O que é o inconsciente ?
Por: leonardop2 • 13/7/2017 • Trabalho acadêmico • 1.788 Palavras (8 Páginas) • 443 Visualizações
LEONARDO PEREIRA
O QUE É O INCONSCIENTE?
VITÓRIA
2017
LEONARDO PEREIRA
O QUE É O INCONSCIENTE?
ICA 2 (Trabalho 3) Trabalho Acadêmico apresentado à Profa. Dra. Darlene V. Gaudio Angelo Tronquoy, da Disciplina de Teoria Psicanalítica 1, do terceiro período do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico de Vitória.
VITÓRIA
2017
O QUE É O INCONSCIENTE?
Freud sempre formulava hipóteses para explicar o que realmente acontecia com as histéricas e talvez vislumbrasse o que aconteceria com todos nós histéricos modernos e como poderia nos auxiliar com suas pesquisas em torno das histerias de ontem e das neuroses do hoje. Fica patente em torno da sua trajetória, que Freud estava determinado em desvelar ao mundo o que realmente acontecia nos escaninhos da mente, porque muitas vezes o som das palavras silenciava na boca das histéricas e histéricos, e, as palavras não ditas se transformavam em paralisias, dores, cegueiras, etc., se apresentando como peças de um teatro individual, um monólogo psíquico/emocional dramatizado nos fenômenos do corpo.
Os estudos de Freud no entanto, ganha em experiência prática com o trabalho conjunto com Joseph Breuer [1], colega de profissão, amigo e mestre de Freud. Com Breuer, Freud aprende sobre a hipnose catártica ou ab-reação, onde se utiliza a hipnose na paciente com histeria e conduzindo-a a relembrar o possível objeto do trauma, pensava Breuer que se a doente revivesse o processo em sua narrativa, ficaria curada do trauma e os sintomas desapareciam. [2] Com o tempo Freud deixa de usar a hipnose e o método catártico de Breuer, passando a livre associação, que nada mais é que ouvir do paciente qualquer coisa que ela queira dizer, e, observar em sua escuta clínica os sintomas, os atos falhos, os chistes, e principalmente os sonhos, buscando a origem dos traumas. Essa busca leva ao entendimento e constituição do inconsciente.
Freud, citado por (GARCIA-ROZA, 2009), nos revela a importância da livre associação para suas descobertas:
Freud inicia seu extenso artigo O Inconsciente assinalando que é nas lacunas das manifestações conscientes que temos de procurar o caminho do inconsciente. Essas lacunas vão trazer para o primeiro plano da investigação psicanalítica aquilo que Lacan, seguindo Freud, chamou de “formações do inconsciente”: o sonho, o lapso, o ato falho, o chiste e os sintomas.
A compreensão das lacunas do consciente permitiu Freud desvendar o inconsciente palavra inconsciente, de outra forma é claro, pois, a palavra “Inconsciente” já era conhecida por muitos pesquisadores, filósofos, médicos etc., que normalmente consideravam o “inconsciente” como algo que não era consciente, não se permitindo ou desinteressados a investigar ou mesmo aceitar a existência de um inconsciente, pois, o que chamavam de inconsciente era o que não existia, que não estava no campo da razão da consciência, o inconsciente era uma forma de explicar o que não se encontrava resposta. Era inclusive um ponto que Freud descordava de Breuer, pois Breuer pensava justamente no inconsciente de forma mais fisiológica [...]tentava explicar a divisão mental nos pacientes histéricos pela ausência de comunicação entre vários estados mentais (“estados de consciência”, como os chamávamos naquela época), e construiu então a teoria dos “estados hipnoides” cujos produtos se supunham penetrar na “consciência desperta” como corpos estranhos não assimilados.[...] (FREUD, 1914 -1916). Breuer não admitia a divisão da mente, tratando o indivíduo “aquele que não se divide”, e Freud percebia além do que acontecia na consciência, havia o inconsciente e a mente era sim, dividida.
A partir dessa hipótese de consciente e inconsciente, que foi extremante importante na compreensão dos fenômenos psíquicos, novas hipóteses foram formuladas e/ou experimentadas. Freud compreendendo a necessidade avançar com suas hipóteses, frente as teorias da psicologia da época, e diante das experiências que obtivera com a interpretação dos sonhos, enfim, nomeia o aparelho psíquico como “Organização psíquica”, e essa organização psíquica é dividida em sistemas ou estancias psíquicas. Essas estancias psíquicas ganham nomes na primeira tópica[3]. Cada estancia portanto possui uma localização e uma função, Freud então propõe a divisão da mente em pré-consciente, consciente e inconsciente.
Ao tratar no primeiro momento do inconsciente, Freud, nos apresenta dois tipos de inconscientes, se assim podemos dizer, pois, nomeia o Pcs também como inconsciente, e, compreende-se dessa topografia, que o pré-consciente (Pcs), se apresenta como se conjugado ao inconsciente, e recebe a priori a denominação de barreira de contato, tendo como função uma semelhança com uma peneira que vai selecionar o que pode ou não pode chegar ao consciente.
Portanto, há dois tipos de inconsciente, que ainda não foram distinguidos pelos psicólogos. Ambos são inconscientes no sentido empregado pela psicologia, mas, em nosso sentido, um deles, que denominamos de Ics, é também inadmissível à consciência, enquanto ao outro chamamos Pcs, porque suas excitações — depois de observarem certas regras, é verdade, e talvez apenas depois de passarem por uma nova censura, embora mesmo assim, sem consideração pelo Ics. — conseguem alcançar a consciência. (FREUD, 1900-1901).
O inconsciente é nomeado de conteúdo ausente da consciência, um saber que não se sabe. O conteúdo ausente então fica no centro do estudo da psicanálise, de acordo com Freud, o inconsciente é um sistema psíquico regido por suas próprias leis, não estando a margem ou mesmo abaixo ou obscuro em relação a consciência, pois ambos estão conjugados. Entender o mecanismo psíquico do inconsciente e suas leis é fator preponderante para compreender a psicanálise, cada um dos sistemas descritos por Freud, possui um modus operandi, a priori denominados de processo primário e processo secundário. A esse respeito, é preciso considerar que:
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