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Projeto Intervenções Psicossociais

Por:   •  14/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.570 Palavras (7 Páginas)  •  109 Visualizações

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ANDERSON VISGUEIRA - 140079939

AÇÃO EDUCATIVA PARA FORMAÇÃO DE PROJETOS DE VIDA

 

  1. Objetivos

1.2 - Objetivo geral:

Instigar a compreensão de jovens em contexto de cumprimento de medida socioeducativa sobre as suas potencialidades e desejos futuros, relacionando com as melhorias possíveis quanto a compreensão das ações que devem ser tomadas para o estabelecimento de um projeto de vida, bem como no âmbito psicológico e no social.

1.3 - Objetivos específicos:

Promover o conhecimento aos jovens em contexto de cumprimento de medida socioeducativa acerca dos possíveis caminhos a serem percorridos fora do contexto de crime;

Estimular a reflexão sobre o mercado de trabalho e os benefícios de se estabelecer um caminho afastado do contexto de crime;

Propiciar reflexão acerca das redes de amparo previstas em políticas públicas e afins ofertados pela medida socioeducativa como um ambiente de promoção de mudanças e dos problemas familiares, tráfico, criminalidade e violência;

Promover a compreensão de áreas de desenvolvimento profissional de interesse dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa;

Possibilitar momentos de valorização dos jovens em contexto de cumprimento de medida socioeducativa enquanto pessoa e sujeito ativo de suas escolhas.

 

2 - Público alvo

 

Jovens em contexto de cumprimento de medidas socioeducativas com Ensino Médio completo ou cursando na modalidade fechada.

3 – Justificativa

 Tendo em vista as dificuldades de reinserção social e as taxas de reincidência assim como afirma Costa (2006) os adolescentes em conflito com a lei não têm sido atendidos segundo a especificidade de seu período de formação. Desconsiderando a já instaurada estigmatização social e a condição de vulnerabilidade a qual se encontram, é possível compreender que os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas não recebem, durante a internação, subsídios para assimilar de forma satisfatória um entendimento das oportunidades ofertadas pela sociedade de formação de um individuo em acordo com a lei, ocasionado não só pela inabilidade do próprio sistema de arcar com essa responsabilidade corretamente, mas também da sociedade em perceber que a estigmatização desses jovens como criminosos dificulta o processo de ressocialização.

Pensando nos diferentes relatos e em experiências que tive ao visitar uma Unidade de Cumprimento de Medida Socioeducativa, percebi que os jovens apresentam uma dificuldade muito grande em projetar o futuro, carregando vergonhas e desesperanças, muitas vezes reforçadas pelo discursos de profissionais descompromissados com a missão dos sistema, que aumentam a chance de entender o crime como único meio de sobrevivência.

Assim, a ideia desse projeto é instigar e proporcionar subsídios como o “projeto de vida e identidade significa expor as diversas relações estabelecidas pelo homem em sua trajetória de vida. Sendo assim, o passado e o presente são dimensões que preparam o futuro.” (Mandelli, Soares & Lisboa, 2011, p.54) Assim como um caminho de possibilidades, fomentando nos jovens a possibilidade de se pensar um projeto de vida e trabalhar os objetivos necessários para os alcançar.

4 – Referencial Teórico

Partindo do pressuposto de que “a ambiguidade da condição juvenil aliada à busca de uma identidade e de uma perspectiva para sua vida faz com que a sociabilidade ocupe uma posição central na vivência juvenil.” (Verni & Tardeli, 2016, p2) O espaço da medida socioeducativa tem como pano de fundo a promoção de vivencias, identificações e laços que são próprios dessa fase de desenvolvimento. É justamente nesse período que os jovens tendem a buscar significações para seus atos e situações e, dependendo do contexto social e oportunidades ofertadas pelo meio, que o crime encontra brechas para se instaurar nas trajetórias desses indivíduos.

A interferência de uma política social que reforça um modelo de crime baseado em status sociais e raça, destrói constantemente as possibilidades de ascensão que todo jovem é levado a entender como um ideário de futuro, explicitando de forma cruel e extensiva que o futuro não é de pertencimento coletivo, mas reservado a uma seleta parcela da população. Os reflexos dessas ações recaem sobre a autoestima que segundo Escrivá & Vilar (como citado em Verni & Tardeli, 2006) “refere-se a como o indivíduo se sente em relação a si próprio. Ela é adquirida por meio de experiências e se baseia nas crenças internalizadas pelo que lhe é comunicado por meio da sociedade, além disso, ela “[...] reflete o nível de satisfação consigo mesmo [...]” (p.3) dos jovens, que não são contemplados por essa parcela social.

Visto que o direito de construir um imagético de futuro é ceifado dos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, tanto pela trajetória marcada pela violência como pela constante estigmatização e esvaziamento de significados promovido pela sociedade, a importância de se reestabelecer essa potencialidade se faz em caráter de urgência, utilizando assim de instrumentos como o “projeto de vida é entendido como sendo uma estrutura psicológica que expressa as direções centrais do sujeito que determinam sua posição e pertencimento a uma sociedade concreta.” (Verni & Tardeli, 2006, p.3).

Segundo Costa (2006):

A identificação de dispositivos efetivamente capazes de auxiliar adolescentes em conflito com a lei não é tarefa fácil. Além dos muitos fatores envolvidos na questão, a literatura mostra uma tendência à volatilidade e não-sistematização de grande parte das ações empreendidas neste campo, mesmo entre as que sugerem novos e promissores caminhos. (p.74)

Tendo em vista essa complexidade, a promoção de intervenções que caminham para essa abordagem é de grande relevância para não se perpetuar o preconceito às pessoas que já cumpriram algum tipo de medida punitiva no âmbito judiciário em geral. Segundo Shoemaker (citado em Costa, 2006) “a prevenção contempla mais que a desvinculação dos jovens com o ato infracional: remete a um olhar que o percebe como indivíduo de elevada vulnerabilidade e sujeito a múltiplas situações de risco. “(p. 75)

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