NO ARCO-ÍRIS TAMBÉM HÁ ROXO: Violência conjugal nas relações lésbicas
Por: Márcia Barros • 19/11/2018 • Artigo • 258 Palavras (2 Páginas) • 281 Visualizações
NO ARCO-ÍRIS TAMBÉM HÁ ROXO:
Violência conjugal nas relações lésbicas1
Helena Topa
helenatopa@clix.pt
RESUMO
A violência conjugal no contexto das relações homossexuais e, especificamente, nas relações lésbicas, é uma realidade indesmentível, embora quase desconhecida e invisível na nossa sociedade. Partindo de alguns dados resultantes da investigação mais recente acerca deste fenómeno, procura-se perceber o que torna única a violência nas relações conjugais entre mulheres. Para tal, foram realizadas entrevistas a vítimas de violência neste contexto, de modo a perceber melhor os contornos de que se pode revestir esta realidade. Os dados evidenciam situações de abuso que podem chegar ao risco de vida. Mostram também o sofrimento das mulheres por não poderem contar com apoio institucional, mas também por terem de manter a sua situação em segredo. Em conclusão, tecem-se algumas considerações acerca dos resultados obtidos e das mudanças que consideramos importantes no sentido de quebrar o silêncio e de proporcionar uma resposta às mulheres que procuram ajuda.
PALAVRAS-CHAVE:
Violência conjugal; relações lésbicas; vítimas
1. A VIOLÊNCIA CONJUGAL É TODA A MESMA?
Falar de violência conjugal nas relações lésbicas implica falar da violência conjugal entre homossexuais, de uma forma abrangente, e ainda, enquadrá-la na violência conjugal e doméstica em termos gerais? No nosso entender, sim e não. Sim, porque tem características e dinâmicas semelhantes a qualquer manifestação de violência entre parceiros íntimos, e não, dado que se reveste de aspectos particulares, decorrentes do estatuto minoritário que as relações entre pessoas do mesmo sexo têm na nossa sociedade, e do facto de as lésbicas serem duplamente discriminadas: por serem mulheres, por serem mulheres no contexto de uma relação lésbica.
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