Melanie Klein Aula
Por: Ana Paula Barreto • 12/4/2021 • Resenha • 739 Palavras (3 Páginas) • 110 Visualizações
Aula 4
Melanie Klein vai diferenciar a inveja dos ciumes. A inveja é como o Freud falou, pode ser a inveja do pênis, mas também pode ser a inveja do seio, do corpo, do poder, etc. É diferente dos ciúmes, pois este surge mais tarde na vida da criança, na dinâmica edipica quando comparece um terceiro termo, pois o ciumes envolve pelo menos 3 pessoas: você, o objeto do seu amor e um rival. O ciúmes não é só perder aquela pessoa objeto do nosso amor, mas é perder um pouco de nós mesmos e desse lugar idealizado que nós construímos para nós. O ciúme é muito projetivo, pois esse temor da perda é produzido por uma certa excitação do nosso próprio olhar. DE um modo geral o ciumento é alguém q também está muito próximo de trair. Os ciúmes têm muito um aspecto projetivo, na dimensão real tem relação com a nossa dependência como o outro, porque nós introjetamos um pouco do outro em nós e amamos verdadeiramente o outro, como uma outra pessoa (como nós e como o outro). A inveja não é assim, é uma relação com um objeto específico idealizado, é uma relação do sujeito com alguma coisa que o outro tem, é o desejo de ter alguma ciosa que o outro tem. A inveja é o desejo de ter aquela perfeição que eu imaginei em alguma coisa. Com muita frequencia o objeto de nosso amor é visto por nós como um objeto de perfeição, por esse motivo sentimos inveja. Tbm é possível sentir inveja de um terceiro termo, aquele q nos ameça roubar o objeto do nosso amor, por isso podemos sentir inveja ao mesmo tempo que sentimos ciúmes, mas não obrigatoriamente o ciúmes implica em inveja. Às vezes nosso objeto de amor não é tão idealizado, tão enaltecido, então não sentimos inveja.
MK traz essa reflexão para a vida de um bb, e ela vai falar da idealização do bb pelo seu objeto de amor pela perfeição, ele vai amar o seio bom, vai introjetar o sei bom porque o seio bom tem qualidades. É então uma decorrência da constituição do objeto ideal, vai ser o percursor do super ego. O objeto ideal será destino de uma certa inveja. MK vai falar do desejo do bb de incorporar esse objeto. Vai falar do bb que morde o seio, querendo colocar para dentro de forma canibalesca e devorar esse objeto ideal.
O feminicídio é um exemplo de uma violência que ocorre por meio da inveja de um sentimento de perfeição e idealização da mulher desejada pelo homem, Temos um contraponto masculino da inveja do pênis, que é a inveja da mulher idealizada.
Como o bb sairia dessa posição e inveja? É como se a inveja fosse um processo inexorável, pois se a criança vai desenvolver o psiquismo, vai desenvolver o ego através da incorporação de um objeto ideal precursor do superego, a inveja decorre da percepção da condição de perfeição do objeto. Então, segundo MK todos os bbs teriam inveja, e a partir disso ela vai especular uma forma de contornar esse sentimento. Na posição esquizo paranoide onde ele se sente ameaçado pelo seio mau, se sente ameaçado por um inimigo. Na inveja ele estaria destruindo essa ameça que seria o seio mal. Ele devora o seio para te-lo dentro de sim, mas ao devorar ele também destrói o seu objeto de desejo.
A reparação é um sentimento amoroso que vai surgir na posição depressiva de restaurar o objeto bom, de devolver ao meio externo o objeto ideal, e ele irá fazer isso também de forma mágica pelos recursos que ele dispõe, que é do afeto, do sentimento, numa busca de controlar seus sentimentos, reprimindo o ódio e maximizar o amor. Se o meio externo devolve a ideia de q esse processo foi exitoso o objeto ideal renova sua existência e o sujeito segue a diante. A reparação é o processo saudável de cura da inveja e de saída da posição depressiva, restituindo o objeto ideal e recompondo o objeto bom pela via do amor.
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