PARA SIMPLIFICAR A LÍNGUA LEGAL: SEM VALORES QUE VOCE NÃO ENTENDE
Tese: PARA SIMPLIFICAR A LÍNGUA LEGAL: SEM VALORES QUE VOCE NÃO ENTENDE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alexandrekp • 12/9/2014 • Tese • 745 Palavras (3 Páginas) • 290 Visualizações
PELA SIMPLIFICAÇÃO DA LINGUAGEM JURÍDICA:
NINGUÉM VALORIZA O QUE NÃO ENTENDE.
Oriana Piske de Azevedo Magalhães Pinto
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Reconhecer a necessidade de simplificação da linguagem jurídica é o
primeiro passo para a real democratização e pluralização da Justiça. É de se observar
que inúmeras críticas, recentemente, têm sido feitas à atuação do Poder Judiciário no
Brasil. Contudo, carece o Judiciário de melhores instrumentos de trabalho. A
legislação nacional, além da técnica deficiente, é hoje de produção verdadeiramente
caótica. Deficientes também são os instrumentos disponíveis ao Judiciário, porque já
não se aceita a tradicional liturgia do processo, o amor desmedido pelos ritos, que
quase passaram a ter fim em si mesmos, numa inversão de valores.
É certo que a entrega da prestação jurisdicional não pode deixar de
transitar por um processo, previamente regrado com uma linguagem clara, sem
margem à ambigüidade na interpretação. O devido processo legal é essencial para a
legitimação da atividade judicial, mas esse processo deve ser caminho de realização
da Justiça, não estorvo incompreensível e inaceitável.
É preciso perceber que o contato diáriodo juiz com o jurisdicionado e a
própria sociedade não enfraquece o Poder Judiciário. Ao inverso, tende a conferir-lhe
maior grau de legitimidade. Esta postura deve ser assumida pelo Juiz moderno, tendo
encontro marcado com o que preconiza Paulo Freire no sentido de que o ofício do
educador exige deste a consciência do inacabado, o reconhecimento de ser
condicionado e exige respeito à autonomia de ser do educando. Assim, é preciso que
o juiz seja também um educador. Vale lembrar Paulo Freire, “ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”
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A transferência dos ensinamentos de Paulo Freire, destinados à formação de uma
consciência democrática no meio educacional, tem adequação, também, à atividade
judicante.
Com efeito, “a prestação da tutela jurisdicional não pode ser enxergada
apenas como a desincumbência, por um dos componentes do Estado tripartite, de
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Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino(UMSA).
uma tarefa que lhe é ínsita. É muito mais do que isso. Além de perseguir a
pacificação social, ao instante em que diz a quem pertence o direito, tem a atividade
jurisdicional um plusdeveras salutar: a pedagogia de mostrar aos jurisdicionados
como deve ser a conduta destes nas suas relações interpessoais e interinstitucionais.”
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Neste passo é que a Lei dos Juizados Especiais veio propiciar justiça ágil,
desburocratizada, simplificada, desformalizada e acessível a todos os cidadãos. Desta
forma, os Juízes estão despertando para deixar de lado o monólogo criptografado nas
suas sentenças para exercitar um diálogo compreensível que aproxime a Justiça de
todos.
Neste sentido, temos as seguintes sugestões para quetribunais e comarcas
adotem uma linguagem mais compreensível: campanhas de simplificação da
linguagem jurídica; a promoção de cursosde atualização da linguagem jurídica que
integrem uma percepção simplificadora; criação de revistas que contemplem peças
jurídicas que contenham exemplos de expressões substituídas por alternativas mais
simples. Dentre os referidos exemplostemos: “Pretório Excelso” por “Supremo
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