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O Inatismo

Por:   •  31/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.262 Palavras (10 Páginas)  •  789 Visualizações

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Inatismo

É tudo aquilo que é inato ao ser humano, que ao nascer já traríamos na herança genética as qualidades e capacidades básicas do ser humano. Pois o homem nasce com todas as capacidades prontas para conhecer, aprender, enfatizando os aspectos internos do sujeito.

Os fatores inatos são mais poderosos na determinação das aptidões individuais e do grau em que estas podem se desenvolver do que a experiência, meio social e a educação. Devem-se valorizar as qualidades, o potencial, o que já está guardado dentro de cada um, respeitar as individualidades, a singularidade do ser humano apresenta-se como a contribuição desta Teoria para a Educação.

A teoria inatista se fundamenta em uma concepção de ser humano inspirado na filosofia racionalista e idealista. O racionalismo se norteia pela crença de que o único meio para se chegar ao conhecimento é por intermédio da razão, já que esta é inata, imutável e igual em todos os homens. Para o idealismo, o real é confundido com o mundo das ideias e significados. Dar realidade às ideias, oferecer respostas ideais (de ideias) às questões reais. É a forma de compreender a realidade, na qual o espírito vai explicar e produzir a matéria.

O ser humano é um sujeito fechado em si mesmo, nasce com potencialidades, com dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com o amadurecimento biológico. Uma vez que é dotado de dons divinamente justificáveis, o ser humano, assim entendido, não tem possibilidade de mudança, não age efetivamente e nem recebe interferências significativas do social. Nada depois do nascimento é importante, visto que o homem já nasce pronto, incluindo a personalidade, os valores, os hábitos, as crenças, o pensamento, a emoção e a conduta social.

O entendimento do desenvolvimento é baseado no pressuposto de que, ao aprender, o ser humano aprimora aquilo que já é inato avançando no seu desenvolvimento, podendo vir a ser. É um passo na aprendizagem e dois no desenvolvimento. A aprendizagem depende do desenvolvimento.

Na educação o papel do professor é o de facilitar que a essência se manifeste, entendendo-se que quanto menor a interferência, maior será a espontaneidade e criatividade do aluno. A sua capacidade intelectual será verificada na medida em que o sucesso ou fracasso é atribuído, única e exclusivamente, ao aluno, ao seu desempenho, aptidão, dom ou maturidade. O resultado da aprendizagem é exclusivamente do aluno, isentando de qualquer responsabilidade o professor e a escola.

Seus principais pensadores são Platão, Aristóteles, Descartes.

Platão interroga quem dá ao homem o poder de conhecer, que remete a ideia do bem a causa do conhecimento, essa ideia toma o conhecedor e faz com que ele conheça, se voltando ao ser causador dos seres e de seus conhecimentos, tentando conhecê-lo. E por muito tentar conhecer o causador do conhecimento, não o encontramos, uma vez que o que nos remete ao conhecimento está em nós, e não o compreendemos, basta apenas que recordemos. Para Platão, o trabalho do conhecimento é apenas recordar, pois a alma que é imortal já conhece todas as coisas, e este seria o conhecimento verdadeiro. Platão diz que todos os seres humanos já detêm o conhecimento armazenado em sua alma das encarnações passadas. Sempre que o indivíduo encarna, já teria a sua base de conhecimentos pronta, ou seja, são “conhecimentos adormecidos” que devem ser trabalhados e organizados ao longo da vida para se transformarem em “conhecimentos verdadeiros”.

Aristóteles defende a ideia de que temos distinções entre os tipos de conhecimento, existe o conhecimento cientifico e a razão intuitiva, ou seja, para ele não nascemos com nossas ideias, elas se formam em nós com base nas experiências que temos da vida, entrando em nossa consciência através do que víamos e ouvíamos, entretanto. Acreditava que temos uma razão inata, temos a capacidade de ordenar em diferentes grupos e classes todas as nossas impressões sensoriais, somos capazes de criar conceitos e classificá-los, e é através da união dos dois conhecimentos é que se dá a origem da verdadeira sabedoria.

Descartes, o pai da filosofia moderna, acredita que exista um conhecimento a priori, que nasce com o ser humano, apresentando uma crença em um ser perfeito, e afirma que é impossível nossas ideias virem do nada, tampouco aceitava que as ideias eram tiradas de nos mesmos, então concluiu que um ser verdadeiramente superior e perfeito as embutia no ser humano, criando assim, uma forte relação entre o ser perfeito e o imperfeito.

As ideias inatas são aquelas que não poderiam vir de nossa experiência sensorial porque não há objetos sensoriais ou sensíveis para elas, nem poderiam vir de nossa fantasia, pois não tivemos experiência sensorial para compô-las a partir de nossa memória. São inteiramente racionais e só podem existir porque já nascemos com elas. São “a assinatura do Criador” no espírito das criaturas racionais, e a razão é a luz natural inata que nos permite conhecer a verdade. Como as ideias inatas são colocadas em nosso espírito por Deus, serão sempre verdadeiras, isto é, sempre corresponderão integralmente às coisas a que se referem, e, graças a elas, podemos julgar quando uma ideia adventícia é verdadeira ou falsa e saber que as ideias fictícias são sempre falsas.

Empirismo

O empirismo é uma corrente que tem como fundamento que a obtenção do conhecimento se dá através do sentido, das experiências concretas, particularizadas. Foi definido pela primeira vez de modo formal e conceitual pelo pensador inglês John Locke, que defende uma corrente a qual denominou "Tabula Rasa", donde a mente seria um "quadro em branco", “papel em branco”, onde o professor deveria preencher, fornecendo informações e vivências. Desta forma, haveria duas formas de surgimento de ideias, pela sensação e pela reflexão, com ideias podendo ser simples ou complexas. As ideias simples não são passíveis de análise, sendo referentes as qualidades primárias e secundárias dos objetos. Já as ideias complexas combinam ideias simples e constituem substancias, modos e relações. Para Locke as ideias universais não passam de nomes, não tem correspondência com a realidade, porque não podem ser sentidas ou experimentadas.

Nesse processo, a razão teria o papel de organizar os dados empíricos obtidos pela via sensorial: “nada pode existir na mente que não tenha passado antes pelos sentidos”. A veridicidade ou falsidade de um fato deve ser verificada por meio dos resultados de experiências e observações.

A experiência, para Locke, não são as experiências de

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