O Ciclo do Contato
Por: 11100654 • 28/9/2015 • Resenha • 1.082 Palavras (5 Páginas) • 3.501 Visualizações
O CICLO DO CONTATO
Jorge Ponciano Ribeiro nasceu em Bocaiúva, Minas Gerais, em 10 de Fevereiro de 1933. Ponciano recebeu diversas homenagens e títulos em reconhecimento a sua atuação como profissional sendo sua contribuição para a psicologia de suma importância.
No livro O ciclo do contato em sua 4ª edição Jorge Ponciano trabalha conceitos como campo, ciclo, círculo, mecanismos de defesa e bloqueio de contato e self de forma mais clara para uma operacionalização da prática aplicando-as tanto a situações dentro da clinica como em outras práticas. Esses conceitos fazem parte da Teoria do Ciclo do Contato.
Contato é o estar no mundo, o ser-no-mundo através do outro, ninguém existe sem contato, sem troca, troca essa que nos dá a consciência do sentido de nossa realidade vivencial. Existir é estar em constate contato dando e recebendo desse outro, coisa ou mundo. É esse movimento que nos define enquanto ser-no-mundo em constante transformação. Contato é cuidado, é cumplicidade é a percepção do campo onde tudo acontece no aqui-e-agora, o contato é essa relação que define nossa realidade experienciada.
O contato se da no campo, é função do campo e vai além da simples relação consigo mesmo e com o meio ambiente. Fazemo-nos e somos através do contato em cada campo, sendo o self a forma como funcionamos nesses campos.
Ponciano, ao introduzir o segundo capítulo do livro, nos fala sobre o contato como uma teoria, como uma técnica e como uma arte. O contato como teoria é descrito numa relação de causa e efeito ocorrendo simultaneamente em vários campos. O contato como técnica nos instiga a entender o corpo como a casa desse contato, sendo o mesmo seu sujeito e objeto imediato tendo os conceitos de fronteira e limite como principais para a qualidade da relação. O contato como arte é em essência o instrumento de ação que permite o ser humano superar seus limites atingindo um nível mais alto de perfeição.
Nesse sentido, ressalto que o contato é a base para uma boa relação terapêutica, e relação entre pessoas no geral. Sem o contato saudável não há encontro genuíno entre dois corpos, não há a existência das coisas, experiências e vivências, não há um sentido. Toda a ação humana ocorre na forma de contato.
O contato é uma unidade de transformação, é um movimento de dar e receber, onde tudo se faz e refaz em busca do crescimento, abrindo possibilidades de mudança interna e externa. Mudar significa re-significar coisas, pessoas e nossa própria existência. Ponciano nos fala que essa mudança passa necessariamente por três aspectos: o sensório, o motor e o cognitivo. Esse ciclo de mudança só é pleno quando a pessoa vivencia esses três momentos no seu processo.
O contato é visto como efeito e causa em dado processo e ocorre sempre em um campo. Somos em síntese, os contatos que fazemos ao longo do tempo e em diversos campos. É como eu sou e me expresso. É o meu self.
O contato, segundo Ponciano, é função do self, mudando com o passar dos anos. É o nosso espelho existencial.
Na natureza do contato são incluídos valores, desejos, negações, memórias, antecipações, que ocorrem no momento em que o encontro se dá. É um ato de autoconsciência totalizante, é mobilizador envolvendo intencionalidade e responsabilidade.
A fronteira é o lugar de encontro entre duas energias, sejam elas positivas ou negativas. É o lugar de encontro das diferenças, atravessar essa fronteira é fazer parte de tudo aquilo que é do outro, sem retorno.
No ciclo do contato nos é revelado os fatores de cura e bloqueios de contato. Fatores de cura são os passos saudáveis que damos no processo, é a forma plena de contato, a mudança positiva no processo psicoterapêutico. São esses: fluidez, sensação, consciência, mobilização, ação, interação, contato final, satisfação e retirada. Os bloqueios de contato são: fixação, dessensibilização, deflexão, introjeção, projeção, interação, retroflexão, egotismo e confluência.
Saúde e contato
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