O Método experimental em psicologia

O método experimental em Psicologia

Pesquisa psicológica -> duas metas principais: 1) fornecer uma descrição do comportamento humano e de seus processos psicológicos subjacentes; 2) fornecer uma explicação para esse comportamento.

Método experimental -> compreender as causas do comportamento -> focalizar o problema da explicação -> vai além do problema descritivo a fim de fornecer respostas sobre como e por que este ou aquele comportamento ocorre.

Difusão do uso de experimentos na pesquisa psicológica -> início com a psicofísica alemã no século XIX, em particular com os estudos empíricos de Helmholtz (percepção visual – 1869) e com Wundt (fundação do primeiro laboratório de psicologia experimental – 1879).

Metodologia do modelo experimental -> surgimento da estatística e do behaviorismo (início do século XX).

Uso de experimentos na pesquisa psicológica = aceitação da psicologia como uma disciplina científica.

Primeiras influências fizeram com que a metodologia fosse associada a uma abordagem mecanicista do pensamento e do comportamento humano.

O método que utiliza experimentos para investigar as causas do comportamento humano supõe a aceitação de uma estrutura determinista e atomista (comportamento e suas causas são observados como sendo objetivamente especificáveis e divisíveis em unidades discretas).

Experimento -> teste das relações de causa e efeito a partir da coleta de evidência para demonstrar o efeito de uma variável sobre a outra.

Experimentos são projetados como um meio de responder questões, de testas hipóteses e predições acerca do mundo psicológico.

Hipóteses -> enunciados formais de predições derivados da evidência obtida a partir de pesquisa e teoria anteriores, ou simplesmente o resultado de uma intuição.

Uma correlação pode ser falsa ou ser causada por uma terceira variável que afeta as duas primeiras (uma “causa comum”).

A causalidade precisa ser estabelecida para além da descrição de uma relação existente entre duas variáveis.

Método experimental -> manipula um fator e procura pela evidência de que isso produz uma mudança em outro fator. Se tal efeito ocorre, sabemos que existe uma relação causal entre o fator manipulado e o fator afetado. Esta é a técnica mais frequentemente utilizada em experimentos psicológicos e baseia-se no padrão apresentado pelo filósofo J. S. Mill em 1984 – o método da diferença.

Método da diferença -> aplica-se um teste duplo (à mesma pessoa/grupo de pessoas duas vezes). As aplicações são idênticas, exceto em um aspecto, e quaisquer diferenças observadas no desempenho dos participantes pode ser, então, atribuída à diferença de tratamento. O uso cuidadoso deste método deveria indicar se o tratamento particular que está sendo variado pode ter ou não uma influência causal sobre o comportamento.

Objetivo de estabelecer a causalidade -> fornecer uma explicação que seja a única explicação para o fenômeno observado.

Variável -> qualquer característica que possa variar através das pessoas ou das situações e que pode ser de diferentes níveis ou tipos (exemplos: comportamento agressivo, tipo de televisão, sexo, habilidade de dirigir, idade, habilidade de leitura).

Dois tipos básicos de variáveis -> variáveis independentes e variáveis dependentes.

Variável independente -> aquela que o experimentador manipula ou controla e, como tal, é a variável em cujo efeito o pesquisador está interessado. É aquilo que difere entre os tratamentos no método da diferença de Mill. Realmente causará a mudança no comportamento que está sendo medido (variável dependente).

Variáveis podem ser independentes ou dependentes dependendo da formulação da hipótese da pesquisa: elas podem ser causas ou efeitos.

Classificação das variáveis independentes -> distinguir aquelas que podem ser quantificadas de algum modo, pois o experimentador pode determinar a quantidade ou os níveis apresentados no estudo, itens tais como a quantidade de droga administrada ou o tempo estipulado para a execução de uma tarefa (variáveis quantitativas).

Variáveis independentes categoriais, qualitativas -> diferem em tipo (exemplo: raça e sexo das pessoas selecionadas, tipo de droga administrada).

As condições de um experimento referem-se aos níveis das variáveis independentes recebidos pelos participantes, ou aos níveis de tratamento. Experimentos verdadeiros requerem pelo menos duas condições para que a manipulação de uma variável possa ocorrer.

Variável dependente (às vezes chamada “variável de resposta”) -> medida comportamental determinada pelo experimentador: é o resultado que pode, ou não (dependendo da hipótese), ser predito que dependerá da variável independente (exemplos: comportamento agressivo, habilidade de leitura, vocabulário inicial, habilidade de dirigir). Deve ser selecionada de modo que ela possa ser medida sensível e significativamente. Deve não apenas ser mensurável com sensibilidade suficiente para detectar algum efeito que suporte o teste estatístico, mas, também, deve ser potencialmente sensível a alterações no nível da variável independente.

A maior parte da pesquisa psicológica está interessada em medidas de desfecho que estão apenas indiretamente relacionadas com o processo psicológico no qual estamos interessados.

Medida operacional da variável dependente -> formula-se um enunciado explícito ou categorizado como a variável dependente (exemplo: no casso de comportamento agressivo seguindo-se à exposição a programa de televisão agressivos, deve-se especificar o que constitui agressão).

Viés do participante -> (exemplo: participantes adultos frequentemente adotam posições particulares com respeito ao experimento, o que depende do que eles pensam do pesquisador, da psicologia ou da ciência em geral).

As instruções dadas aos participantes em geral omitem deliberadamente a verdadeira razão de fazer o experimento, porque, se os participantes a conhecem, eles adaptam seu desempenho a condutas que consideram apropriadas aos objetivos do pesquisador, em vez de apenas se comportar de modo como normalmente o fariam.

Problemas relacionados com a seleção e a mensuração das variáveis dependentes -> efeitos de assoalho/piso e efeitos de teto.

Efeito de piso -> ocorre quando um resultado nulo emerge porque a maioria dos participantes obtém escore no ponto mais baixo da escala. Pode emergir simplesmente porque a tarefa é demasiado difícil para os participantes e, consequentemente, o experimento não é suscetível a mudanças na variável independente.