria de um desejo inconsciente. Como esse desejo não pode aparecer, ele acaba sendo substituído, causando repetições de pensamentos, emoções e ruminação como foi dito acima. Essas defesas que são recalcadas, tendem a aumentar, fazendo com que muitos sujeitos tenham a fadiga mental em meio a essa situação.
Em contraposição a neurose de histeria se caracteriza principalmente por estados de alteração da consciência, podendo ocasionar amnesia e perdas de memorias. Nesse tipo de neurose, pode ocorrer manifestações sensitivas ou cognitivas, podendo causar por exemplo a paralisia e cegueira.
O autor vem trazendo que os sintomas são temporários e passageiros. Em seus estudos sobre a condição, Freud definiu como sendo uma variante anormal do pensamento, resultando em uma atitude exagerada de ordem psíquica, onde se relaciona com a fase oral e a fase fálica de cada individuo. Na histeria, o individuo encena doenças como forma de escapar de situações que o mesmo considera insuperáveis. Nesse contexto, tais sintomas foram divididos em dois grandes grupos: Dissociativos e conversivos.
No grupo Dissociativo, encontra-se um rompimento com a realidade o que muita das vezes ocasiona desmaios, amnesias, automatismo, dentre outros sintomas. Em incongruência, o grupo conversivo vem acompanhado de manifestações físicas ancoradas em conflitos psíquicos, onde o sujeito pode apresentar espasmos, tremores e até mesmo a perda da fala.
Na psicanálise, a partir de práticas do profissional é possível fortalecer o Ego da individualidade do sujeito. Dessa forma, a pessoa consegue encontrar o equilíbrio entre o seu ID e superego, de modo a conviver melhor com as suas características e ao longo do tempo neutralizando os seus sintomas comportamentais. Como pode ser observado, na neurose, é necessário observar o paciente individualmente, visto que ocorrem variações em cada individuo. Somente dessa forma pode-se estabelecer a análise apropriada para cada caso.
De que forma é possível relacionar os argumentos do texto “A mãe dedicada comum” com as contribuições de Winnicott sobre os quadros de autismo?
Winnicott desenvolveu uma ampla teoria a partir de uma vasta experiência com o seu trabalho de pediatra, psiquiatra infantil e psicanalista. Ele realizou atendimentos a crianças e observações da relação mãe-bebê por mais de quatro décadas da sua vida e criou uma teoria original sem deixar de lado a teoria psicanalítica já construída (FREIRE, 2012; JANUARIO, 2012). De forma inovadora, Winnicott enfatizou o ambiente como fator originário de problemas psíquicos, deu importância ao ambiente externo e ao cuidado emocional oferecido ao bebê principalmente da mãe (GREEN, 2003) e considerou impossível pensar o ser humano em desconexão com o seu meio e com a sua relação com os outros. Até porque “quando se vê̂ um bebê também se vê̂ a mãe, os cuidados maternos, o ambiente” (JANUARIO, 2012, p. 60).
Winnicott possibilita pensar o autismo de forma mais ampla permitindo o surgimento de novas reflexões a partir do desenvolvimento psíquico e do ambiente do individuo. Ele vem trazendo que busca- se compreender o uso e os sentidos desses funcionamentos psíquicos para as crianças, respeita-as e busca oferecer condições para que elas dispensem as defesas, que dificulta o relacionamento com o outro e com o mundo. O autor traz que em suas ideias ele associa o adoecimento mental com os processos do desenvolvimento infantil e com o meio ambiente, ou seja, a relação que ele vem trazendo em sua obra “a mãe dedicada comum” onde ele observa a mãe e seu filho, juntamente com o ambiente em seu desenvolvimento é clara.
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