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O Poder e Política

Por:   •  6/9/2021  •  Abstract  •  1.520 Palavras (7 Páginas)  •  105 Visualizações

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Síntese

Definir um conceito pleno de “Poder e Política” não é simples, e há correntes e disciplinas que os estudam junto às suas correlações, como os estudos das organizações e a Teoria das Organizações (TO).

Poder é uma palavra originada do latim e tem a mesma raiz que a palavra potência. Ambas remetem à capacidade de fazer algo, de empreender algo.

Para o filósofo grego antigo Aristóteles, o poder é um elemento natural que permeia as relações animais, mas há um animal que transpassa o meio selvagem com o poder justamente por sua capacidade de falar: o ser humano. Nesse sentido, o poder não é somente o ato de dominação pela força, mas um atributo que o ser humano leva consigo como elemento-chave para o entendimento das relações sociais.

Para o sociólogo alemão Max Weber, poder é a imposição da vontade de uma pessoa ou instituição sobre os indivíduos. Essa imposição é direta e deliberada e pode ter aceitação como força de ordem ou não. Quando as pessoas submetidas ao poder de alguém aceitam a ordem, há uma transição de forças do âmbito do poder para o âmbito da dominação, sendo que a pessoa que aceita a imposição de ordem fica submetida à autoridade da outra.

Para o sociólogo francês Pierre Bourdieu, o poder é compreendido em uma esfera social e coletiva permeada pelo que o pensador chamou de habitus. O habitus é um conjunto de valores, normas, regras, gostos e elementos culturais, como religião, arte etc., que moldam a sociedade e têm a capacidade de juntar e de separar as pessoas. O habitus é completamente inconsciente, e a sua assimilação dá-se por meio das representações culturais a que somos submetidos e pela interiorização e imitação dessas representações.

O poder é para alguns um compensador de ansiedade ou um instrumento de identificação própria. Atribui-se a Kissinger a frase: “O poder é maior dos afrodisíacos”. O conformismo político debaixo do fascismo é um exemplo do uso do poder como droga. As organizações são, pois, estruturas políticas que oferecem uma base de poder para as pessoas.

O estudo sobre o poder vem sendo feito pelas diversas áreas do conhecimento e a sua compreensão pode ser realizada a partir de diversas conotações. Pode-se dizer que poder é o meio pelo qual os conflitos são resolvidos e política a capacidade de gerenciamento (MORGAN, 1996).

Giglio et al. (2012, p. 53) tratam poder e política como “a vantagem particular de alguém em relação ao coletivo”. Faria e Meneghetti (2010, p. 39) que vão além e incluem a ciência, afirmando que “a relação entre ciência e poder é uma discussão constante, não só porque esteja intimamente relacionada à ideologia, mas também por estar associada à força produtiva, às condições materiais de existência, às relações de produção e assim por diante”.
Quando se fala em Poder e Política, é inevitável que algumas palavras venham à tona, como realidade social, burocracia, medo, controle, dominação, manipulação.

Burocracia é igual à organização. Tragtenberg compreende que a complexidade crescente das organizações no sistema capitalista faz com que elas adotem, na mesma proporção, uma estrutura racional legal caracterizada pela impessoalidade para garantir a reprodução da própria organização. Além disso, a burocracia é entendida como um sistema racional construído da divisão do trabalho, que tem, como princípio, os fins (FARIA; MENEGHETTI, 2011, p. 6).
Muitos estudos contemporâneos têm colocado o sujeito como centro de discussões. Nos estudos sobre a comunicação organizacional esta concepção não se faz diferente. Abandonaram-se, parcialmente, as concepções de sujeito objeto, considerado como um recurso para a organização e passou-se a ver o sujeito como ator social capaz de interferir, dialogar, recriar e reorganizar os cenários organizacionais.

Para Kunsch:

 Comunicação organizacional, como objeto de pesquisa, é a disciplina que estuda como se processa o fenômeno comunicacional dentro das organizações no âmbito da sociedade global. Ela analisa o sistema, o funcionamento e o processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos. (…) Fenômeno inerente aos agrupamentos de pessoas que integram uma organização ou a ela se ligam, a comunicação organizacional configura as diferentes modalidades comunicacionais que permeiam sua atividade.” (KUNSCH, Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada, 2003, p. 149)

  Torquato (1986, p. 51) ao oferecer uma abordagem disciplinar à comunicação organizacional aponta três dimensões: a comportamental, a social e a cibernética. A dimensão comportamental estaria ainda dividida nos níveis intrapessoal, interpessoal (ver THAYER, 1979) e grupal, estando relacionada ao comportamento dentro das organizações, incorporando aspectos culturais e psicológicos. A dimensão social se caracteriza pela transmissão de mensagens, via canais indiretos, para uma recepção não definida, seguindo os modelos clássicos de comunicação. Já a dimensão cibernética estaria relacionada ao controle e armazenamento de dados e difusão de informações, ancorada na moderna tecnologia de informática.

Esses conceitos, contudo, nos deixam a impressão de que a comunicação organizacional interna se dá de forma fragmentada e setorizada. Vários estudos sobre teorias organizacionais trabalham o conceito de organização na tentativa de identificar as nascentes transformações ideológicas e estruturais geradas pelo capitalismo industrial.

As raízes dos estudos sobre cultura organizacional encontram-se na antropologia. O conceito de cultura também pode ser captado a partir de duas linhas teóricas básicas. Na primeira, é concebido como sistema de ideias no qual os campos social e cultural são distintos, mas inter-relacionados. Na segunda, é tido como sistema sociocultural, e a cultura é percebida como componente de um sistema social, manifestada em comportamentos e produtos de comportamentos.

No campo das organizações, uma das definições mais abrangentes e instrumentais de cultura é a desenvolvida por Fleury (1989, p. 22), que, a partir das diversas correntes teóricas desenvolvidas pelos norte-americanos, de Schein(1986) a Berger & Luckmann (1967), incorporando os estudos de Pagès (1987), concebe cultura organizacional:

"como um conjunto de valores e pressupostos básicos expresso em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elemento de comunicação e consenso, como ocultam e instrumentalizam as relações de dominação".

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