O câncer como uma doença psicossomática

O câncer como uma doença psicossomática

Genelva de Souza Silva

Manuella Maria Nery da Silva

Samara Barbosa Vilela

Tamires da Silva

Graduandas do Curso de Bacharelado em Psicologia – UNIFAVIP DEVRY

Resumo

Este presente artigo tem por objetivo dialogar sobre a influência da psicossomática na origem do câncer, discutindo para isso, a necessidade da medicina atual em pensar nos aspectos psíquicos na origem da neoplasia e não somente nos aspectos fisiológicos; mostrar a existência de uma maior predisposição em estudo de casos de pessoas com sofrimentos psíquicos, apontar a medicina- psicossomática na importância do seu estudo nas relações mente – corpo para uma maior compreensão nas enfermidades somáticas.

Ao longo dos anos o câncer vem se mostrando uma doença que em sua gênese tem uma forte influência psicossomática, sendo necessário pensar a medicina psicossomática e a relação corpo e mente vista por ela. Neste sentido, o câncer no nível celular tem influencia da predisposição genética em seu desenvolvimento, porém os fatores psíquicos vêm se mostrando como fortes pontos de influência na gênese cancerígena, o stress e outros sofrimentos psíquicos como a depressão e o luto patológico são alguns dos fatores que podem desencadear em uma maior predisposição ao surgimento de tumores, como no caso apresentado de uma paciente vítima de um linfoma no mediastino, que anos antes do surgimento do tumor foi acometida de uma depressão e um período de estresse bastante significativo.

Palavras-chave: Câncer, Medicina-psicossomática, Fatores psíquicos, Psicossomáticas.

Introdução

Ao longo dos anos o câncer vem sendo uma doença bastante estudada por inúmeros cientistas, e com isso novos procedimentos são lançados e viabilizam o desenvolvimento de métodos mais eficazes de tratamento, bem como a possibilidade de um diagnóstico precoce, o que facilita todo o processo de cura. Entretanto é preciso salientar que nos dias atuais, os fatores hereditários, hábitos de vida e fatores ambientais não são os únicos facilitadores da gênese cancerígena, uma vez que cada vez mais se percebe a relação direta dos fatores psíquicos com o desenvolvimento do câncer. Sendo assim, se faz necessário dar um pouco mais de atenção a esse aspecto.

Medicina Psicossomática - Relações corpo - mente

Os estudos da medicina psicossomática trazem uma explicação psicológica para algumas patologias somáticas ou sintomas orgânicos. A mesma estuda a ligação entre a mente e o corpo em possíveis reações entre eles. Algumas bases teóricas contribuíram para a compreensão das doenças que iremos ressaltar, como por exemplo, a Medicina da Pessoa de Danillo Perestrello e a Psicanálise com a grande contribuição de Freud em seus estudos sobre a transformação do id em ego que se torna mais tarde a grande ligação entre a Psicanálise e a Medina Psicossomática.

Perestrello chegou a afirmar e escandalizar sua época quando disse que “todas as doenças são somáticas” (Perestrello 1964) Ensinou aos seus muitos discípulos a ser Psicanalista e não fazer psicanálise e assim estudar o homem no seu sofrimento, transformou a psicossomática na medicina da pessoa. Intermediado pela Psicanálise

a) a importância da biografia na estrutura e definição da doença – patogenia; b) a importância do significado emocional na compreensão antropológica do sintoma - diagnóstico; c) a importância da relação médico-paciente na organização de uma estratégia assistencial – terapêutica. (EKSTERMAN, 1992)

Encontramos uma via de mão dupla, onde há interesses que contribuíram para ambos os lados nos estudos. Psicanálise e Medicina. Os quais obtiveram sucesso em tratamentos. Para a medicina psicossomática as contribuições da psicanálise como: o método terapêutico das neuroses, o de investigação da personalidade, psicologia em função do inconsciente que contribuiu na compreensão de sintomas orgânicos e o estudo das relações de objeto de modelo transferencial-contra-transferencial. Com esta visão a medicina alavancou em seus estudos e ganhou um novo olhar para o doente, entendendo que a doença nem sempre vem de dentro, mas que sofrimentos psíquicos podem ser trazidos para o corpo como se fosse uma forma de linguagem que não pode ser compreendida na sua mente.

De grande valia trazer para o nosso entendimento a influência dos processos mentais sobre as funções orgânicas. As energias psíquicas são capazes que intervir nos fenômenos orgânicos, dois importantes mecanismos de defesa estão ligados a formação dessas energias que conceituam a libido, que é a sublimação que deriva o ego e a formação de sintomas. Desta maneira podemos perceber uma nova maneira de conhecer o adoecer, desta maneira a medicina pode perceber melhor o sofrimento humano não somente como corpo mais também mente e possibilitar cada vez mais a saúde para aqueles que sofrem de algum mal.

A Origem do Câncer

A origem do câncer se dá do crescimento desordenado das células que invadem tecidos e órgãos podendo se espalhar por várias partes do corpo. No que se refere a gênesis do câncer atualmente existe praticamente uma unanimidade entre os pesquisadores em reconhecer que as mutações ocupam o primeiro plano.

O câncer a princípio é desenvolvido a partir de uma pré-disposição genética, mas depois foi visto pelo projeto genoma, que as situações relacionadas ao nosso dia a dia, meio ambiente, nosso comportamento diário o modo de vida que levamos, tem muito mais haver com o desenvolvimento do câncer do que só a parte genética.

O câncer, está muito relacionado a baixa da imunidade do nosso organismo. Mais da metade dos afetados morrem, e a taxa em números absolutos por morte de câncer continuam subindo, mesmo com os sucessos conseguidos pela medicina. “Até a descoberta dos hunza, não se conhecia nenhuma cultura que tivesse sido inteiramente poupada do câncer. Admite-se que somente este pequeno povo montanhês do Himalaia, até o contato com a civilização moderna, em meados deste século, jamais soube o que era o câncer. Os traços desse sintoma encontram-se hoje por toda parte, podendo ser detectado até no passado,