O Método Experimental em Psicologia
Por: Gabriel Laurentino • 7/6/2019 • Ensaio • 2.125 Palavras (9 Páginas) • 281 Visualizações
Capitulo Método experimental em Psicologia
A pesquisa em psicologia tem dois objetivos principais: descrever os comportamentos e os processos psicológicos subjacentes a estes, e fornecer explicações para esses comportamentos. Na empreitada da descrição, variados métodos sistemáticos e objetivos correspondem satisfatoriamente esta missão, inclusive o método experimental, no entanto, este último, devido a sua própria natureza, satisfaz melhor do que nenhum outro método a missão de gerar explicações aos comportamentos. O método experimental supera a mera descrição do comportamento pois fornece respostas sobre como e o porquê de certos comportamentos ocorrerem, em outras palavras, a partir do método experimental, é possível descobrir as causas dos comportamentos.
O método experimental aplicado a psicologia nasce com Wundt no primeiro laboratório de psicologia experimental no final do séc XIX. O método experimental se desenvolve a partir da estatística e do behaviorismo no séc. XX. Isto foi quem colocou a psicologia no status científico.
Embora exista uma relação íntima entre método e teoria, o método experimental foi e é utilizado por psicólogos pautados por diversas teorias, tanto a nível comportamental quanto mental. No entanto, existem premissas filosóficas (mais especificamente epistemológicas) tácitas ao método experimental aplicado à psicologia e na ciência em geral. A pesquisa que utiliza experimentos para identificar as causas do comportamento humano pressupõe uma estrutura determinista (ou no mínimo probabilística) e atomista, através da qual o comportamento e seus causas são observados como sendo objetivamente especificáveis e divisíveis em unidades discretas. Ademais, a complexidade das variáveis da vida real pode ser simplificada, manipulada e quantificada sem, contudo, perder a significação de seus resultados. Há psicólogos que não compactuam destas premissas e que, portanto, rechaçam o método experimental.
No entanto, deve-se salientar que independentemente do método científico delineado, este sempre está apoiado em premissas filosóficas, que justificam e regulam tal método.
O QUE É UM EXPERIMENTO?
Um experimento é um teste das relações de causa e efeito a partir da coleta de evidencias, para demonstrar o efeito de uma variável sobre a outra.
Tratamento Experimental ou tratamento diferencial diz respeito ao procedimento estabelecido a um grupo particular da amostra que não é submetido a influência das relações entre as variáveis investigadas.
Hipóteses são enunciados formais de predições provenientes de evidencias obtidas através de pesquisa e teoria anteriores, ou mesmo pelo mero resultado da intuição. Nem todas as hipóteses são passiveis de experimentação, uma vez que podem envolver variáveis as quais não podem passar pelo crivo do experimento. Há outras hipóteses que são apenas parcialmente passiveis de serem experimentadas, tornando este método não totalmente adequado.
Apesar de haver outros métodos científicos que podem averiguar de maneira relativamente segura relações entre variáveis, apenas o método experimental corresponde adequadamente a investigação de relações causas entre variáveis.
A relação causal entre as variáveis para ser estabelecida requer mais que apenas a comprovação de correlação entre elas. A partir do método correlacional, não é possível dizer se há relação causal entre as variáveis seja em qualquer sentido. Há ainda a possibilidade de as variáveis em análise estarem igualmente submetidas a uma outra (variável em comum) que as influencia.
O método experimental cumpre a missão de conhecer relações de causa e efeito entre as variáveis investigadas controlando um fator e procurando pela evidencia de que isso produz uma mudança em outro fator. Se houver qualquer mudança, descobre-se que existe uma relação causal entre o fator controlado e o fator afetado. Este tipo de experimento baseia-se no método de diferença cunhada por J. S. Mill (1984). No método da diferença aplica-se um teste duplo. Essas aplicações ocorrem em condições idênticas entre os elementos da amostra, com exceção em algum aspecto (esta é a variável), dessa forma, qualquer mudança que ocorra, é atribuída a diferença de tratamento. O uso acurado deste método indica se o tratamento particular que está sendo variado pode ter ou não influencia causal sobre o comportamento.
Variáveis são características que possam variar entre os indivíduos e/ou situações, que podem ser diferentes em grau ou em natureza. Existem variáveis dependentes e variáveis independentes. Variáveis independentes refere-se a qual o pesquisador manipula ou controla, é a variável cuja o efeito o pesquisador está interessado. A hipótese experimental postula que a variável independente realmente causará mudança no comportamento medido (variável dependente). Em princípio, variáveis podem ser independentes ou dependentes dependendo da formulação da hipótese de pesquisa, pondo-se na condição de causa ou de efeito. Há, contudo, variáveis fixas (como sexo, idade e tipo de experiencia) que não podem ser devidamente manipuladas pelo pesquisador no experimento, embora possa selecionar grupos que diferem no que diz respeito a estas variáveis.
Uma das características que constituem a variável independente consiste na sua natureza quantificável. O experimentador pode determinar a quantidade ou os níveis apresentados no estudo, tais variáveis são chamadas de quantitativas. Em contraste, outras variáveis independentes são denominadas categoriais pois diferem em tipo, em qualidade não em quantidade. As condições de um experimento referem-se aos níveis das variáveis independentes recebidos pelos participantes, ou aos níveis de tratamento.
Variáveis dependentes (também conhecida como variável resposta) é a medida comportamental determinada pelo experimentador, é o resultado que pode ou não (dependendo da hipótese) ser predito, que dependerá da variável independente. Variável dependente refere-se a qual será medida e que está sobre efeito da variável independente.
Sensibilidade do experimento – consiste na capacidade de captar ou medir qualquer influência da variável independente sobre a variável dependente. Assim como a variável independente deve ser selecionada criteriosamente, de modo que seja possível controla-la fácil e sistematicamente, a variável dependente também deve ser selecionada de maneira rigorosa, que possibilite sua medição precisa e significativa, que suporte o teste estatístico, como também deve ser estar passível a influência da variável independente.
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