O Consumo De Drogas Entre Os Trabalhadores Da Construção Civil

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FACULDADE CENECISTA DE OSÓRIO- UNICENEC

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

PRÉ PROJETO TCC

JANAINA ANDRESSA DA SILVA FOLLY

O CONSUMO DE DROGAS ENTRE OS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Uma revisão de literatura

Osório/RS

2021/01

1. INTRODUÇÃO

        A escolha do tema se deu pelos atendimentos frequentes que tenho realizado como estagiária de psicologia no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) no município de Tramandaí no período de junho a dezembro de 2020. No ambiente da construção civil o uso abusivo de drogas é uma realidade, respondendo por 20% dos acidentes de trabalho (DUBIELA, CAMPOS, 2012; SPINVILLO, 2012).                           O Centro de Atenção Psicossocial é um serviço que acolhe crianças, adolescentes e adultos em sofrimento psíquico, ou seja, acometidos por psicoses ou neuroses graves ou, também, abuso de drogas (álcool e outras substâncias psicoativas). Trabalha de forma a estimular nos pacientes a integração social e familiar; apoiar iniciativas de autonomia, como inserção no mundo do trabalho e nos variados recursos dispostos no entorno, oferecendo atendimentos adequados à demanda dos usuários, incluindo diversos dispositivos clínicos, como grupos, oficinas, atendimento psicológico, acompanhamento terapêutico. A finalidade principal é integrá-los a um ambiente social e cultural, designado como seu “território”, o espaço na cidade onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares” (LEWIS, PALMA, 2011).

        O trabalho é considerado uma das formas de desenvolvimento pessoal e social do indivíduo, contribuindo para a formação de laços, para a expressão da subjetividade e para as vivências de prazer. (Enriquez, 2014).  Toda forma de trabalho vem com prazer ou desprazer, temos no prazer do trabalho as possibilidades como estruturante psíquico, os possíveis encaminhamentos do sofrimento em direção ao prazer e à saúde já no desprazer por exemplo, o sofrimento leva à crescente prescrição de antidepressivos e ansiolíticos (Brant & Minayo-Gomes, 2004). Os estudos iniciais com a “Psicopatologia do Trabalho”, desvendaram diversos fatores que contribuem para o sofrimento no trabalho. Esses estudos tinham como objetivo compreender as causas coletivas da situação e da organização do trabalho em meio a este fenômeno, procurando focalizar as especificidades do sujeito e de seu trabalho, dando assim, ênfase às análises das estratégias defensivas individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores para preservar o equilíbrio psíquico (Lima, 1998). Uma dessas estratégias é a fuga à realidade, que pode ser conseguida com o uso de substâncias psicoativas.

        Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) (2003) revelam que funcionários dependentes de drogas têm três vezes mais que os não dependentes a necessidade de tirar licenças médicas e cinco vezes mais, a probabilidade de sofrer ferimentos ou incapacitações resultantes de acidentes de trabalho, assim diminuindo a sua capacidade de exercer suas atividades laborativas.

1.1 Justificativa

        Conseguir através da literatura fazer com que este paciente procure o serviço de saúde mental para realizar o tratamento devido a dependência química. Sendo assim engajar junto com este paciente que na maioria das vezes é do sexo masculino um incentivo que o mesmo continue em acompanhamento através de grupos e oficinas terapêuticas para sim o resgatar sua autoestima e as capacidades laboral.

1.2 Problema

A presente pesquisa visa identificar qual o motivo os trabalhadores da construção civil fazem o uso abusivo de substancias psicoativas?

2. Objetivos

2.1 Objetivos gerais

O objetivo deste estudo é conhecer algumas implicações do consumo de drogas e sua relação com o trabalho executado pelos os operários da área da construção civil.

2.2 Objetivo especifico

Compreender o motivo do uso abusivo de drogas no âmbito do trabalho da construção civil. Buscar compreender o motivo pelo qual o trabalhador da construção civil inicia com este uso causando a dependência futura.

1. Revisão de literatura

2.1 Dependência química

A dependência química é uma condição física e psicológica causada pelo consumo constante de substâncias psicoativas, é considerada uma doença crônica, causada pela necessidade psicológica, alterando bruscamente sua maneira de viver e de interagir socialmente. Devido ao reiterado uso desses tipos de drogas, o corpo humano se torna cada vez mais dependente, tendo como consequências sintomas que afetam o sistema nervo central. É uma busca por prazer e de alivio de sensações desagradáveis causados pela abstinência, ou seja, a ausência do uso de droga (TOSCANO JÚNIOR, 2001).

2.2 Transtornos Relacionados a Substancias

Muitos problemas são relacionados devido ao consumo de drogas, e são considerados uma questão de saúde pública. Para o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 a dependência química, está classificada como Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtornos Aditivos e neste sentido compreende que o uso engloba dez classes de drogas, dentre elas estão: álcool, cafeína, cannabis, alucinógenos, ansiolíticos, estimulantes e outros.

O álcool por exemplo mantém relação causal com mais de 200 tipos de doenças e lesões. Câncer, cirrose e desordens mentais e comportamentais são frequentemente associados ao uso do álcool. ( Garcia Lucia & Freitas Leila, 2013).

A cannabis pode produzir vários efeitos subjetivos em humanos: euforia, desanimo, sedação, alteração da percepção do tempo, aumento da interferência na atenção seletiva e no tempo de reação, alteração nas funções sensoriais, prejuízo do controle motor, do aprendizado e prejuízo transitório na memória de curto prazo, além de efeitos neurovegetativos como boca seca, taquicardia e hipotensão postural. Efeitos adversos incluem crises de ansiedade, ataques de pânico e exacerbação de sintomas psicóticos existentes. (Crippa, José; et al. 2005).