O distúrbio do sono conhecido como insônia

O distúrbio do sono conhecido como insônia, documentado pela primeira vez em 1818 pelo médico alemão Johann Heinroth, é caracterizado pela dificuldade em iniciar ou manter o sono ou, até mesmo, não conseguir ter um sono reparador. Esta condição que impacta de forma acentuada o bem-estar do indivíduo afetado não é algo retido apenas a casos isolados, aonde estimativas mostram que no Brasil um número assustador de 73 milhões de pessoas sofrem de insônia. Tendo em vista que grande parte da população sofre com esta condição é necessário primeiro entender quais são os fundamentos biológicos do sono e como a insônia ocorre nesta perspectiva e quais tipos de insônia existem.

Biologicamente falando, segundo o Instituto do Sono da AFIP (Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa), o sono é um estado transitório e reversível, que se alterna com a vigília e é dividido em duas fases sendo elas o sono NREM que é composto por quatro fases diferentes e o sono REM que é considerado como a quinta fase. Observando todos esses estágios podemos perceber que todo o processo do sono é ao mesmo tempo complexo e frágil, tendo em vista que em vários dos estágios mencionados ocorre uma grande movimentação do próprio corpo sendo possível observar mudanças bruscas de posição e este fator somado com a mudança no tipo de inconsciência entre as diferentes fases, aonde passamos de momentos de sono mais profundo para momentos de sono mais leve e vice versa, acabam gerando um certa fragilidade no fenômeno no sono que pode ser afetado tanto por fatores ambientais quanto mentais. Essas perturbações podem se tornar mais corriqueiras e prejudicando cada vez mais o descanso, surgindo assim o distúrbio que conhecemos como insônia.

A insônia pode ser classificada a partir de sua intensidade, duração e frequência, entretanto sempre cai em uma de três categorias: insônia aguda, crônica ou transitória. Importante destacar que alguns profissionais classificam o tipo transitório como subcategoria da insônia aguda, entretanto neste trabalho iremos abordar como tipos diferentes do distúrbio.

• INSÔNIA TRANSITÓRIA

Considerado um dos tipos mais leves do distúrbio, a insônia transitória dura por um período mais curto geralmente não excedendo um mês de duração e é causada por uma alteração no ambiente, fuso horário ou rotina do indivíduo e não é vista como algo que deva ser tratado com uma grande importância. Este tipo de insônia geralmente acomete pessoas que acabaram de voltar de viagem de algum país com o fuso horário muito contrário ao normal do indivíduo, ou até mesmo pessoas que somente viajaram para outra cidade, mas se veem com dificuldade de dormir em um novo ambiente. Também é possível observar este tipo de insônia em pessoas que estão passando por momentos de ansiedade moderada, como períodos de provas de vestibular ou carga horária aumentada no trabalho.

• INSÔNIA AGUDA

Tendo uma duração mais comprida, podendo durar até seis meses, a insônia aguda é vista como algo mais urgente, necessitando de tratamento médico. Geralmente estando ligada a eventos traumáticos o tipo de tratamento mais indicado é a intervenção médica para tratar do aspecto biológico dessa insônia, junto com um acompanhamento com um psicólogo para ajudar o paciente a entender a origem desse distúrbio, além de auxiliar a enfrentar o trauma que está resultando no sintoma de insônia.

• INSÔNIA CRÔNICA

Sendo considerada por muitos como um tipo mais extremo do distúrbio, a insônia crônica é caracterizada pela dificuldade constante de iniciar ou manter o sono, também podendo ser observados sintomas como problemas para deitar-se em um horário razoável e dificuldade em dormir sem alguma companhia.

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